Miologia e anatomia da cabeça, tronco e MMSS



Definição:
É parte da anatomia que estuda os músculos e seus anexos.
O que são músculos?
São estruturas anatômicas que apresentam a capacidade de se contrair, sob estímulos.
VENTRE é a parte carnosa, constituída por fibras musculares que se contraem.
TENDÃO é a parte não contrátil e esta localizado nas extremidades dos músculos. É composto de tecido conjuntivo resistente e esbranquiçado.


Tipos de músculos:
a) Músculos da vida de relação(músculos voluntários ou estriados): Contraem-se por influência da vontade.
b) Músculos da vida vegetativa (músculos involuntários ou lisos): Não depende da nossa vontade para contrair-se, estão localizados nos aparelhos digestivo, respiratórios e genito-urinário.
Músculos Estriados:
Quanto a situação:
a) Superficiais ou Cutâneos: estão logo abaixo do tegumento, e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme, estão localizados na cabeça (crânio e face), no pescoço e na mão (região hipotenar).
b) Profundos ou Subaponeuróticos: são músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme e na maioria das vezes se insere em ossos.
Quanto à Forma:
a) Longos: quando o comprimento prodomina sobre a largura e espessura. Ex: Bíceps.
b) Largos: quando duas medidas se eqüivalem (comprimento e largura predominam sobre a espessura). Ex: Rombóide.
c) Curtos: as três medidas se eqüivalem . Ex: Quadrado Femural.
c) Leque: fibras em forma de um leque. Ex: Peitoral Maior.
d) Mistos: quando não entram na classificação de longos, largos e curtos.
Os músculos ainda podem ser unipenados (Extensor Longo dos Dedos do Pé) e bipenados (Reto Femural).
Quanto à Direção:
a) Retilíneos: músculo que não muda sua direção, converge somente numa direção. Pode ser paralelo, oblíquo ou transverso. Ex: Reto Femural e sartório.
b) Reflexo: músculo que muda sua direção durante seu trajeto. Ex: digástrico e omoióideo.
Quanto à Origem e à Inserção:
a) Origem: quando se originam de mais de um tendão. Ex: Bíceps, Tríceps e Quadríceps.
b) Inserção: quando se inserem em mais de um tendão. Ex: Bicaudados - dois tendões (Fibular Anterior) e Policaudados - três ou mais tendões (Flexor Longo dos Dedos do Pé)

Número de Músculos:
De acordo com Sappey, são 501 músculos:
* Tronco: 190
* Cabeça: 63
* Membro Superior: 98
* Membro Inferior: 104
* Aparelho da vida Nutritiva: 46

Peso dos Músculos:
Em média 3/7 do peso (sexo masculino), mas pode se tornar até 50% do peso em fisioculturistas ou ainda, segundo os avaliadores, para atletas de elite que façam algum tipo de treinamento intenso por mais de 4 horas diárias. Está porcentagem diminui com a idade.

Nomenclatura:
Há dois métodos de estudo dos músculos:
a) Fisiológico: corresponde a ação do músculo: elevador da mandíbula e extensor dos dedos.
b) Topográfico: corresponde a região onde estão localizados: músculos da cabeça e do braço.

Grupos Musculares:
São em número de nove:
* Cabeça
* Pescoço
* Membros Superiores
* Tórax
* Abdômen
* Região Posterior do Tronco
* Membros Inferiores
* Órgãos dos Sentidos
* Períneo
Anexos dos Músculos:
a) Aponeurose: é uma membrana que envolve grupos musculares.
b) Fáscia: envolve o músculo.
c) Bainha Fibrosa: são arcos fibrosos que formam canais osteo-fibrosos.
d) Bainhas Sinoviais: são membranas delgadas que lubrificam o deslizamento da tendão.
e) Bolsas Serosas: bolsas que separam os músculos.

Local de Inserção dos Músculos:
a) Ossos
b) Cútis
c) Órgãos
d) Mucosa
e) Cartilagem
f) Fáscia
g) Articulações
Tipos de Movimentos:
a) Flexão: diminuição do grau de uma articulação.
b) Extensão: aumento do grau de uma articulação.
c) Adução: aproxima do eixo sagital mediano.
d) Abdução: afasta do eixo sagital mediano.
Movimento de rotação em relação a um determinado eixo:
e) Rotação Medial: face anterior gira para dentro.
f) Rotação Lateral: face anterior gira para fora.
Membros Superiores (antebraço):
Supinação = Rotação lateral do antebraço.
Pronação = Rotação medial do antebraço.
Membros Inferiores (pé):
Eversão = Abdução (ponta do pé para fora) + Pronação (planta do pé faz rotação lateral) .
Inversão = Adução (ponta do pé para dentro) + Supinação (planta do pé faz rotação medial).

Classificação Funcional dos Músculos :
a) Agonista: quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento.
b) Antagonista: quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, seja para regular a rapidez ou potência da ação deste.


Couro Cabeludo
O Epicrânio é uma vasta lâmina musculotendinosa que reveste o vértice e as faces laterais do crânio, desde o osso occipital até a sobrancelha. É formado pelo ventre occipital e pelo ventre frontal e estes são reunidos por uma extensa aponeurose intermediária: a gálea aponeurótica.
* Ventre Occipital
Origem: 2/3 laterais da linha nucal superior do osso occipital e processo mastóide
Inserção: Gálea aponeurótica
Inervação: Ramo auricular posterior do nervo facial
Ação: Trabalhando com o ventre frontal traciona para trás o couro cabeludo, elevando as sobrancelhas e enrugando a fronte

* Ventre Frontal
Origem: Não possui inserções ósseas. Suas fibras são contínuas com as do prócero, corrugador e orbicular do olho
Inserção: Gálea aponeurótica
Inervação: Ramos temporais
Ação: Trabalhando com o ventre occipital traciona para trás o couro cabeludo, elevando as sobrancelhas e enrugando a fronte. Agindo isoladamente, eleva as sobrancelhas de um ou de ambos os lados
O Temporoparietal é uma vasta lâmina muito delgada.
Origem: Fáscia temporal
Inserção: Borda lateral da gálea aponeurótica
Inervação: Ramos temporais
Ação: Estica o couro cabeludo e traciona para trás a pele das têmporas. Combina-se com o occipitofrontal para enrugar a fronte e ampliar os olhos (expressão de medo e horror)
A Gálea Aponeurótica reveste a parte superior do crânio entre os ventres frontal e occipital do occipitofrontal.

Boca

1 - Levantador do Lábio Superior:
Origem: Margem inferior da órbita acima do forame infra-orbital, maxila e zigomático
Inserção: Substância muscular do lábio superior e asa do nariz
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Levanta o lábio superior e leva-o um pouco para frente
2 - Levantador do Lábio Superior e da Asa do Nariz:
Origem: Processo frontal da maxila
Inserção: Se divide em dois fascículos. Um se insere na cartilagem alar maior e na pele do nariz e o outro se prolonga no lábio superior
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Dilata a narina e levanta o lábio superior
3 - Levantador do Ângulo da Boca:
Origem: Fossa canina (maxila)
Inserção: Ângulo da boca
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Eleva o ângulo da boca e acentua o sulco nasolabial
4 - Zigomático Menor:
Origem: Superfície malar do osso zigomático
Inserção: Lábio superior (entre o levantador do lábio superior e o zigomático maior
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Auxilia na elevação do lábio superior e acentua o sulco nasolabial
5 - Zigomático Maior:
Origem: Superfície malar do osso zigomático
Inserção: Ângulo da boca
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Traciona o ângulo da boca para trás e para cima (risada)
6 - Risório:
Origem: Fáscia do masseter
Inserção: Pele no ângulo da boca
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial
Ação: Retrai o ângulo da boca lateralmente (riso forçado)
7 - Depressor do Lábio Inferior:
Origem: Linha oblíqua da mandíbula
Inserção: Tegumento do lábio inferior
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial
Ação: Repuxa o lábio inferior diretamente para baixo e lateralmente (expressão de ironia)
8 - Depressor do Ângulo da Boca:
Origem: Linha oblíqua da mandíbula
Inserção: Ângulo da boca
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial
Ação: Deprime o ângulo da boca (expressão de tristeza)
9 - Mentoniano:
Origem: Fossa incisiva da mandíbula
Inserção: Tegumento do queixo
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial
Ação: Eleva e projeta para fora o lábio superior e enruga a pele do queixo
10 - Transverso do Mento:
Não é encontrado em todos os corpos.
Origem: Linha mediana logo abaixo do queixo
Inserção: Fibras do depressor do ângulo da boca
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial
Ação: Auxilia na depressão o ângulo da boca
11 - Orbicular da Boca:
Origem: Parte marginal e parte labial
Inserção: Rima da boca
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Fechamento direto dos lábios
12 - Bucinador:
Importante músculo acessório na mastigação, mantendo o alimento sob a pressão direta dos dentes.
Origem: Superfície externa dos processos alveolares da maxila, acima da mandíbula
Inserção: Ângulo da boca
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Deprime e comprime as bochechas contra a mandíbula e maxila. Importante para assobiar e soprar

