ARTICULAÇÕES (JUNTURAS)

1.0- INTRODUÇÃO

Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto. Essa união não tem a finalidade exclusiva de colocar os ossos em contato, mas também a de permitir mobilidade. Por outro lado, como esta união não se faz da mesma maneira entre todos os ossos, a maior ou menor possibilidade de movimento varia com o tipo de união. Para designar a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, querem seja ossos, quer cartilagens, empregamos os termos junturas ou articulações.

Embora apresentem consideradas variações entre elas, as junturas possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para essa classificação é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam.


2.0- ARTICULAÇÕES FIBROSAS

As articulações fibrosas incluem todas as articulações nas quais os ossos são mantidos juntos por tecido conjuntivo fibroso. Devido ao seu papel na resistência da articulação, o tecido conjuntivo fibroso é também referido como "ligamento sutural". Há muito pouco material entre extremidade dos ossos, e não se executa nenhum movimento apreciável. Por esse motivo, as articulações fibrosas são também classificadas como "sinartroses" (syn=junto com, união; arthron=articulação) – isto é, uma articulação imóvel. Entretanto, movimentos de pequena amplitude são, de fato, executados em algumas sinartroses. Há dois tipos principais de articulações fibrosas, "suturas" e "sindesmoses", dependendo em parte do comprimento das fibras de tecido conjuntivo que mantém os ossos unidos.

2.1.- Suturas

Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações, ou sulcos, que mantém íntima e firmemente unido. Conseqüentemente, as fibras de conexão são muito curtas, preenchendo a pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do crânio. Na maturidade, as fibras da sutura começam a ser substituídas por osso. Eventualmente, se as fibras são substituídas completamente, os ossos de ambos os lados da sutura tornam-se firmemente unidos, fundidos. Esta condição é chamada sinostose (isto é, manter unido por osso).

2.2.- Sindesmoses

Como na sutura, os ossos de uma articulação tipo sindesmose (syndesmose= unido por bandas ou faixas) estão mantidos juntos por tecido conjuntivo fibroso. As extremidades dos ossos estão mais afastadas neste tipo de articulação. Conseqüentemente, as fibras que conectam os ossos são mais longas e geralmente referidas como ligamentos. Os ossos unidos por sindesmose não estão firmemente articulados como nas suturas. As sindesmoses podem permitir algum movimento, melhor descrito como "elasticidade", mas não permitem movimentos verdadeiros; dessa forma, essas articulações são consideradas com sindesmoses. A articulação entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula, e entre o corpo de rádio e ulna, bem como entre o corpo da tíbia e fíbula- onde os ossos estão mantidos juntos por membranas interósseas- são exemplos de sindesmoses.


3.0- ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS

Nas articulações cartilaginosas (cartilagíneas) os ossos são unidos por cartilagem. Pelo fato de pequenos movimentos serem possíveis nestas articulações, elas também são classificadas como anfiartroses (amphi= de ambos os lados). Há dois tipos de articulações cartilaginosas: sincondroses e sínfises.

3.1.- Sincondroses

Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose (syncondrosis= unidos por cartilagem) estão unidos por uma cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com cartilagem eventualmente sendo substituída por osso. Esta substituição ocorre entre as epífises e a diáfise dos ossos longos (onde as cartilagens epifisárias são substituídas) e entre certos ossos do crânio. As articulações formadas entre as dez primeiras costelas e suas cartilagens costais são sincondroses permanentes.

Ex: Esfeno-occipital.

3.2.- Sínfises

As superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertas por uma fina camada de cartilagem hialina. Separando os ossos da articulação encontra-se um coxim fibrocartilaginoso, que é a característica distintiva da sínfise. Esses coxins, ou discos, são compressíveis, permitindo que a sínfise possa absorver choque. A articulação entre dois ossos púbicos e a articulação entre corpos de vértebras adjacentes são exemplos de sínfises. O coxim entre as vértebras é chamado "disco intervertebral". Durante o desenvolvimento, as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana; entretanto, esta articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta.

Ex: Sínfise Púbica e intervertebrais.


4.0- ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

A maioria das articulações do corpo são articulações sinoviais, que são caracterizadas por serem livremente móveis. O movimento das articulações sinoviais é limitado somente por ligamentos, músculos, tendões ou ossos adjacentes. Por causa da sua liberdade de movimentos, as articulações sinoviais são também referidas como diartroses (diarthosis=articulação móvel), indicando que há apenas tênues limitações ao movimento de tais articulações. Outra característica das articulações sinoviais é a presença de um líquido preenchendo a cavidade articular. As articulações sinoviais têm quatro características distintas: uma cartilagem articular, uma cápsula articular, uma membrana sinovial e a sinóvia (líquido sinovial).

