Fisioterapia e a Acupuntura

O termo Acupuntura foi criado pelos franceses para designar um recurso terapêutico que se utiliza da inserção de agulhas, ditas agulhas de acupuntura, no corpo, a fim de tratar doenças. A utilização dessa forma de terapia pelos chineses é anterior à Idade do Ferro; por isso, nas anotações dos livros clássicos chineses, a Acupuntura é referida apenas como inserção, uma vez que naquele período utilizava-se de lascas de bambu, de espinhos e de pedras pontiagudas para promover estimulação dos pontos de acupuntura.

A acupuntura é a inserção de agulhas secas no corpo, em pontos pré-determinados. Tem como objetivos a prevenção e o tratamento de sintomas e doenças.

A acupuntura é uma técnica que remonta a proto-história. Apesar de não se saber ao certo onde exatamente surgiu a acupuntura, essa técnica se desenvolveu de maneira notável na região que hoje corresponde à China. As primeiras informações acerca da acupuntura foram trazidas à Europa em meados do século XVII, por jesuítas e viajantes procedentes do Extremo Oriente. Na verdade, foram os missionários jesuítas que cunharam o termo "acupuntura", a partir do latim. É um método utilizado há milênios.

A filosofia chinesa, com os seus conceitos de 5 elementos e Yin e Yang , presentes em textos como o Tao Te King e o I Ching, também faz parte desse conjunto de conhecimentos históricos que compõem o cerne teórico que sustenta a Acupuntura.

As bases da prática da acupuntura moderna na Europa foram erigidas por Soulié de Morant, no início do século XX. Ele propôs correlações entre a medicina tradicional chinesa e a medicina ocidental colocando-se contrário à ênfase dada às incompatibilidades entre os dois os campos.

No Ocidente a América do Norte teve seus primeiros contatos com a acupuntura, tanto através de imigrantes orientais, que se instalavam principalmente na Costa Oeste dos Estados Unidos, como por meio de informações oriundas da Europa. Contudo, até os anos sessenta, os órgãos oficiais de ensino e pesquisa praticamente desconheciam o método. No início dos anos 70, a acupuntura apresentou um grande impulso, passando a ter apoio de publicações de prestígio e de pesquisadores importantes. Tal fato coincidiu com o testemunho de jornalistas e membros da missão diplomática americana à China, que presenciaram cirurgias realizadas em hospitais de Pequim sem qualquer tipo de anestesia convencional e sem dor. Parece ter sido também motivado pela descoberta dos opióides endógenos, que, logo depois, revolucionou a neurofisiologia da dor e lançou novas luzes sobre os mecanismos analgésicos da acupuntura. A partir de então, ocorreu um grande interesse pelo estudo da acupuntura nos Estados Unidos, o que tem feito o país assumir uma posição de destaque na pesquisa científica da acupuntura.

O desenvolvimento da acupuntura no Brasil se deu através de duas vertentes básicas: os imigrantes orientais principalmente chineses e japoneses, que se estabeleceram de preferência no sul e sudeste do país; e o Prof. Frederico Spaeth, que na década de 50 chegou ao Brasil procedente da Europa, e que, como conhecedor da Acupuntura, em pouco tempo fez uma grande clientela. Em decorrência dos resultados alcançados por Spaeth, não demorou para que vários médicos se sentissem atraídos pela acupuntura. Assim, paulatinamente vários profissionais foram se unindo ao Prof. Spaeth, e, em algum tempo, se formou o primeiro grupo de acupuntura organizado no país. Em 1961, se formou no Brasil a Associação Brasileira de Acupuntura (ABA), que se tornaria o órgão oficial da acupuntura no país, congregando profissionais de variadas categorias.


A Associação Brasileira de Acupuntura – ABA é sucessora da Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental, fundada em 1958, pelo Professor Frederico Spaeth, fisioterapeuta e massoterapeuta. Naquele ano, Spaeth formou os pioneiros acupunturistas no 1º Curso de Formação em Acupuntura para profissionais da saúde no Brasil. O Conselho Federal de Fisioterapia foi o primeiro conselho a reconhecer a Acupuntura como Especialidade em 1985 pela resolução COFFITO-60.