Nariz


1 - Prócero:
Origem: Fáscia que reveste a parte mais inferior do osso nasal e a parte superior da cartilagem nasal lateral
Inserção: Pele da parte mais inferior da fronte entre as duas sobrancelhas
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Traciona para baixo o ângulo medial da sobrancelha e origina as rugas transversais sobre a raiz do nariz
2 - Nasal (Transverso do Nariz):
Origem:
Porção Transversal - Fosseta mirtiforme e eminência canina da maxila
Porção Alar - Asa do nariz
Inserção:
Porção Transversal - Dorso do nariz
Porção Alar - Imediações do ápice do nariz
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Dilatação do nariz
3 - Depressor de Septo:
Origem: Fossa incisiva da maxila
Inserção: Septo e na parte dorsal da asa do nariz
Inervação: Ramos bucais do nervo facial
Ação: Traciona para baixo as asas do nariz, estreitando as narinas

Pálpebras



1 - Orbicular do Olho:
Este músculo contorna toda a circunferência da órbita. Divide-se em três porções: palpebral, orbital e lacrimal.
Origem: Parte nasal do osso frontal (porção orbital), processo frontal da maxila, crista lacrimal posterior (porção lacrimal) e da superfície anterior e bordas do ligamento palpebral medial (porção palpebral)
Inserção: Circunda a órbita, como um esfíncter
Inervação: Ramos temporal e zigomáticas do nervo facial
Ação: Fechamento ativo das pálpebras
2 - Corrugador do Supercílio:
Origem: Extremidade medial do arco superciliar
Inserção: Superfície profunda da pele
Inervação: Ramos temporal e zigomáticas do nervo facial
Ação: Traciona a sobrancelha para baixo e medialmente, produzindo rugas verticais na fronte. Músculos da expressão de sofrimento.

Orelha
1 - Auricular Anterior:
Origem: Porção anterior da fáscia na zona temporal
Inserção: Saliência na frente da hélix
Inervação: Ramos temporais
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para frente e para cima
2 - Auricular Superior:
Origem: Fáscia da zona temporal
Inserção: Tendão plano na parte superior da superfície craniana do pavilhão da orelha
Inervação: Ramos temporais
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para cima
3 - Auricular Posterior:
Origem: Processo mastóide
Inserção: Parte mais inferior da superfície craniana da concha
Inervação: Ramo auricular posterior do nervo facial
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para trás



Articulação Têmporo Mandibular
responsável pelos movimentos da mandíbula (fonação, mastigação).
Articulação: Fossa mandibular do osso temporal e cabeça do côndilo da mandíbula.
Principais Movimentos:
Oclusão - Contato dos dentes da arcada superior com a arcada inferior.
Protrusão - Deslocamento anterior da mandíbula.
Retrusão - Deslocamento posterior da mandíbula em direção ao osso temporal.

Músculos da ATM
1- Temporal:
Passa medialmente ao arco zigomático.
Origem: Face externa do temporal (escama), face interna do arco zigomático
Inserção: Processo coronoide e face anterior do ramo da mandíbula
Inervação: Nervo temporal (ramo mandibular do nervo trigêmio - 5º par craniano)
Ação:
Contração Unilateral - Lateralização contralateral
Contração Bilateral - Oclusão e retrusão

2- Masseter:
É o músculo mais potente da mastigação.
Origem: Borda externa do arco do zigomático
Inserção: Face externa do ângulo da mandíbula
Inervação: Nervo masseteriano (ramo do mandibular do nervo trigêmio - 5º par craniano)
Ação: Oclusão e protrusão
3- Pterigóideo Medial (Interno):
Origem: Face medial da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide
Inserção: Face interna do ângulo da mandíbula
Inervação: Nervo do pterigoideo interno (ramo do nervo facial - 7º par craniano)
Ação: Oclusão e protrusão
4- Pterigóideo Lateral (Externo):
Origem:
Cabeça Inferior - Face lateral da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide
Cabeça Superior - Asa maior do esfenóide
Inserção: Cabeça do côndilo da mandíbula e face anterior do disco articular
Inervação: Nervo do pterigoideo externo (ramo do mandibular do nervo trigêmio - 5º par craniano)
Ação:
Contração Unilateral - Lateralização da mandíbula contralateral
Contração Bilateral - Abertura e protrusão da mandíbula


Os músculos do pescoço tem como função principal mover a cabeça e o osso hióide. Os que se encontram por detrás da coluna vertebral são chamados músculos da nuca e os demais são ditos músculos do pescoço propriamente dito e dividem-se em quatro regiões:

Região Anterior do Pescoço



1 - Platisma ou Cutâneo do Pescoço:

Inserção Superior: Camada profunda da derme da região mentoniana, borda inferior do corpo da mandíbula, comissura labial e linha oblíqua externa da mandíbula
Inserção Inferior: Camada profunda da derme da região subclavicular e acromial
Inervação: Nervo Facial (7º par craniano)
Ação:
Fixo Superior - Eleva a pele do tronco superior e forma rugas transversais do pescoço
Fixo Inferior - Baixa a pele da região mandibular



Região do Osso Hióide




Músculos Supra-Hióideos

2- Digástrico:

Esse músculo possui dois ventres que estão ligados por um tendão intermediário que é preso ao osso hióide.

Inserção Superior do Ventre Anterior: Fossa digástrica da mandíbula
Inserção Inferior do Ventre Anterior: Tendão intermediário

Inserção Superior do Ventre Posterior: Processo mastóide do osso temporal
Inserção Inferior do Ventre Posterior: Tendão Intermediário

Inervação:
Nervo Facial (7º par craniano) - Ventre Posterior
Nervo Mandibular (Ramo do nervo trigêmeo - 5 par craniano) - Ventre Anterior
Ação: Eleva o osso hióide puxando-o para trás e baixa a mandíbula

3 - Estiloióideo:

Paralelo ao ventre posterior do músculo digástrico

Inserção Superior: Processo estilóide (temporal)
Inserção Inferior: Osso hióide
Inervação: Nervo Facial (7º par craniano)
Ação: Eleva o osso hióide puxando-o para trás

4 - Miloióideo:

Forma o assoalho da boca.

Inserção Superior: Linha miloióidea (mandíbula) e rafe tendinosa
Inserção Inferior: Osso hióide
Inervação: Nervo Mandibular (5º par craniano - Ramo do nervo trigêmeo)
Ação: Eleva o osso hióide, eleva a língua forçando-a para trás

5 - Genioióideo:

Inserção Superior: Espinha mentoniana (mandíbula)
Inserção Inferior: Osso hióide
Inervação: Nervo do Hipoglosso (12º par craniano)
Ação: Traciona o osso hióide para frente e para cima


Músculos Infra-Hióideos

6 - Esternocleidoióideo (Esternohióideo):

Inserção Superior: Borda inferior do corpo do osso hióide
Inserção Inferior: Face posterior do manúbrio do esterno e 1/4 medial da clavícula
Inervação: Alça Cervical (C1, C2 e C3)
Ação: Baixa o osso hióide

7 - Esternotireóideo:

Inserção Superior: Lamina da cartilagem tireóide da laringe
Inserção Inferior: Face posterior do manúbrio do esterno e 1ª cartilagem costal
Inervação: Alça Cervical (C1, C2 e C3)
Ação: Baixa o osso hióide e a cartilagem tireóide

8 - Tireoióideo:

Inserção Superior: Osso hióide
Inserção Inferior: Lâmina da cartilagem tireóide
Inervação: Alça Cervical (C1, C2 e C3)
Ação: Baixa o osso hióide