A cartilagem articular é uma fina camada de cartilagem hialina que cobre a superfície articular lisa dos ossos. A cápsula articular é uma membrana dupla que envolve e encerra a articulação. A camada mais externa da cápsula é composta de tecido conjuntivo fibroso denso cujas fibras estão firmemente aderidas ao periósteo dos ossos. Feixes paralelos de fibras na camada mais externa formam ligamentos neste capítulo. A camada mais interna da cápsula articular é conhecida como membrana sinovial. A membrana sinovial consiste de tecido conjuntivo frouxo cuja superfície interna é bem suprida de capilares. A membrana que se apresenta formada por dobras que se projetam na cavidade articular, reveste toda a cavidade articular. Entretanto, não recobre as superfícies das cartilagens articulares ou do disco articular. A membrana sinovial produz um líquido espesso chamada líquido sinovial. O líquido sinovial é responsável pela nutrição das cartilagens articulares e pela lubrificação das superfícies articulares. De fato, o líquido sinovial serve como um elemento amortecedor de peso na articulação desde que ele mantém as cartilagens articulares dos ossos que formam a articulação separada, não permitindo que as cartilagens façam contato direto entre si. Normalmente, somente é secretada a quantidade suficiente de líquido sinovial para formar um delgado filme nas superfícies que se articulam. Numa articulação que é lesada ou torna-se inflamada, entretanto, a produção de fluido pode ser estimulada e o excesso de fluido pode se acumular causando inchaço e desconforto. A cápsula articular é bem suprida de fibras nervosas, que não somente faze, a percepção de uma possível dor, como também provêm constantes informações referentes ao movimento e posição da articulação.

Além dessas quatro características, algumas articulações sinoviais têm discos articulares, ou no caso do joelho, meniscos, de fibrocartilagem, que se estendem para dentro da articulação a partir da cápsula articular. Os discos articulares dividem a cavidade sinovial em duas cavidades separadas. Nesta forma de articulação, a membrana sinovial que reveste as cavidades entende-se à curta distância sobre a superfície do disco. A articulação da mandíbula, a articulação esternoclavicular e a articulação radioulnar distal contêm discos articulares. A articulação do joelho é apenas parcialmente subdividida pelos meniscos.

Em acréscimo ao fortalecimento proporcionado pelos ligamentos formados na camada fibrosa da cápsula articular, vários músculos e seus tendões, que atravessam as articulações, estabilizam-nas enquanto permitem que se movam.

4.1.- Bolsas Sinoviais e Bainhas dos Tendões

As membranas sinoviais formam duas outras estruturas que, embora não façam realmente parte das articulações sinoviais, estão freqüentemente associadas a elas. São as bolsas sinoviais e as bainhas dos tendões. Ambas estruturas contêm líquido sinovial e servem para reduzir o atrito durante o movimento entre uma estrutura – como a pele, músculos, tendões ou ligamentos – e o osso.

As bolsas sinoviais são pequenos sacos revestidos com membranas sinoviais. Pelo fato de estarem preenchidas por líquido sinovial, elas agem como almofadas entre as estruturas que elas separam. Há muitas bolsas sinoviais distribuídas pelo corpo. Algumas são subcutâneas, estando localizadas entre o osso e a pele, como a bolsa que separa o olécrano do cotovelo, da pele. A maioria das bolsas sinoviais estão localizadas entre tendões e o osso.

As bainhas dos tendões são encontradas onde os tendões atravessam articulações onde, sem as bainhas, os tendões estariam sujeitos a constante atrito contra os ossos, como no pulso e nos dedos. As bainhas são sacos sinoviais cilíndricos semelhantes às bolsas. Elas envolvem os tendões, formando almofadas de parede dupla, cheias de fluido, para que os tendões possam deslizar.

4.2.- Movimentos das Articulações Sinoviais

As articulações sinoviais, diferentemente das articulações fibrosas e cartilaginosas, não são classificadas de acordo com o material que conecta os ossos. Mais propriamente, elas são nomeadas com base nos movimentos que elas permitem. A forma das estruturas ósseas que rodeiam a articulação, e freqüentemente a própria superfície articular, geralmente limitam seus movimentos. Muitas articulações têm eixos de rotação que permitem que os ossos se movam em vários planos; o plano de movimento geralmente é perpendicular ao eixo. Por exemplo, no movimento do cotovelo, o eixo é uma linha horizontal que passa através da articulação, e lado a lado. Os ossos giram ao redor desse eixo (fulcro ou pivô) num plano vertical.