A inserção de agulhas nos pontos de acupuntura, segundo a medicina tradicional chinesa, mobilizaria o Qi circulante nos canais de energia, promovendo, com isso, a analgesia somática e visceral, além de harmonizar os órgãos internos e o sistema nervoso central.

A Acupuntura, técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa é, ao mesmo tempo, um dos mais antigos sistemas de cura e manutenção da saúde. A Acupuntura é muito eficiente na cura dos pacientes sem qualquer tipo de efeito colateral ou técnica invasiva. Isso sem contar que a Acupuntura pode ser associada a qualquer outro tipo de tratamento médico seja ele homeopático, alopático, fitoterápico, fisioterapeutico, ampliando sobremaneira seus efeitos. A Acupuntura é um dos recursos utilizados para restaurar o fluxo do Chi pela inserção de agulhas em pontos específicos localizados no trajeto dos Meridianos. Essas inserções são feitas para limpar qualquer bloqueio ou dano, de modo a liberar o fluxo para melhor alimentar o corpo por inteiro. Cada órgão tem seu meridiano próprio e em cada meridiano existem vários pontos cutâneos com funções específicas cada um. Quando inserimos uma pequena agulha em um destes pontos ocorre uma estimulação energética desencadeando reações bioquímicas no nosso organismo. É comum o paciente, durante e após a sessão de acupuntura sentir um bem estar, uma leveza. Isto decorre devido a liberação de endorfinas pelo nosso organismo. Poderíamos dizer que os pontos de acupuntura, através dos meridianos, são a ligação com o meio interno do organismo. A localização dos pontos pode ser feita pela sensibilidade manual ou através do uso de aparelho eletrônico específico para esta finalidade. A Medicina Tradicional Chinesa vê cada ser humano como um micro-sistema que compartilha traços comuns com a Terra na qual vivemos. O universo se baseia na oposição entre duas forças antagônicas, que devem estar com igual intensidade de força para que haja o equilíbrio. Partindo desta premissa é que existem as teorias da acupuntura.

O ser vivo (humano, animal ou vegetal) possui uma energia primordial, chamada QI. Esta energia tem dois aspectos: YIN e YANG. O yin é o aspecto material e interno, já o yang é a manifestação da matéria exteriormente. O bom funcionamento (saúde) do ser depende do bom equilíbrio entre estas duas forças que são antagônicas, porém sua oposição acaba por criar um equilíbrio dinâmico. Tanto o yin como o yang tem, cada um, suas funções. Quando estão em mesmo nível energético, um controla o outro, porém quando um se sobressai em relação ao outro ocorre o desequilíbrio, ou seja, ocorre a doença. A desarmonia yin / yang pode ser causada por motivos endógenos ou exógenos. Existe uma inter-relação entre os sentimentos e os órgãos do nosso corpo.

São 14 (quatorze) os principais Meridianos, sendo 12 principais e 2 extras, ou maravilhosos; os outros, destituídos de pontos próprios, são chamados de meridianos virtuais, somente se manifestando nos estados patológicos, e os meridianos de ligação, chamados de vasos secundários. Os 12 meridianos principais são pares e simétricos bilaterais, responsáveis pelo funcionamento dos “órgãos primários”. Os 2 outros meridianos são ímpares, passam verticalmente pelo centro do corpo e têm como função regular o fluxo de energia Ki dos outros 12 meridianos.

Os princípios básicos que norteiam esse completo sistema terapêutico são: Meridianos, Yin e Yang, Cinco Elementos, Substâncias vitais, Zang Fu e Causas da desarmonia.

A acupuntura vem sendo utilizada com sucesso por tratar inúmeras patologias. Atualmente é utilizada por fisioterapeutas e médicos em clínicas de reabilitação principalmente no tratamento das diversas disfunções do corpo humano. Não apresenta efeitos colaterais proporcionando uma reabilitação mais rápida.