9 - Omoióideo:

Possui dois ventres e um tendão intermediário:

Inserção Superior do Ventre Superior: Borda inferior do corpo do osso hióide
Inserção Inferior do Ventre Superior: Tendão intermediário

Inserção Medial do Ventre Inferior: Tendão intermediário
Inserção Lateral do Ventre Inferior: Borda superior da escápula

Os músculos supra e infra-hióideos juntos mantém o osso hióide, propiciando base firme para os movimentos da língua

Inervação: Alça Cervical (C1, C2 e C3)
Ação: Baixa o osso hióide e puxa-o levemente para trás


Região Lateral do Pescoço



1 - Esternocleidomastóideo:

Inserção Superior: Processo mastóide e linha nucal superior
Inserção Inferior: Face anterior do manúbrio do esterno, junto a borda superior e anterior do 1/3 medial da clavícula
Inervação: Nervo Acessório (11º par craniano) e 2º e 3º nervos cervicais (plexo cervical)
Ação:
Fixo Superior - Ação inspiratória
Fixo Inferior
Contração Unilateral: Inclinação lateral e rotação com a face virada para o lado oposto
Contração Bilateral: Flexão da cabeça

2 - Escaleno Anterior:

Inserção Superior: Tubérculos anteriores dos processos transversos da C3 a C6
Inserção Inferior: Face superior da 1ª costela (tubérculo escaleno anterior)
Inervação: Ramos anteriores de 3º a 6º nervos cervicais

3 - Escaleno Médio:

Inserção Superior: Tubérculos anteriores dos processos transversos da C1 a C7
Inserção Inferior: Face superior da 1ª costela (podendo ser na 2ª costela)
Inervação: Ramos anteriores de 3º a 4º nervos cervicais e o nervo do rombóide

4 - Escaleno Posterior:

Inserção Superior: Tubérculos posteriores dos processos transversos da C4 a C6
Inserção Inferior: Borda superior da 2ª costela
Inervação: Ramos anteriores de 3º a 4º nervos cervicais e o nervo do rombóide

Ação dos Escalenos:
Fixo no Tórax
Contração Unilateral: Inclinação lateral da coluna
Contração Bilateral: Rigidez no pescoço
Fixo na Coluna - Eleva as costelas (ação inspiratória)


Região Pré-Vertebral do Pescoço



1 - Reto Anterior Maior da Cabeça (Longo da Cabeça):

Inserção Superior: Processo basilar (occipital)
Inserção Inferior: Tubérculos anteriores dos processos transversos da C3 a C6
Inervação: Plexo Cervical
Ação:
Contração Unilateral: Rotação da cabeça com a face virada para o lado oposto
Contração Bilateral: Flexão da cabeça e da coluna cervical

2 - Reto Anterior Menor da Cabeça (Reto Anterior da Cabeça):

Inserção Superior: Processo basilar (occipital)
Inserção Inferior: Massas laterais e processo transverso de atlas
Inervação: 1º nervo cervical
Ação: Aproxima a cabeça do atlas

3 - Longo do Pescoço:

* Porção Oblíquo Superior (Descendente)
Inserção Superior: Tubérculo anterior do atlas
Inserção Inferior: Tubérculo anterior dos processos transversos da C3 e C5
* Porção Oblíquo Inferior (Ascendente)
Inserção Superior: Tubérculo anterior dos processos transversos da C5 e C6
Inserção Inferior: Corpos vertebrais da T1 e T3
* Porção Vertical (Longitudinal)
Inserção Superior: Corpos vertebrais de C2 a C4
Inserção Inferior: Corpos vertebrais de C5 até T3

Inervação: Ramos anteriores dos 4 primeiros nervos cervicais
Ação:
Contração Unilateral: Flexiona a coluna cervical
Contração Bilateral: Inclinação lateral

4 - Reto Lateral da Cabeça:

Inserção Superior: Processo jugular (occipital)
Inserção Inferior: Processo transverso do atlas
Inervação: 1º ramo cervical
Ação:
Contração Unilateral: Inclinação Lateral
Contração Bilateral: Rigidez da Coluna


Região Posterior do Pescoço



1 - Esplênio da Cabeça:

Origem: Ligamento nucal (ligamento cervical) e processos espinhosos da 7ª vértebra cervical e das três primeiras torácicas
Inserção: Linha nucal superior e processo mastóide do osso temporal
Inervação: Ramos cervicais posteriores dos nervos espinhais (nervos raquídios cervicais)
Ação: Extensão, inclinação lateral e rotação da cabeça para o lado oposto

2 - Esplênio do Pescoço:

Origem: Processos espinhosos da 3ª a 5ª vértebras toracicas
Inserção: Processos transversos das 3 primeiras vértebras cervicais
Inervação: Ramos cervicais posteriores dos nervos espinhais (nervos raquídios cervicais)
Ação: Extensão, inclinação lateral e rotação da cabeça para o lado oposto

3 - Semi-Espinhal da Cabeça (Extensor da Cabeça):

Origem: Processos transversos da 1ª vértebra cervical até a 7ª torácica
Inserção: Superfície óssea entre as linhas nucais superior e inferior
Inervação: Ramos dos nervos espinhais cervicais
Ação: Extensão da Cabeça e rotação para o lado oposto (contração unilateral)

4 - Semi-Espinhal do Pescoço (Extensor do Pescoço):

Origem: Processos transversos da 2ª a 7ª vértebras torácicas
Inserção: Processos espinhosos da 2ª a 5ª vértebras cervicais
Inervação: Ramos dos nervos espinhais cervicais
Ação: Extensão do pescoço


Suboccipitais - Formam o trígono suboccipital.


5 - Reto Posterior Maior da Cabeça:

Origem: Processo espinhoso do áxis
Inserção: Linha nucal inferior
Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinhais (raquídios) cervicais
Ação: Extensão da cabeça

6 - Reto Posterior Menor da Cabeça:

Origem: Tuberosidade posterior do atlas
Inserção: Linha nucal inferior
Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinhais (raquídios) cervicais
Ação: Extensão da cabeça

7 - Oblíquo Superior da Cabeça:

Origem: Massa lateral e processo transverso do atlas
Inserção: Linha nucal inferior
Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinhais (raquídios) cervicais
Ação:
Contração Unilateral - Rotação da cabeça
Contração Bilateral - Extensão da cabeça

8 - Oblíquo Inferior da Cabeça:

Origem: Processo espinhoso do áxis
Inserção: Massa lateral e processo transverso do atlas
Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinhais (raquídios) cervicais
Ação:
Contração Unilateral - Rotação da cabeça
Contração Bilateral - Extensão da cabeça

FIGURAS

Músculos do Pescoço - Vista Anterior

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculos do Pescoço - Vista Lateral

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculos do Pescoço - Supra e Infra-Hióideos

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculos do Pescoço - Escalenos e Pré-Vertebrais

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.




O tórax se localiza na região superior do tronco, é definido anteriormente pelo osso esterno, lateralmente pelas costelas e posteriormente pela coluna vertebral.



Região Ântero-Lateral



1 - Peitoral Maior:

Inserção Medial: 2/3 mediais da borda anterior da clavícula, face anterior do esterno, face externa da 1ª a 6ª cartilagens costais, 6ª a 7ª costelas e aponeurose abdominal
Inserção Lateral: Tubérculo maior do úmero (porção superior do lábio anterior do sulco intertubercular)
Inervação: Nervo peitoral lateral e medial (C5, C6, C7, C8 e T1)
Ação:
Fixo no Tórax: Adução, rotação medial do braço, auxilia na abdução e flexão do braço até 90°. A porção esternal faz extensão e a porção clavicular faz flexão horizontal
Fixo no Braço: Eleva tronco

2 - Peitoral Menor:

Inserção Medial: Face externa da 2ª a 5ª costelas
Inserção Lateral: Processo coracóide
Inervação: Nervo do peitoral medial (C8 e T1)
Ação:
Fixo no Tórax: Deprime o ombro. Na escápula realiza rotação inferior, abdução e depressão
Fixo na Escápula: Eleva costelas (ação inspiratória)

3 - Subclávio:

Inserção Superior: Face inferior da clavícula
Inserção Inferior: Face superior da 1ª cartilagem costal
Inervação: Nervo do subclávio
Ação: Deprime e fixa a clavícula na articulação esternoclavicular, auxilia na depressão do ombro e eleva a 1ª costela

4 - Serrátil Anterior (Maior):

Passa por baixo da escápula
* Porção Superior
Inserção Posterior: Ângulo superior da escápula
Inserção Anterior: Face externa da 1ª e 2ª costelas
* Porção Média
Inserção Posterior: Borda medial da escápula
Inserção Anterior: Face externa da 2ª a 4ª costelas
* Porção Inferior
Inserção Posterior: Ângulo inferior da escápula
Inserção Anterior: Face externa da 5ª a 8ª costelas

Inervação: 5º e 6º nervos cervicais e 8º e 9º intercostais
Ação:
Fixo na escápula: Ação inspiratória
Fixo nas costelas: Abdução e rotação superior da escápula


Região Costal



Estes músculos estão localizados nos espaços intercostais (entre as costelas).