As articulações que têm apenas um eixo de movimento e que por isso podem se movimentar num único plano são chamadas articulações uniaxiais; o cotovelo é um exemplo. Preste atenção na articulação do joelho, uma articulação uniaxial. Algumas articulações têm dois eixos e isso permite que se movimentem em dois planos perpendiculares entre si. Tais articulações são chamadas articulações biaxiais. Ainda outras articulações têm três eixos e permitem movimentos em três planos. Estas são chamadas articulações triaxiais. Em muitas das menores articulações, o movimento não é restrito pela forma das superfícies articulares e pequenos movimentos são possíveis em alguma direção. Pelo fato de seus movimentos não seguirem eixos particulares, estas articulações são referidas como não-axiais.

Os movimentos gerais permitidos nas articulações sinoviais podem ser colocados em quatro grupos: deslizamento, movimento angular, circundução e rotação. Além disso, diversas articulações sinoviais permitem movimentos que são exclusivamente próprios delas. Esses movimentos exclusivos são considerados na seção "Movimentos Especiais".

4.2.1.- Deslizamento

O mais simples e o mais comum tipo de movimento que pode ocorrer numa articulação sinovial é o deslizamento. Neste movimento, as superfícies dos ossos adjacentes movem-se para frente e para trás, uma contra a outra. Em muitos casos as superfícies articulares são achatadas ou levemente côncavas; mas o deslizamento pode ocorrer entre quaisquer duas superfícies adjacentes, independentemente de suas formas. As articulações entre as cabeças das costelas e os corpos das vértebras e entre os tubérculos das costelas e os processos transversos das vértebras o movimento de deslizamento, assim como numerosas outras articulações.

4.2.2.- Movimentos Angulares

Os movimentos angulares aumentam ou diminuem o ângulo entre dois ossos adjacentes. Há quatro movimentos angulares que podem ocorre em várias articulações sinoviais: flexão, extensão, abdução e adução.

4.2.2.1.- Flexão

Quando um osso é movimentado num plano antero-posterior num trajeto que diminui o ângulo entre ele e o osso adjacente, ocorre flexão.

Os exemplos incluem a flexão do cotovelo, o levantamento da coxa em direção ao abdome, e o levantamento da panturrilha da perna em direção à parte posterior da coxa. A coluna vertebral é flexionada quando se curva para frente. A tração do calcanhar para cima, conseqüentemente abaixando a região dos dedos do pé, é referida como flexão plantar.

4.2.2.2.- Extensão

A extensão, o oposto da flexão, causa o aumento do ângulo entre os ossos articulados. A extensão ocorre quando uma articulação flexionada é movimentada de volta à posição anatômica, como o estiramento do braço, da coxa, ou joelho. A hiperextensão ocorre quando o segmento é movimentado para além da sua posição ortostática, como no encurvamento das costas para trás ou posicionamento dos membros, para trás do plano do corpo. A aproximação da região dos dedos em direção à "canela" é freqüentemente considerada como uma extensão do pé, mas é chamada de dorsiflexão.

4.2.2.3.- Abdução

Quando uma parte do corpo, tal como um membro é movimentada para longe da linha mediana do corpo, ocorre abdução. No caso dos dedos da mão , a abdução envolve o movimento deles para longe da linha mediana da mão. A abdução dos dedos do pé é verificada pelo movimento dele para longe do eixo longitudinal do segundo dedo.

4.2.2.4.- Circundução

O movimento articular conhecido como circundução delineia um cone; a base do cone é desenhada pelo movimento da extremidade distal do osso; a ápice está na cavidade articular. O movimento é realmente uma combinação seqüencial da flexão, abdução, extensão e adução. A circundução é comum nas articulações do quadril e do ombro, mas também pe possível em outras articulações.

4.2.3.- Rotação

O movimento de um osso ao redor de um eixo central, sem nenhum deslocamento desse eixo, é chamado rotação. Se a face anterior de um osso, como o úmero ou fêmur, se move para dentro, o movimento é chamado rotação medial (interna). Quando a superfície anterior se move para fora, ocorre rotação lateral (externa).

4.2.3.1.- Supinação

O termo usado para descrever a rotação do antebraço para fora, fazendo com que a palma da mão fique posicionada anteriormente e o rádio e ulna fiquem paralelos, é supinação. Na posição anatômica o antebraço está supinado.

4.2.3.2.- Pronação

O termo usado para descrever a rotação do antebraço para dentro, fazendo com que o rádio se posicione diagonalmente sobre a ulna e as palmas das mãos fiquem para trás.

4.2.4.- Movimentos Especiais

Algumas articulações sinoviais permitem movimentos especiais, que não podem ser descritos por nenhum dos movimentos anteriormente mencionados. Esses movimentos são elevação, depressão (abaixamento), inversão, eversão, protração e retração.

