Fisioterapia e a Equoterapia

A prática da equoterapia no Brasil foi reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), através do parecer número 6/97-ANDE-BRASIL, aprovado em sessão plenária de 9 de abril de 1997.

A Equoterapia, no Brasil, foi criada pela ANDE-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia), instituição fundada em 1989 e localizada, hoje, em Brasília-DF.

A importância histórica do cavalo no processo da evolução humana é inegável. Ao longo dos tempos ele foi utilizado como meio de trabalho, lazer, esporte e tantos outros. Atualmente, este animal, com tantas virtudes e qualidades, vem se destacando como agente de reabilitação e educação no tratamento de pessoas com necessidades educativas especiais, dando origem à equoterapia.

A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo para proporcionar uma série de benefícios aos praticantes. É um tratamento complementar à fisioterapia, e tem como principal objetivo a melhora física, social e psíquica dos pacientes. O motivo principal do sucesso da equoterapia é, sem dúvidas, o cavalgar do eqüino. O movimento rítmico (marcha) do animal tem 90% de semelhança com o andar do ser humano.



Sem que o praticante perceba, quando está sob o cavalo, mesmo que involuntariamente, executa movimentos tridimensionais horizontais (direita, esquerda; frente, trás) e verticais (para cima e para baixo). Após meia hora de exercícios, o paciente executa de 1,8 a 2,2 mil deslocamentos que atuam diretamente no sistema nervoso profundo, que é responsável pelas noções de equilíbrio, distância e lateralidade.

O cavalo proporciona ao praticante, através de seus movimentos tridimensionais determinados pelo seu deambular, cuja diferença com o do homem situa-se em torno de 5% apenas, uma eficácia terapêutica significativa, não só nas áreas do deficiente psicofísico, mas também em outras.

É por causa desta similaridade e dos estímulos enviados ao cérebro que o praticante melhora a postura, a coordenação, a musculatura e a linguagem, em função da respiração correta que é trabalhada. Ela é aconselhada para quem possui algum tipo de problema físico, psicológico ou cognitivo, para quem possui seqüelas neurológicas ou algum tipo de paralisia, pessoas que já tiveram Acidente Vascular Cerebral (AVC), autistas e hiperativos e outras síndromes. O tratamento ajuda aqueles que possuem má formação no sistema nervoso central, que é depressivo ou dependente químico. É indicado para combater o stress, elevar a auto-estima, corrigir a postura, desenvolver a linguagem, entre várias outras funções. A melhora no equilíbrio e na postura, a coordenação motora geral e fina, a adequação do tônus muscular, a dissociação de movimentos, a consciência corporal, as melhorias na respiração e circulação, a integração dos sentidos, os ganhos obtidos nas atividades da vida diária, dentre outros, são benefícios físicos claramente notados.

O uso do cavalo nos tratamentos procura atingir vários objetivos motores, cognitivos e afetivos. Com este enfoque de tratamento, torna-se importante a preocupação com a qualidade do treinamento do cavalo, possibilitando que o seu movimento possa ser conjugado com cada necessidade do paciente.

O Dr. Hermam Kabat desenvolveu, em 1950, uma filosofia de tratamento – O Método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptivo, cuja terapêutica era capaz de atingir função motora eficiente, baseando-se em que todo ser humano, inclusive portadores de deficiências, tem potencial ainda inexplorado. Essa terapêutica veio ao encontro da equoterapia (e hipoterapia), cuja proposta de trabalho tem como fundamento principal o enfoque global e positivo da pessoa, reforçando e utilizando o que existe de positivo em nível físico e psicológico no praticante, facilitando o resgate de seu potencial residual

São vários os profissionais envolvidos na Equoterapia, cada um atuando em função do plano terapêutico traçado, podendo ter maior participação em determinada fase e menor em outra, dependendo da evolução do praticante. Dentre esses profissionais se encontram: médico, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, pedagogo, educador físico, instrutor de equitação e demais profissionais da área de equitação e do trato animal.