1 - Intercostais Externos (11 Pares):

Inserção Superior: Borda inferior da costela suprajacente (superior)
Inserção Inferior: Borda superior da costela infrajacente (inferior)
Inervação: Nervos intercostais
Ação: Eleva as costelas (Ação inspiratória)

2 - Intercostais Internos (11 Pares):

Inserção Superior: Borda inferior da costela suprajacente (superior)
Inserção Inferior: Borda superior da costela infrajacente (inferior)
Inervação: Nervos intercostais
Ação: Deprime as costelas (Ação expiratória)

Os músculos intercostais internos e externos se cruzam em "X". As fibras dos intercostais externos se dirigem de superior para inferior e de posterior para anterior. Já as fibras dos intercostais internos se dirigem de superior para inferior e de anterior para posterior.

3 - Supracostais (Levantadores das Costelas):

Inserção Superior: Processo transverso da C7 a T11
Inserção Inferior: Face externa da 1ª a 12ª costela
Inervação: Nervos intercostais
Ação: Eleva as costelas (inspiratório)

4 - Infracostais (Subcostais):

Inserção Superior: Face interna da costela suprajacente
Inserção Inferior: Face interna da costela infrajacente
Inervação: Nervos intercostais
Ação: Abaixa as costelas, contribuindo para a expiração

5 - Transverso do Tórax:

Inserção Medial: Face interna do esterno e processo xifóide
Inserção Lateral: Face interna da 2ª à 6ª costela
Inervação: Nervos intercostais
Ação: Reforço da parede torácica e auxiliar da expiração


Músculos Posteriores do Tórax (Dorso)



1 - Trapézio:

Inserção Medial: Linha nucal superior, ligamento nucal, protuberância occipital externa até os processos espinhosos da C6 e processos espinhosos da C7 a T12
Inserção Lateral: 1/3 lateral da borda posterior da clavícula, acrômio e espinha da escápula
Inervação: Nervo acessório (11º par craniano) e Plexo Cervical (C3 e C4)
Ação:
Fixo na Coluna: Eleva o ombro e aduz as escápulas
Fixo na Escápula:
* Contração Unilateral: Inclina a cabeça para o mesmo lado, rodando o campo de visão para o lado oposto. Na escápula faz rotação superior, adução, elevação e depressão
* Contração Bilateral: Extenção da cabeça

2 - Grande Dorsal:

Inserção Medial: Processos espinhosos das 7 últimas vértebras dorsais e todas as lombares, crista do sacro, crista ilíaca e face externa das 4 últimas costelas
Inserção Lateral: Sulco intertubercular do úmero
Inervação: Nervo Toracodorsal (C6, C7 e C8)
Ação: Adução, extenção e rotação medial do braço, baixa o ombro e auxilia na inspiração forçada

3 - Rombóide:

Inserção Medial: Processos espinhosos da C7 à T5
Inserção Lateral: Borda medial e ângulo inferior da escápula
Inervação: Nervo escapular dorsal (C4 e C5)
Ação: Adução e rotação inferior da escápula e deprime o ombro

O músculo rombóide pode ser subdividido em rombóide maior (processos espinhosos de T1 à T4 até a 2/3 inferiores da borda medial da escápula e ângulo inferior da escápula) e rombóide menor (processos espinhosos de C7 e T1 à 1/3 superior da borda medial da escápula)

4 - Levantador da Escápula (Angular da Escápula):

Inserção Superior: Processo transverso do atlas até C4
Inserção Inferior: Ângulo superior da escápula
Inervação: Nervo do elevador
Ação: Eleva a escápula e inclina a coluna para o mesmo lado da contração

5 - Serrátil Postero-Superior:

Inserção Medial: Processos espinhosos de C7 à T3 e ligamento nucal
Inserção Lateral: Borda superior e face externa da 2ª à 5ª costelas
Inervação: Ramos dos 4 primeiros nervos costais
Ação: Eleva as costelas (atua na inspiração forçada)

6 - Serrátil Postero-Inferior:

Inserção Medial: Processos espinhosos da T11 à L3
Inserção Lateral: Borda inferior e face externa das 4 últimas costelas
Inervação: 9º ao 11º nervos intercostais
Ação: Atrai para baixo e para trás as últimas costelas (ação expiratória)


Músculos da Goteira Vertebral

Paravertebrais



1 - Eretores da Espinha:

* Espinhal (+ Medial):

Origem: Processos Espinhosos de T10 a L2
Inserção: Processos Espinhosos de T1 a T8
Inervação: Nervos espinhais
Ação: Extensão do tronco e rotação para o lado oposto

* Dorsal Longo (Longuíssemos):

Cabeça:
Origem: Processos transversos de C4 a T4
Inserção: Face posterior do processo mastóide
Pescoço:
Origem: Processos transversos de T1 a T4
Inserção: Processos transversos de C2 a C6
Tórax:
Origem: Face dorsal do sacro
Inserção: Processos transversos das vértebras lombares, torácicas e todas as costelas

Inervação: Nervos espinhais
Ação:
Contração Unilateral - Lateralização do tronco
Contração Bilateral - Extensão de tronco e traciona as costelas caudalmente

* Ileocostal (+ Lateral):

Cervical:
Origem: Ângulo da 3ª à 6ª costelas
Inserção: Processos transversos de C4 a C6
Torácico:
Origem: Ângulo das 6 últimas costelas
Inserção: Ângulo das 6 primeiras costelas
Lombar:
Origem: Face dorsal do sacro
Inserção: Próximo ângulo das 6 últimas costelas

Inervação: Ramos das divisões primárias dorsais dos nervos espinhais
Ação:
Contração Unilateral - Inclinação lateral do tronco
Contração Bilateral - Extensão de tronco e traciona as costelas caudalmente

2 - Transverso-Espinhal (Multífido):

Se estende do sacro até a 2ª vértebra cervical. Ligam o processo transverso de uma vértebra com o processo espinhoso da vértebra suprajacente.

Origem: Processos transversos de todas as vértebras
Inserção: Processo espinhoso de 1 ou 2 vértebras acima
Inervação: Ramos das divisões primárias dorsais dos nervos espinhais
Ação:
Contração Unilateral - Rotação do tronco para o lado oposto
Contração Bilateral - Extensão do tronco

3 - Intertransversais:

Origem: Borda inferior do processo transverso da vértebra superior
Inserção: Borda superior do processo transverso da vértebra inferior
Inervação: Os anteriores, os posteriores e os laterais, pelos ramos das divisões primárias ventrais dos nervos espinhais; os mediais, pelos ramos das divisões primárias dorsais
Ação: Inclina o tronco para o mesmo lado

4 - Interespinhais:

Origem: Processos espinhosos da vértebra superior
Inserção: Processos espinhosos da vértebra inferior
Inervação: Ramos das divisões primárias dorsais dos nervos espinhais
Ação: Extensão de tronco





Os músculos dessa região têm por função a proteção visceral, expiração, além de colaborar com os músculos do dorso nos movimentos do tronco e na manutenção da postura ereta.

Região Ântero-Lateral do Abdômen

1 - Reto Anterior do Abdômen:

O Reto Anterior do Abdômen é um músculo poligástrico, ou seja, possui vários ventres, pois em seu trajeto apresenta três ou mais intersecções tendíneas. O músculo Reto Anterior do Abdômen está alojado num estojo aponeurótico formado pelos músculos Oblíquo Externo, Interno e Transverso do Abdômen. A aponeurose dirige-se até a região média.