4.2.4.1.- Elevação

O movimento que ergue uma parte do corpo é chamado de elevação. Este termo é comumente usado para fazer referência à elevação da escápula, como no encolhimento dos ombros, ou elevação da mandíbula, quando se fecha a boca.

4.2.4.2.-Depressão

O movimento que abaixa um a parte do corpo é chamado de depressão. Este termo é freqüentemente usado para fazer referência ao abaixamento da escápula ou da mandíbula.

4.2.4.3.- Inversão

Torcendo o pé de tal modo que a planta fique voltada para dentro, com sua margem interna elevada, é inversão.

4.2.4.4.- Eversão

Torcendo o pé de tal modo que a planta fique voltada pra fora, com sua margem interna elevada, é eversão.

4.2.4.5.- Protração

O movimento que desloca uma parte do corpo (como a mandíbula) para a frente é protração.

4.2.4.6.- Retração

O movimento que faz retornar a parte protraída para posição usual é retração.

4.3.- Tipos de Articulações Sinoviais

Com base nos movimentos permitidos e na forma das superfícies articulares envolvidas, é possível separar as articulações sinoviais em seis tipos. Estes tipos podem ser agrupados se acordo com o fato deles serem não-axiais, uniaxiais, biaxiais e triaxiais.

4.3.1.- Articulações Não-axiais

ARTICULAÇÕES PLANAS (ARTRODIAIS). As articulações planas (deslizantes) são formadas principalmente pela aposição de superfícies articulares achatadas ou levemente encurvadas. O movimento é possível em qualquer direção, sendo limitado somente pelos ligamentos ou processos ósseos que rodeiam a articulação. As articulações deslizantes são encontradas entre os processos articulares das vértebras e entre a maioria dos ossos carpais e tarsais.

4.3.2.- Articulações Uniaxiais

GÍNGLIMO. Nas articulações do tipo gínglimo, as superfícies articulares têm uma tal forma que os únicos movimentos possíveis são a flexão e a extensão. A articulação do cotovelo, do joelho, e as articulações entre as falanges dos dedos das mãos e dos pés (articulações interfalângicas) são exemplos de articulações gínglimo (em dobradiça).

TROCÓIDE. O único movimento permitido numa articulação trocóide é a rotação ao redor de um eixo longitudinal do osso. Exemplos são a rotação da primeira vértebra cervical (Atlas) ao redor do dente da segunda vértebra cervical (áxis) e as articulações proximais entre o rádio e a ulna. Na articulação Atlas/áxis, o dente do áxis está posicionado contra a superfície interna do arco anterior da Atlas por um ligamento transverso que passa atrás do dente, conectando os dois lados do arco anterior. Na articulação radiounar, a cabeça do rádio está firmemente pressionada contra a incisura radial da ulna por um forte ligamento anular que envolve sua cabeça. O rádio roda dentro do ligamento anular, permitindo ao antebraço pronar e supinar.

4.3.3.- Articulações Biaxiais

ELIPSÓIDES. As articulações elipsóides (condilares) têm uma superfície articular levemente côncava e a outra ligeiramente convexa; assim, permitem movimentos em dois planos perpendiculares entre si. Podem ocorrer nessas articulações os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. A circundução também pe possível, mas não a rotação axial. As articulações entre rádio e os ossos do carpo, entre os côndilos do occipital e a primeira vértebra cervical e as metacarpofalângias e metatarsofalângias são elipsóides.

SELARES. As articulações selares permitem os mesmos movimentos das elipsóides: flexão, extensão, abdução, adução e circundução. A superfície articular de cada osso é côncava numa direção e convexa na outra; desse modo, elas se relacionam como duas selas cujas superfícies giraram 90 graus e se colocaram numa contra a outra. A única articulação selar verdadeira do corpo é a articulação carpometacárpica do polegar.

4.3.4.- Articulações Triaxiais

ESFERÓIDES. As articulações esferóides (cotilóides) são formadas por uma cabeça esférica de um osso contrapondo-se a uma cavidade em forma de taça do outro. Tais articulações permitem movimento ao redor de três eixos. Além da flexão, extensão, abdução e circundução, as articulações esferóides permitem rotação medial e lateral. Há somente duas articulações esferóides no corpo; do ombro e do quadril.

CONDILAC. As superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez um termo mais adequado. Estas junturas permitem flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-axiais. A articulação rádio- cárpica (ou do punho) é um exemplo. Outro é a articulação temporomandibular (entre o osso temporal e a mandíbula).


