Fisioterapia Neonatal

A fisioterapia é uma modalidade terapêutica relativamente recente dentro das unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal e que está em expansão, especialmente nos grandes centros. Segundo a portaria do Ministério da Saúde nº 3.432, em vigor desde 12/8/1998, as unidades de terapia intensiva de hospitais com nível terciário devem contar com assistência fisioterapeutica em período integral, por diminuírem as complicações e o período de hospitalização, reduzindo, conseqüentemente, os custos hospitalares.

A fisioterapia neonatal consiste em procedimentos realizados pelo fisioterapeuta no período situado entre o clampeamento do cordão umbilical até 28 dias após o parto, que compreendem o manuseio da parte motora e pulmonar do recém-nascido (RN), que compreendem o manuseio da parte motora e pulmonar do recém-nascido. Um dos objetivos do manuseio pulmonar é a remoção das secreções brônquicas em excesso. O acompanhamento fisioterapeutico de recém-nascidos proporciona uma estabilidade de variáveis hemodinâmicas, como a freqüência cardíaca, a manutenção funcional da circulação cerebral do recém-nascido e, secundariamente, a manutenção das vias aéreas com fluxo menos turbulento possível e com o mínimo de secreção, permitindo um aumento na permeabilidade e redução do número de fatores intrínsecos das vias aéreas que contribuem para o aumento da resistência pulmonar e diminuição nos eventos fisiológicos de trocas gasosas.

Com relação às indicações da fisioterapia respiratória em recém nascidos pré-termo (RNPT), o tratamento fisioterapêutico em RNPT enfermos tem indicação sob certas condições clínicas, como as síndromes aspirativas, a síndrome do desconforto respiratório, pneumonias, atelectasias, e na prevenção de complicações da ventilação mecânica. a intervenção fisioterapêutica está indicada na presença de secreção na via aérea, e nos casos com evoluções desfavoráveis à gasometria e/ou ao exame radiológico, sinais indicativos de possíveis problemas com a depuração ciliar, com a ventilação ou outra alteração da mecânica respiratória, e na maioria das vezes com as três condições.



Os objetivos da assistência fisioterapêutica em recém-nascidos e crianças são: melhorar a função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação-perfusão; adequar o suporte respiratório; prevenir e tratar as complicações pulmonares; manter a permeabilidade das vias aéreas; favorecer o desmame da ventilação mecânica e da oxigenoterapia.



Embora os objetivos da fisioterapia sejam semelhantes àqueles traçados para os adultos, a assistência fisioterapêutica em Pediatria / Neonatologia apresenta particularidades relacionadas às diferenças anatômicas e fisiológicas existentes nestes pacientes, em relação às demais faixas etárias.

As técnicas fisioterapêuticas empregadas mais utilizadas em neonatos e crianças são as denominadas manobras de higiene brônquica: tapotagem (ou percussão), vibração/vibrocompressão, manobras com ambú (bag-squeezing), aspiração de vias aéreas e endotraqueais, estímulo de tosse e o posicionamento em posturas de drenagem.

O papel da fisioterapia respiratória em neonatos no período de periextubação é importante para reduzir a freqüência de atelectasia e a necessidade de reintubação.