Inserção Superior: Face externa e borda inferior da 5ª à 7ª cartilagem costais e processo xifóide
Inserção Inferior: Corpo do púbis e sínfise púbica
Inervação: Ramos vantrais dos 6 últimos espinhais torácicos
Ação:

Fixo no tórax: Realiza retroversão (extensão) da pelve

Fixo na pelve: Flete o tronco

Aumento da pressão intra-abdominal (Expiração, Vômito, Defecação, Micção e no Parto).

2 - Piramidal do Abdômen:

Inserção Superior: Linha alba
Inserção Inferior: Corpo do púbis
Inervação: 12º intercostal e nervo ilioipogástrico (L1)
Ação: Mantém a linha alba tensionada (melhor perceptível em gestantes)

3 - Oblíquo Externo do Abdômen:

Suas fibras se dirigem obliquamente para baixo e para frente.

Inserção Superior: Face externa das 8 últimas costelas e interdigita-se com os músculos Serrátil Anterior e Grande Dorsal
Inserção Inferior: Crista íliaca, Espinha Ilíaca Ântero-Superior, púbis e linha alba
Inervação: Ramos anteriores dos 4 últimos nervos espinhais torácicos e nervo ilioipogástrico (L1)
Ação:

Contração Unilateral: Rotação com tórax girando para o lado oposto

Contração Bilateral: Flete o tronco e aumenta a pressão intra-abdominal

4 - Oblíquo Interno do Abdômen:

Suas fibras se dirigem de baixo para cima e trás para frente.

Inserção Medial: 3 últimas cartilagens costais, linha alba, púbis e eminência íleo-púbica
Inserção Lateral: Espinha Ilíaca Ântero-Superior, 1/4 lateral do ligamento inguinal (arco crural) e crista ilíaca. Posteriormente, ele se insere nos processos espinhosos e transversos das últimas vértebras lombares
Inervação: Ramos anteriores dos 6 últimos nervos espinhais torácicos e nervo ilioipogástrico (L1)
Ação: Idem ao Oblíquo Externo, porém rota o tórax para o mesmo lado

Os músculos Oblíquo Externo e Oblíquo Interno do abdômen trabalham conjuntamente em alguns movimentos. Exemplo: quando realizamos flexão e rotação do tronco para o lado direito, o Oblíquo Externo do lado esquerdo e o Oblíquo Interno do lado direito trabalham em conjunto.

5 - Transverso do Abdômen:

É o músculo mais profundo da região ântero-lateral do abdômen. Suas fibras se dirigem horizontalmente no sentido posterior para anterior.

Inserção Posterior: Face interna e borda inferior das 6 últimas cartilagens costais, processo transverso das vértebras lombares, crista ilíaca e 1/4 lateral do ligamento inguinal
Inserção Anterior: Linha alba e púbis
Inervação: Ramos anteriores dos 6 últimos nervos espinhais torácicos e nervo ilioipogástrico (L1)
Ação: Aumento da pressão intra-abdominal


Região Posterior do Abdômen



1 - Quadrado Lombar:

Inserção Superior: 12ª costela e processo transverso da 1ª a 4ª vértebras lombares
Inserção Inferior: Crista Ilíaca e ligamento íliolombar
Inervação: 12º nervo intercostal
Ação: Inclinação lateral do tronco e baixa a 12ª costela

2 - Iliopsoas:

É um músculo que apresenta duas origens, ou seja, é um bíceps

Inserção Superior:
Psoas Maior: Corpos vertebrais de T12 à L4, discos intervertebrais, processos transversos de L1 à L4
Ilíaco: Fossa ilíaca, crista ilíaca, linha arqueada e sacro.
Inserção Inferior: Os dois ventres se unem formando um único tendão que se insere no trocânter Menor do fêmur
Inervação: Nervo Femural (L1, L2 e L3)
Ação:
Fixo no Tronco: Flexão da coxa, rotação lateral da coxa
Fixo no Fêmur : Flexão de tronco

3 - Psoas Menor:

Inserção Superior: Corpo vertebral de T12 e L1
Inserção Inferior: Eminência iliopúbica
Inervação: Plexo lombar (L2, L3 e L4)
Ação: Auxilia o músculo psoas maior


Região Superior do Abdômen



1 - Diafragma:

O Diafragma separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.

No Diafragma encontramos três orifícios: Hiato Aórtico (para a artéria aorta), Hiato Esofágico (para o esôfago) e Forame da veia cava (para a veia cava inferior)

Inserção: Face interna das seis últimas costelas, face interna do processo xifóide e corpos vertebrais da 2ª e 3ª vértebra lombar
Inervação: Nervo Frênico (C3, C4 e C5)
Ação: É o músculo mais importante da respiração (inspiração), pois diminui a pressão interna da caixa torácica permitindo a entrada do ar nos pulmões


Músculos do Abdômen - Iliopsoas

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Abdômen - Vista Interna da Parede Posterior

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


1 - Deltóide:

Inserção Superior: 2/3 laterais da borda anterior da clavícula, acrômio e espinha da escápula
Inserção Inferior: Tuberosidade deltoidea (1/2 da diáfise do úmero)
Inervação: Nervo axilar (C5 e C6)
Ação: Abdução do braço, auxilia nos movimentos de flexão, extensão, rotação lateral e medial e flexão e extensão horizontal do braço e fixa a articulação do ombro

2 - Redondo Maior (Passa internamente - entre costelas e úmero):

Inserção Medial: Metade inferior da borda lateral da escápula e ângulo inferior da escápula
Inserção Lateral: Sulco intertubercular
Inervação: Nervo subescapular (C5 e C6)
Ação: Rotação medial, adução e extensão do braço e fixação da articulação do ombro

3 - Redondo Menor:

Inserção Medial: Metade superior da borda lateral da escápula
Inserção Lateral: Face inferior do tubérculo maior do úmero
Inervação: Nervo axilar (C5 e C6)
Ação: Rotação lateral do braço e fixação da articulação do ombro

4 - Infra-Espinhoso :

Inserção Medial: Fossa infra-espinhosa
Inserção Lateral: Faceta média do tubérculo maior do úmero
Inervação: Nervo supraescapular (C5 e C6)
Ação: Rotação lateral do braço, fixação da articulação do ombro e auxilia na extensão horizontal do braço

5 - Supra-Espinhoso:

Inserção Medial: Fossa supra-espinhosa
Inserção Lateral: Faceta superior do tubérculo maior do úmero
Inervação: Nervo supraescapular (C5 e C6)
Ação: Auxilia o deltóide na abdução do braço (até aproximadamente 30°), auxilia na rotação lateral e fixa a articulação do ombro

6 - Subescapular:

Inserção Medial: Borda medial e lateral da escápula e fossa subescapular (face anterior da escápula)
Inserção Lateral: Tubérculo menor do úmero
Inervação: Nervo subescapular (C5 e C6)
Ação: Rotação medial e fixação da articulação do ombro e auxilia na extensão e abdução do braço

MANGUITO ROTADOR: A função principal deste grupo é manter a cabeça do úmero contra a cavidade glenóide, reforçar a cápsula articular e resistir ativamente e deslocamentos indesejáveis da cabeça do úmero em direção anterior, posterior e superior
* SUPRA-ESPINHOSO
* INFRA-ESPINHOSO
* REDONDO MENOR
* SUBESCAPULAR





Região Anterior

Bíceps Braquial
Coracobraquial
Braquial Anterior


Região Posterior

Tríceps Braquial

Região Anterior



1 - Bíceps Braquial:

Inserção Superior:
Porção Longa (Lateral): Tubérculo supra-glenoidal
Porção Curta (Medial): Processo coracóide (escápula)
Inserção Inferior: Tuberosidade radial
Inervação: Nervo musculocutâneo (C5 e C6)
Ação: Flexão do cotovelo, supinação do antebraço, depressão do ombro e um pequeno movimento de abdução realizada pela porção longa

2 - Coracobraquial:

Inserção Superior: Processo coracóide (escápula)
Inserção Inferior: Face medial de 1/3 médio do úmero
Inervação: Nervo musculocutâneo (C6 e C7)
Ação: Flexão e adução do braço e deprime o ombro

3 - Braquial Anterior:

Inserção Superior: Tuberosidade deltóidea e face anterior da metade inferior do úmero
Inserção Inferior: Processo coronóide da ulna
Inervação: Nervo musculocutâneo (C5 e C6)
Ação: Flexão do cotovelo