5.0- LIGAMENTOS DE ARTICULAÇÕES IMPORTANTES

Os ligamentos desempenham um papel importante na manutenção da posição apropriada dos ossos que se articulam nas articulações sinoviais ao mesmo tempo que permitem movimentos relativamente livres das articulações. Por essa razão, voltaremos agora ao estudo dos ligamentos de diversas articulações importantes.

5.1.- Ligamentos da Coluna Vertebral

Um certo número de ligamentos que se estendem entre a Atlas, a áxis e os ossos occipitais estão de acordo com o propósito deste texto. De maior importância para nós são os ligamentos que conectam as vértebras restantes num firme e flexível suporte axial. As articulações entre as vértebras adjacentes são de dois tipos: uma série de sínfises cartilaginosas entre os corpos das vértebras e uma série de articulações sinoviais planas entre os processos articulares das vértebras.

Os corpos das vértebras são mantidos juntos por discos intervertebrais fibrosos. Cada disco é composto e uma firme porção exterior, chamada de anel fibroso, e uma porção central mais mole, o núcleo pulposo. Envolvendo a articulação sinovial de cada processo articular existe uma cápsula articular fibrosa. Passando ao longo da superfície ventral dos corpos das vértebras encontra-se o ligamento longitudinal anterior. Uma faixa semelhante de fibras, chamada de ligamento longitudinal posterior, passa ao longo da superfície dorsal dos corpos vertebrais. Ambos os ligamentos estende-se desde a segunda vértebra cervical até o sacro. Os arcos vertebrais estão conectados por quatro grupos e ligamentos. O ligamento supra-espinal conecta as pontas dos processos espinhosos; na região cervical, desde a sétimas vértebra cervical até a protuberância occipital externa, este ligamento se continua como ligamento da nuca.

Os ligamentos interespinhais conectam processos espinhosos adjacentes desde sua raiz até a ponta de cada processo. O forte e elástico ligamento amarelo corre entre as lâminas de vértebras adjacentes: os ligamentos intertransversários conectam os processos transversos de vértebras adjacentes.

5.2.- Ligamentos de Articulações Claviculares

Cada clavícula cumpre a sua função de âncora através de duas articulações sinoviais planas- medialmente com a porção lateral superior do manúbrio do esterno e cartilagem costal da primeira costela (articulação esternoclavicular) e lateralmente com o acrômio da escápula (articulação acromioclavicular). Cada uma dessas articulações é completamente envolvida por uma cápsula articular. Um disco articular separa a extremidade medial da clavícula e o esterno, dividindo a articulação em duas porções, cada uma delas revestidas por uma membrana sinovial. Às vezes encontra-se um disco articular na articulação acromioclavicular.

A articulação esternoclavicular é reforçada por quatro ligamentos. Os ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior cobrem as superfícies anterior e posterior da articulação. As extremidades mediais das duas clavículas são mantidas juntas por um ligamento interclavicular, uma faixa de fibras que passa ao longo da margem superior do manúbrio do esterno. Um ligamento costoclavicular corre para baixo a partir da face inferior de cada clavícula perto de sua extremidade esternal até a face superior da cartilagem costal da primeira costela.

Dois ligamentos reforçam a articulação acromioclavicular. O ligamento acromioclavicular estende-se entre a extremidade lateral da clavícula e o acrômio da escápula. Com propósitos descritivos, este ligamento é às vezes dividido em porções superior e inferior. O ligamento coracoclavicular passa desce a face inferior da clavícula até o processo coracóide da escápula. Ele está freqüentemente separado em duas porções, conhecidas como ligamentos trapezóide e conóide.

5.3.- Ligamentos da Articulação do Ombro

Na articulação do ombro, a cabeça do úmero é recebida pela rasa cavidade glenóide da escápula. A articulação é frouxamente construída, o que permite movimentos extremamente livres mas por isso mesmo é freqüentemente deslocada. Ela está acima pelo processo coracóide e pelo acrômio da escápula.

Como todas as articulações sinoviais, a articulação do ombro é envolvida por uma cápsula articular. Esta cápsula fixa-se na margem da cavidade glenóide e estende-se para além do colo anatômico do úmero. A cápsula é reforçada anteriormente por dois ligamentos: o ligamento coracoumeral, que se estende do processo coracóide até o tubérculo maior, e o ligamento glenoumeral, que tem vários espessamentos na porção inferior da própria cápsula. O lábio glenoidal, uma borda de fibro cartilagem que rodeia a cavidade glenóide, contribui de alguma forma para a estabilidade da articulação, aprofundando a fossa.

Além desses ligamentos, a articulação do ombro depende da musculatura circundante como reforço. O músculo bíceps do braço tem um arranjo singular. O tendão de sua cabeça longa, que tem início na borda superior da cavidade glenóide, passa por dentro da cápsula articular do ombro e através do sulco intertubercular do úmero. Assim, com efeito, ele ajuda a manter a cabeça do úmero encostada na escápula.

5.4.- Ligamentos da Articulação do Cotovelo

A articulação do cotovelo é um gínglimo (dobradiça) onde a tróclea do úmero é recebida pela incisura troclear da ulna. Intimamente associada com a articulação do cotovelo há uma articulação plana entre o capítulo do úmero e a superfície superior da cabeça do rádio. Estas duas articulações compartilham uma cavidade articular comum e estão envolvidas por uma única cápsula articular fibrosa.

Espessamentos mediais e laterais da cápsula articular servem para estabilizar a articulação do cotovelo. O espessamento medial, o ligamento colateral da ulna, passa do epicôndilo medial do úmero para a superfície medial da ulna entre o olécrano e o processo coronóide. O espessamento lateral, o ligamento colateral do rádio, passa do epicôndilo lateral do úmero para o ligamento anular e para a superfície lateral da ulna. O ligamento anular é uma forte faixa de fibras na margem distal da cápsula articular da articulação do cotovelo. O ligamento anular não reforça a articulação do cotovelo em alto grau. Em vez disso, ele rodeia a cabeça e parte superior do colo do rádio e passa entre as margens anterior e posterior da incisura troclear da ulna. Desta maneira, o rádio é mantido firmemente encostado na ulna e ainda assim se permite rodas livremente, como ocorre durante a pronação e a supinação.

5.5.- Ligamentos da Articulação do Pulso

A articulação do pulso é uma articulação elipsóide formada pela extremidade distal do rádio e o disco articular da extremidade distal da ulna com os ossos escafóide, semilunar e piramidal.

A cápsula articular que envolve a articulação prende-se à extremidade distal do rádio e da ulna e aos ossos proximais. A articulação do pulso é reforçada lateralmente pelo ligamento colateral radial do carpo, que se estende do processo estilóide do rádio até os ossos escafóide e trapézio. O ligamento colateral ulnar do carpo, suporta a articulação medialmente, estendendo-se do processo estilóide da ulna até os ossos piramidal e pisiforme. A articulação do pulso é ainda reforçada pelos ligamentos radiocárpicos palmar e dorsal. Estes ligamentos estendem-se das extremidades distais do rádio e da ulna até a fileira proximal dos ossos carpais, nas superfícies palmar e dorsal, respectivamente.

5.6.- Ligamentos da Articulação do Quadril

A cabeça do fêmur aloja-se no profundo acetábulo do osso do quadril, tornando a articulação do quadril mais estável que a articulação do ombro. A cápsula articular, que se estende da margem do acetábulo até o colo anatômico do fêmur, envolve completamente a articulação. A cápsula é reforçada anteriormente pelos ligamentos iliofemoral e pubofemoral. Na sua superfície posterior a cápsula é reforçada pelo ligamento isquiofemoral.

O acetábulo é rodeado por um bordo fibrocartilaginoso chamado lábio do acetábulo. O lábio do acetábulo é incompleto na margem inferior, o que lhe confere a forma de uma ferradura. Como o lábio glenoidal da articulação do ombro, este lábio também aprofunda a cavidade articular. Um ligamento único chamado ligamento da cabeça do fêmur (ligamento redondo) estende-se através da cavidade articular desde a fóvea da cabeça do fêmur até a incisura da porção inferior do lábio do acetábulo. Pelo fato do ligamento da cabeça do Fêmur permanecer frouxo durante a maioria dos movimentos da articulação do quadril, não se acredita que ele contribua significativamente para reforçar a articulação.

5.7.- Ligamentos da Articulação do Joelho

A articulação do joelho é uma articulação complicada que é vulnerável a lesões. É classificada como gínglimo porque seus movimentos são restritos, na maior parte, à flexão e à extensão pelos ligamentos circundantes. Entretanto, tem a estrutura de uma articulação condilar, com os côndilos do fêmur articulando-se com os côndilos levemente côncavos da tíbia. A superfície articular do côndilo medial do fêmur é um pouco mais larga da frente para trás e é menos encurvada do que a superfície articular no côndilo lateral.

Como conseqüência dessas diferenças estruturais, a fase final da extensão completa da articulação do joelho envolve principalmente movimentos do côndilo medial do fêmur sobre a tíbia. Isso faz com que a tíbia sofra alguma rotação lateral (ou o fêmur sofra uma rotação medial). Similarmente, a articulação extendida pode ser destravada por uma leve rotação medial da tíbia antes que possa ocorrer a flexão da articulação do joelho. Quando a articulação do joelho está numa posição parcialmente flexionada, torna-se mesmo possível sofrer mais rotação.