Região Posterior



1 - Tríceps Braquial:

Inserção Superior:
Porção Longa: Tubérculo infra-glenoidal (único que fica na escápula)
Porção Lateral: Face posterior do úmero (acima do sulco radial)
Porção Medial: Face posterior do úmero (abaixo do sulco radial)
Inserção Inferior: Olécrano (ulna)
Inervação: Nervo radial (C7 e C8)
Ação: Extensão do cotovelo e a porção longa faz adução do braço


Músculos do Braço - Vista Posterior
Dissecação Superficial

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Reflexo Miotático

Fisiologia da contração muscular

Toda e qualquer atividade motora é produzida pela ação de um único tipo de tecido, que constitui o músculo estriado esquelético (excetuando-se, obviamente, os movimentos produzidos pela musculatura lisa e estriada cardíaca, cuja atividade é modulada pelo sistema neurovegetativo).
Cada músculo esquelético é envolvido por uma capa de tecido conjuntivo que forma os tendões, nas extremidades do músculo. É composto por centenas de fibras musculares, que são células musculares enfeixadas em uma direção preferencial. Cada célula (ou fibra) muscular é inervada por um único axônio que se origina em um neurônio, por isso denominado neurônio motor ou motoneurônio. Os corpos celulares dos motoneurônios localizam-se no corno anterior (ventral) da medula espinal ou em núcleos do tronco cerebral que contribuem para a composição dos nervos cranianos.



A contração de um músculo é o resultado da contração relativamente independente das fibras musculares que o compõem. Um único motoneurônio pode inervar várias fibras musculares distintas de um mesmo músculo, já que seu axônio pode emitir ramificações que farão contatos sinápticos com essas diferentes fibras (sem esquecermos que uma dada fibra muscular recebe o contato sináptico de um único motoneurônio). Sem entrarmos em detalhes biofísicos e moleculares, o potencial de ação que chega ao terminal sináptico do motoneurônio leva à liberação de acetilcolina, neurotransmissor responsável pela transmissão sináptica na junção neuromuscular. A liberação e difusão de acetilcolina pela fenda sináptica levam à ativação de receptores colinérgicos na membrana pós-sináptica da fibra muscular, resultando em uma alteração da permeabilidade de canais iônicos e em uma conseqüente despolarização da membrana da fibra muscular. A geração e propagação de um potencial de ação na fibra muscular culminam com a abertura de canais iônicos seletivos ao cálcio, o qual é um co-fator essencial no processo bioquímico de contração. As miofibrilas, que preenchem a fibra muscular, constituem-se em repetições sucessivas de uma estrutura protéica, o sarcômero, que é a unidade molecular do processo contrátil. A contração muscular pode ser concebida como uma reação bioquímica semelhante a qualquer outra, mas que se caracteriza por apresentar uma estrutura espacial altamente organizada, acontecendo em uma direção preferencial, e levando a um encurtamento dos sarcômeros, das miofibrilas, das fibras musculares, e então do músculo como um todo.

Clique para ampliar

Como um mesmo motoneurônio pode inervar diferentes fibras musculares, a atividade conjunta dessas fibras estará subordinada à atividade do respectivo motoneurônio. Se esse motoneurônio for ativado e sofrer um potencial de ação isolado, todas as fibras musculares que ele inerva serão também ativadas, e realizarão uma contração isolada denominada abalo muscular. Esse conjunto composto por um motoneurônio e as respectivas fibras que ele inerva é por isso denominado unidade motora. O que lhe confere essa unidade é o fato de ou permanecer em repouso ou ser ativada por inteiro. O conceito de unidade motora é muito importante em fisiologia muscular, pois nos ajuda a entender, ao menos parcialmente, o mecanismo pelo qual o sistema nervoso controla a força de contração muscular.
Como as unidades motoras de um dado músculo podem ser recrutadas independentemente umas das outras (já que dependem da ativação de motoneurônios distintos), a força de contração pode ser graduada em função da quantidade de unidades motoras recrutadas pelo sistema nervoso em um dado instante. Além desse mecanismo de regulação da força de contração (denominando recrutamento), outro importante mecanismo é utilizado pelo sistema nervoso central. Nesse segundo mecanismo, o intervalo temporal entre potenciais de ação sucessivos que trafegam por um dado motoneurônio determina o grau de somação temporal dos abalos produzidos nas fibras musculares daquela unidade motora. Dependendo, portanto da freqüência dos potenciais de ação em um motoneurônio, as fibras musculares por ele inervadas poderão apresentar perfis de contração que vão de abalos isolados ao tétano completo, onde não se pode mais distinguir contrações isoladas, e quando o músculo desenvolve a sua máxima força de contração.

Problemas respiratórios que atrapalham o sono

Respirar pelo nariz é um desafio para quem sofre de rinite, desvio de septo e adenoide. Sem conseguir encher os pulmões do jeito normal, as vítimas dessas doenças acabam respirando pela boca, gerando muitas complicações no corpo.

Respirar pelo nariz não é só natural - faz bem para a saúde. Segundo o otorrinolaringologista Norimar Hernandes Dias, da Universidade Federal de São Paulo, quem respira pela boca corre mais risco de ter gripes, irritações na garganta e problemas dentários. "O nariz filtra o ar, o aquece e mantém úmido, depois, manda-o para os pulmões", explica.
Adenoide (carne esponjosa)

A adenoide é uma espécie de amídala localizada atrás do nariz, perto da garganta. A doença surge de constantes infecções nasais, que aumentam o tecido da região. Com isso, o ar não passa facilmente, dificultando a respiração. É comum em crianças de até 8 anos.

Tratamento
Primeiro, trate as infecções nasais com um otorrinolaringologista. Se o problema não for resolvido, indica-se a extração das adenoides, cirurgia que raspa o tecido.
Desvio de septo nasal

O septo é a cartilagem que divide o nariz em dois buraquinhos. O desvio pode ocorrer em qualquer idade, mas costuma se manifestar quando há problemas genéticos no desenvolvimento da face ou lesões mal cicatrizadas. Em alguns casos, o nariz fica torto. Sinusites crônicas e dores na garganta podem piorar o quadro.

Tratamento
O médico irá analisar se o desvio é leve, moderado ou grande antes de indicar ou não uma cirurgia.
Rinite

É a inflamação das mucosas nasais. Os sintomas mais comuns são nariz entupido, espirros e coceira na garganta e nos olhos, comumente confundidos com sinais de gripe ou resfriado. Pode causar sinusite, um outro tipo de inflamação, piorando ainda mais o estado de quem sofre de adenoide ou desvio de septo...

Tratamento
Dos três problemas respiratórios, é o que tem tratamento mais simples, feito com remédios e solução fisiológica nasal.

Síndrome de Hamman-Rich
Síndrome de Hamman-Rich (também conhecida como pneumonia intersticial aguda) é uma doença dos pulmões rara e severa, que geralmente afeta pessoas saudáveis. Foi descrita pela primeira vez em 1935 por Louis Hamman e Arnold Rich.

A síndrome HR é geralmente categorizada como uma doença pulmonar intersticial e uma forma de síndrome do desconforto respiratório do adulto.

A síndrome geralmente evolui rapidamente, exigindo hospitalização e ventilação mecânica somente alguns dias ou semanas após o surgimento dos sintomas iniciais. É uma doença idiopática (de causas desconhecidas)

A rápida progressão dos sintomas iniciais para uma falência respiratória é uma característica única da síndrome. Um raio-x que mostre síndrome do desconforto respiratório do adulto é necessário para o diagnóstico (fluido nos sacos alveolares em ambos os pulmões). Além disso, uma biopsia do pulmão que mostra uma lesão alveolar difusa é necessária para o diagnóstico. Outros exames são úteis para excluir doenças semelhantes, incluindo culturas de sangue e lavagem broncoalveolar.

Classificação da Silicose
Silicose crônica e também conhecida como forma nodular simples, é a mais comum e ocorre após longo tempo do inicio da exposição, que pode variar de dez a vinte anos, a níveis relativamente baixos de poeira. É caracterizada pela presença de pequenos nódulos difusos, menores que um centímetro de diâmetro, que predominam nos terços superiores dos pulmões. A histologia mostra nódulos com camadas concêntricas de colágeno e presença de estruturas polarizadas a luz, com a progressão da doença, os nódulos podem coalescer formando conglomerados maiores e substituindo o parênquima pulmonar por fibrose colágena, os pacientes costumam ser assintomáticos ou apresentar sintomas que são precedidos pelas alterações radiológicas.