A articulação é completamente envolvida por uma cápsula articular que é reforçada posteriormente pelo ligamento poplíteo oblíquo e pelo ligamento poplíteo arqueado. O ligamento poplíteo oblíquo é uma larga faixa achatada que está fixada aproximadamente à superfície posterior do fêmur logo acima da superfície articular do côndilo lateral. Daqui estende-se para baixo e medialmente, para se fixar na superfície posterior da cabeça da tíbia. O ligamento poplíteo arqueado passa da superfície posterior do côndilo lateral do fêmur para o ápice da cabeça da fíbula. A articulação do joelho é estabilizada medialmente e lateralmente por fortes ligamentos colaterais tibial e fibular, que se estendem dos côndilos do fêmur para a tíbia e a fíbula. Os ligamentos colaterais limitam a amplitude da rotação que é possível fazer na articulação do joelho. A articulação é reforçada anteriormente pelo ligamento da patela, que se estende da patela à tuberosidade da tíbia. Este ligamento é a continuação do tendão central do músculo quadríceps femoral da região anterior da coxa.

As superfícies superiores achatadas dos côndilos da tíbia, que são as maiores superfícies que sustentam peso no corpo, são aprofundadas por cartilagens em forma decrescente chamadas meniscos medial e lateral. Os meniscos são fixados somente na sua margem externa e freqüentemente são danificados ou tornam-se frouxos em lesões atléticas.

Estabilidade adicional é aduzida à articulação do joelho pela presença na cavidade articular de ligamentos cruzados anterior e posterior. Estes ligamentos se estendem diagonalmente da superfície superior da tíbia à extremidade distal do fêmur, entre os côndilos. São chamados cruzados porque seus trajetos cruzam um com o outro. Por causa dos seus arranjos estruturais peculiares, os ligamentos cruzados realizam muitas funções especializadas. Quando o joelho está em extensão, o ligamento cruzado anterior é esticado, assim prevenindo a hiperextensão da articulação. Quando o joelho está flexionado, o ligamento cruzado posterior torna-se esticado, prevenindo a tíbia de deslizar posteriormente.

5.8.- Ligamentos da Articulação Talocrural (do Tornozelo)

A articulação do tornozelo é um gínglimo formado pela extremidade distal da tíbia e seu maléolo medial, a fíbula e seu maléolo lateral e a face superior convexa do tálus.

Uma cápsula articular envolve a articulação. No lado medial a cápsula é reforçada pelo achatado e triangular ligamento medial (ligamento deltóide). Este ligamento se estende desde o maléolo medial da tíbia até os ossos navicular, tálus e calcâneo. A articulação é reforçada no lado lateral por três ligamentos: o ligamento talofibular anterior, que passa anteriormente, desde o maléolo da fíbula até o tálus; o ligamento talofibular posterior, que passa posteriormente, desde o maléolo da f´bula até o tálus; e o ligamento calcâneo fibular, que corre inferiormente, desde o maléolo da fíbula até o calcâneo.


6.0- FRONTEIRAS EM SAÚDE

A artrite é o incapacitante número 1 dos Estados Unidos, afligindo mais de 31 milhões de americanos, ou um em sete. A artrite ataca pessoas de todas as idades, embora a maioria dos casos ocorra em pessoas com mais de 30 anos de idade. A doença recruta um milhão de novas vítimas por ano e custam à nação mais de 14 bilhões de dólares em salários perdidos, contas médicas e requerimentos de incapacidade.

Pauline é uma dessas vítimas. Para ela, cada dia é um longo episódio de dor e desconforto. Tomas banho, comer, escrever e mesmo se vestir são atividades dificultosas e dolorosas. Ela não pode abrir uma jarra com tampa de rosca nem apanhar moedas. As articulações desfiguradas e intumescidas de sua mão praticamente a tornaram inútil. Para Pauline, um passeio relaxante no parque também está fora de cogitação, porque suas articulações do joelho tornaram-se dolorosamente afetadas por esta doença incurável.

Artrite literalmente significa inflamação das articulações. De acordo com a "Arthritis Foundation", o que nós chamamos de artrite realmente engloba pelo menos 100 diferentes doenças reumáticas- as doenças dolorosas que afetam as articulações e são caracterizadas por inflamação e inflexibilidade.

Osteoartrite e atrite reumatóide são as doenças artríticas mais comuns. A osteoartrite, que causa a degeneração das cartilagens articulares e o desenvolvimento de esporões ósseos nas extremidades dos ossos, é tida como resultado de esforço excessivo das articulações. Afeta especialmente articulações que têm sido submetidas a trabalho. A obesidade contribui para o esforço excessivo.