A dispnéia aos esforços é o principal sintoma e o exame físico, a maioria das vezes, não mostra alterações significativas no aparelho respiratório, este tipo de silicose pode ser observado nas industrias de cerâmica.

Silicose acelerada ou subaguda é caracterizada por apresentar alterações radiológicas mais precoces, normalmente após cinco a dez anos do inicio da exposição, encontra-se nódulos silicoticos, semelhantes aos da forma crônica, porem seu desenvolvimento ocorre em estágios mais iniciais, com componente inflamatório intersticial intenso e descamação celular nos alvéolos. Os sintomas respiratórios costumam ser precoces e limitantes, com grande potencial de evolução para a forma complicada da doença, como a formação de conglomerados e fibrose maciça, esta silicose e observada em cavadores de poços.

Silicose aguda é a forma mais rara desta doença, está associada à exposição maciça à sílica livre, por períodos que podem variar de meses a anos, esta forma ocorre no jateamento de areia ou moagem de pedra, hitológicamente é representada pela proteinose alveolar associada a infiltrado inflamatório intersticial. A dispnéia pode ser incapacitante, podendo evoluir para a morte por insuficiência respiratória, ocorre tosse seca e comprometimento do estado geral. Ao exame físico auscultam-se crepitações difusas, o padrão radiológico é bem diferente das outras formas, sendo representados por infiltrações alveolares difusas e progressivas, muitas vezes acompanhadas por nodulações mal definidas.

Para NETTINA (1998, p.208) "as pneumopatias ocupacionais se desenvolvem lentamente (durante mais de 20 a 30 anos) e são assintomáticas nos seus estágios iniciais"

O que é hemoptise?

A hemoptise é expectoração com sangue - estrias de sangue até grande quantidade de sangue -proveniente do aparelho respiratório. O escarro tingido de sangue é bastante comum e nem sempre indica uma doença grave.

Causas:

Cerca de 50 % dos casos são devidos a infecções pulmonares, como a bronquite aguda ou bronquite crônica. Contudo, uma hemoptise abundante requer um diagnóstico rápido por parte do médico. Os tumores provocam cerca de 20 % das hemoptises . Fumantes com mais de 40 anos com hemoptise, devem ser investigados quanto à possibilidade de um câncer de pulmão.Outra doença, a tuberculose pulmonar, ainda muito comum em nosso país, também é causa de hemoptise. Um infarto pulmonar (morte de uma parte do tecido pulmonar devido à obstrução de uma artéria por uma embolia pulmonar), também poderá cursar com esse sintoma. As bronquiectasias ( dilatções anormais do brônquios pulmonares ) são outra causa . O aumento na pressão do sangue nas veias pulmonares ( hipertensão venocapilar ), com a ruptura de pequenos vasos ( como pode acontecer na insuficiência cardíaca ou na estenose da válvula mitral) , também causam hemoptise.

- Hemoptise cardíaca: é resultado ha hipertensão venocapilar dos pulmões, ou seja , há um aumento da pressão nestes pequenos vasos dos pulmões por um incapacidade do coração em bombear o sangue para o organismo, acumulando-se nos pulmões. Estes pacientes costumam apresentar dispnéia ( falta de ar ) , ortopnéia ( dispnéia ao deitar ) e dispnéia paroxísitica noturna ( aparecimento de falta de ar intensa e súbita , um tempo após o paciente deitar-se).O ecocardiograma sela o diagnóstico ao mostrar evidências de insuficiencia ventricular esquerda ou uma estenose ( estreitamento) da válvula mitral , causas cardíacas de hemoptise.

Investigação da hemoptise:

A base para o diagnóstico correto da causa da hemoptise é o exame clínico ( anamnese e exame físico). Exames complementares como a pesquisa do bacilo da tuberculose ou de células cancerígenas no escarro , radiografia ou tomografia do tórax, angiotomografia das artérias pulmonares , broncoscopia ou ecocardiograma, poderão ser necessários para uma ampla investigação.

Fonte: Portal do Coração

Como acabar com os ácaros?

Não podemos vê-los, mas eles não param de invadir a casa sem serem convidados!

Confira truques infalíveis para eliminar esses parasitas de uma vez por todas...

1. Comece pelo quarto...

- Bichos de pelúcia
Lave-os uma vez por semana e deixe-os secar ao sol.
- Cobertores e edredons
Não use a mesma colcha que cobre a cama para dormir. Reserve uma só para a noite.
- Colchão
Coloque um protetor, ou vire-o de lado todo mês. Deixe ao sol durante o dia (semanalmente).
- Guarda-roupa
Mantenha-o sempre limpo e fechado.
- Lençóis
Troque-os duas vezes por semana, nessa época do ano. Deixe-os de molho por meia hora em óleo de eucalipto e água aquecida, na proporção de 1 para 9.
- Travesseiros
Deixe-os arejar por meia hora antes de guardá-los. Se notar manchas amareladas, lave-os.

2. Limpe a sala...

- Cortinas
Se forem de tecido, lave-as todo mês.
- Móveis
Tire o pó duas vezes por semana, no mínimo. Para matar ácaros em sofás e tapetes, dilua lisofórmio em água (proporção de 1 para 9). Depois de lavados, deixe-os secar ao sol (três horas são mortais para os bichinhos).
- Rodapés
Aspire as frestas e passe um pano úmido.

3. Cuide do banheiro...

- Toalhas
Troque-as duas vezes por semana: lave e deixe secar ao sol.
- Algodão e cotonetes
Feche bem os pacotes, porque eles adoram se alojar neles.
- Infiltração ou bolor
Ao ver qualquer sinal, elimine-os.

4. A cozinha deve estar limpa e seca...

- Alimentos
Mantenha-os cobertos e vedados, e não deixe migalhas espalhadas.
- Objetos
Ácaros se escondem em armários empoeirados, panos úmidos, esponjas e superfícies de vidro. Por isso, mantenha tudo limpo e seco.
- Chão e parede
Semanalmente, passe um pano com 2 colheres (sopa) de vinagre diluído em 1 litro de água no chão e nas paredes.

DICA DO BLOG: Melhores ofertas de INALADORES e PURIFICADORES de AR


Fisioterapia respiratória na insuficiência cardíaca congestiva

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica bastante freqüente, que representa a via final comum de diversas doenças do coração. Este trabalho teve como objetivo demonstrar a eficácia do tratamento fisioterapêutico nesta patologia através das técnicas utilizadas para promover higiene brônquica bem como, para prevenir as conseqüências do imobilismo no sistema músculo-esquelético e cardiovascular.

A paciente de 83 anos, sexo feminino, com diagnóstico clínico de insuficiência cardíaca congestiva, iniciou tratamento fisioterapêutico o qual constou de oito sessões de aproximadamente quarenta minutos.

Para alcançar os objetivos utilizaram-se estratégias como: aumento do fluxo expiratório (AFE), vibrocompressão, shaking, estímulo da tosse, trocas de decúbito, posicionamento sentado, exercícios metabólicos e caminhada. No decorrer do tratamento fisioterapêutico pôde-se observar ao final das sessões, diminuição da freqüência respiratória, aumento da SatO2, ausência de tiragens, diminuição do uso da musculatura acessória e melhora do quadro de retenção de secreções, qualidade e quantidade das secreções.

A Fisioterapia pode dar uma contribuição relevante na minimização do desconforto respiratório do paciente com ICC e prevenir as alterações decorrentes do imobilismo.

Pneumotorax

A situação é conhecida há séculos em contexto de guerra. Quer as armas brancas, quer as armas de fogo, ao perfurar a parede torácica e a superfície do pulmão (pleura visceral) permitem a passagem de ar do exterior e dos pulmões para dentro da cavidade pleural, levando ao colapso do pulmão junto do seu hilo. Como a pressão dentro da cavidade pleural é inferior à pressão atmosférica, esta passagem de ar ocorre imediatamente após o aparecimento da descontinuidade.

A imagem em radiografia é completamente característica. Em contraste com o lado normal, observa-se o pulmão colapsado junto da sombra cardíaca e, entre esta densidade e a parede do tórax, percebe-se que há apenas ar, sem a textura característica dos pulmões, conforme figura.