A artrite reumatóide, cuja causa permanece obscura, resulta de uma erosão da cartilagem articular das articulações com eventual substituição por tecido fibroso. A artrite reumatóide afeta principalmente as articulações das mãos, dos quadris, joelhos e pés.

Enzimas de células fagocitárias encontradas no líquido sinovial e na membrana sinovial parecem ser responsáveis pela erosão. Ocorre inflamação junto com a erosão havendo enfraquecimento da cápsula articular e dos ligamentos de suporte. A articulação afetada degenera lentamente e torna-se rija, intumescida e dolorida.

Para Pauline e milhões de americanos como ela, surgiu recentemente uma nova esperança com o aperfeiçoamento das articulações artificiais. Uma das de maior sucesso é a articulação metacarpofalângica. Num recente estudo levado a efeito por cientistas do Estados Unidos e da União Soviética, 100 pacientes tiveram adaptadas articulações metacarpofalângicas artificiais feitas de um tipo especial de plástico. Os resultados desse trabalho são muito encorajadores. Todos os receptores sentiram que as articulações recentemente construídas melhoraram visivelmente a aparência de suas mãos. Mais encorajante ainda, pe que essas novas articulações renovaram o uso dos dedos deformados; quase a totalidade dos pacientes declararam que a sua habilidade para pegar objetos aumentou depois da operação. Tarefas comuns que previamente eram difíceis de executar ou requeriam assistência para se tornarem mais fáceis, e muitas das incumbências tornadas impossíveis pela artrite tornaram-se uma vez mais executáveis. A cirurgia também aliviou a constante dor que acompanhava a artrite.

Artroplastia- a cirurgia de substituição da articulação- evoluiu tremendamente nos últimos anos, graças largamente à novos adesivos e novos materiais que tornaram as articulações artificiais mais duráveis. O computador também tem sua parcela de contribuição.

Até recentemente, a maioria das articulações artificiais em feitas manualmente. Num primeiro passo deste processo complexo, os médicos tiravam uma radiografia da articulação do paciente. Estas radiografias eram usadas para fazer cópias da articulação a ser substituída, e essas cópias eram encaminhadas a um laboratório, que construía manualmente a articulação a ser substituída. Este processo sofreu agora considerável mudança, graças às pesquisas médicas do New York’s Hospital for Special Surgery, onde estão trabalhando com desenho assistido por computador, técnica esta chamada de CAD-CAM.

Com o CAD-CAM, os médicos primeiro fazem numerosas radiografias da articulação, de maneira que possa ser composta uma figura tridimensional. Esta informação é fornecida a um computador, que leva em conta a idade do paciente e outros fatores na construção do desenho de uma articulação funcional. Esta informação é então introduzida num sofisticado conjunto de tornos e frezas que constroem a articulação prescrita a partir de um bloco de titânio.

Para a maioria dos 150.000 americanos que recebem articulações artificiais a cada ano, esta cooperação da ciência e da tecnologia oferece articulações que se movem e que aliviam a dor.


7.0- CONCLUSÃO

Já foi dito que o movimento depende muito da forma das superfícies que se articulam, além de outros fatores. Quando examinamos o esqueleto de animais domésticos é fácil perceber que há diferenças morfológicas apreciáveis no ponto de contato das peças esqueléticas quando comparadas com o esqueleto humano. A ausência ou presença rudimentar da clavícula naqueles animais limita sobremaneira a possibilidade de movimentos da articulação do ombro. No homem, a variedade de movimentos da articulação do ombro está intimamente relacionado aos deslocamentos da escápula e seus deslocamentos exigem simultâneo movimento da articulação esternoclavicular (entre o esterno e extremidade medial da clavícula).

Nos animais sem clavícula ocorre, portanto, uma redução na amplitude dos movimentos realizados pela articulação escápulo-umeral, embora ela seja, como no homem, esferóide e tri-axial. Na verdade, os dois únicos movimentos importantes desta articulação, naqueles animais, são a flexão e a extensão. Não será demais lembrar que os membros, nos quadrúpedes típicos, são destinados especialmente à sustentação e locomoção. É interessante observar que, no homem, este papel é desempenhado, principalmente pelos membros inferiores, e embora a articulação do quadril seja bastante móvel, a sua possibilidade de movimento é menor que a do ombro: os membros superiores, embora participando da deambulação (ato de caminhar, locomover-se) são destinados, principalmente a apreensão dos alimentos e colocam o indivíduo em e relação como o meio, através da gesticulação.


8.0- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SPENCER. Anatomia Humana Básica. 2ª edição.

DANGELO, J. G. et al. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos.

ROHEN- YOKOCHI- LIITJEN- DRECOLL. Atlas de Anatomia Humana. 4ª edição.