Esta situação rara é muito bem conhecida dos médicos desde os primeiros anos dos seus estudos, por ser um caso exemplar de como os meios de diagnóstico mais simples permitem perceber o ue se passa. Como há ar interposto entre o pulmão e a parede não há condições físicas para a propagação do som.

A auscultação desse lado não encontra senão silêncio total, por contraste com o que sucede no lado oposto onde os sinais normais poderão estar mesmo exagerados.

Prevalência do pneumotórax espontâneo

Na experiência clínica dos tempos de paz, o pneumotórax está sobretudo relacionado com acontecimentos fortuitos do acaso. Na grande maioria dos doentes que encontramos nos hospitais ocorre espontaneamente, sobretudo em adultos jovens sem passado anterior de doença.

Tipicamente um jovem de 20 anos, saudável, aparece com dor intensa de um lado do tórax, de aparecimento súbito, que é mais intensa quando faz movimentos respiratórios mais profundos ou tosse. Quando chega ao hospital vem com grande ansiedade devido à dificuldade de respirar.

Nestes casos sem causa aparente dizemos que se trata de pneumotórax espontâneo. Habitualmente, há uma pequena rotura na superfície do pulmão que resolve sem necessidade de intervir a esse nível. O que fazemos é introduzir um fino dreno pelo espaço entre duas costelas e aspirar o ar com muita suavidade.


Quando é necessária a cirurgia

Quando este procedimento não é suficiente, ou há repetição do pneumotórax, são necessárias outras medidas que poderão chegar à cirurgia. O procedimento intermédio comum consiste em introduzir na cavidade pleural uma substância inerte para causar irritação da superfície e, deste modo, precipitar aderência do pulmão à parede torácica. Isto faz-se através do mesmo dreno colocado para a aspiração do ar.

Importa saber que o pneumotórax é recorrente. Uma parte importante dos doentes, mais de 20%, após o seu primeiro pneumotórax, volta um dia com o mesmo problema se o tratamento se limitar à aspiração simples do ar. É preciso chamar a atenção para essa possibilidade para que saiba lidar com o assunto da segunda vez. Na experiência médica, contudo, o problema habitual costuma ser o oposto: depois de um episódio destes, o doente fica muito sensibilizado, recorrendo ao médico por qualquer perturbação que lhes ocorra, sem nada a ver com o assunto.

Fonte: Site Médicos de Portugal

Cientistas desenvolvem pulmão em laboratório

A partir das células do tecido pulmonar de ratos, pesquisadores das universidades de Yale e Duke, Estados Unidos, desenvolveram em laboratório um pulmão que funcionou normalmente, ainda que por um período reduzido, depois de ser transplantado em um rato vivo. Levando em conta que pulmões de doadores são escassos em comparação ao número de pessoas que precisam do órgão, pois o pulmão não se regenera no organismo humano, o trabalho sugere a replicação do método para a criação de novos tecidos pulmonares. O estudofoi publicado na revista Science.

O primeiro passo dos cientistas, liderados por Thomas Petersen, do Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade de Yale, foi retirar as células e os vasos sanguíneos pulmonares dos ratinhos, que foram deixados em um suporte com outros tecidos para que suas propriedades fossem mantidas. Em seguida, os pesquisadores inseriram no pulmão de laboratório uma mistura de células epiteliais e endoteliais, que recobre o interior dos vasos sanguíneos. Dentro de poucos dias, o novo órgão já continha alvéolos, vias aéreas e pequenos vasos sanguíneos, que foram repovoados com os tipos de células apropriadas.

Quando o pulmão foi transplantado em outros ratos, o órgão "artificial" apresentou uma estrutura elástica que funcionou como um pulmão normal. Segundo os pesquisadores, para que esse método seja válido na prática clínica, as células usadas devem ser retiradas do paciente que receberá o transplante dos tecidos, mais especificamente em forma de suas próprias células-tronco.


Estresse no trabalho pode causar asma

Ter um trabalho estressante pode significar aumento de 40% no risco de
desenvolver asma. A afirmação vem de uma pesquisa realizada pela
Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

Foram 5 mil pesquisados entre homens e mulheres com idades entre 40 e
65 anos, ao longo de 8 anos de pesquisa. O estudo indica pela primeira
vez que a pressão no trabalho pode fazer com que alguém se torne
asmático. A doença, que normalmente se desenvolve na infância, tem
sido diagnosticada em adultos até então saudáveis.

Segundo os pesquisadores, houve um aumento de 40% nos casos de
incidência de asma, depois de oito anos de análises dessas pessoas que
sofriam pressões extremas - como longa jornada, baixa condição de
trabalho, horário desconfortável - em seus trabalhos.

Estudos anteriores demonstraram que o stress pode levar à liberação de
substâncias químicas que causam alergias. A equipe de pesquisadores
fez questão de enfatizar que embora os números sejam altos, o risco
absoluto da pessoa que está sobrecarregada de trabalho desenvolver
asma ainda é pequeno.

Fonte: O Dia

Embolia pulmonar é fatal em 22% das internações

A cada dez pessoas que dão entrada num hospital público por causa de embolia pulmonar (EP), pelo menos duas delas irão morrer. De acordo com o Datasus, do Ministério da Saúde, entre setembro de 2009 e agosto de 2010 (período de um ano), das 4.963 pessoas hospitalizadas no SUS, 1.087 morreram (21,9%). Apesar da alta taxa de mortalidade da doença, uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) mostrou que a embolia pulmonar é desconhecida por 78% dos brasileiros.

O levantamento foi realizado pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Dentre os 1.008 entrevistados, 39% já tinham ouvido falar da doença, mas não sabiam do que se tratava, enquanto outros 39% sequer conheciam a enfermidade.

O poder de morte da embolia pulmonar (21,9%) é maior do que o de outras doenças mais conhecidas, como o infarto agudo do miocárdio (com 12,8% de taxa de mortalidade), a tuberculose pulmonar (6,9%) e o mal de Alzheimer (18,8%).

A embolia pulmonar é uma complicação de outra doença: a trombose. O tromboembolismo venoso (TEV) ocorre quando um coágulo (trombo) bloqueia a circulação sanguínea. Quando esses trombos se fixam dentro de vasos profundos da perna, coxa ou pelve – os membros inferiores concentram 90% dos casos – a doença é chamada de trombose venosa profunda (TVP). Os sintomas mais comuns são inchaço da perna, endurecimento da panturrilha (empastamento) e aparecimento de veias e varizes.

O tratamento da TVP ocorre por meio de anticoagulantes que impedem o crescimento do trombo e a formação de novos coágulos. No entanto, se essa doença não for identificada e tratada, o trombo pode cair na corrente sanguínea e atingir o pulmão, bloqueando as artérias pulmonares – configurando a embolia pulmonar. Dependendo da obstrução provocada pelo êmbolo, os sintomas vão desde dificuldades na respiração até a morte (veja mais no infográfico abaixo).

trombose, embolia, TEV, 700 784

Riscos maiores nos hospitais

Segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta, é importante impedir a progressão da trombose e reduzir as dores e edemas para evitar sequelas e complicações, como a embolia pulmonar. O médico lista uma série de fatores de risco que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver os trombos: AVC, câncer, infarto, tabagismo, idade superior a 40 anos, reposição hormonal, quimioterapia, gravidez, pós-parto, obesidade, presença de varizes, dentre outros.

Mas a situação que aumenta de forma significativa as chances de tromboembolismo venoso são as cirurgias, em especial aquelas que reduzem a mobilidade do paciente. De acordo com a pneumologista Ana Thereza Rocha, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o TEV ocorre mais frequentemente nos hospitais.

- Uma vez no hospital, o paciente precisa alertar seu médico [sobre os fatores de risco]. E o hospital precisa identificar o risco de TEV em todos os pacientes internados.

O acompanhamento dos hospitais, no entanto, está abaixo do esperado. Ana Thereza cita um estudo chamado Endorse, que foi feito em 2008 em 32 países. No Brasil, 1.295 pacientes de 12 hospitais foram avaliados. Os resultados mostraram que, apesar de 56% deles serem candidatos a desenvolver TEV, somente 51% recebiam o tratamento adequado.

- O TEV é assintomático em 80% dos casos. As dificuldades diagnósticas são múltiplas, por isso é importante a prevenção.

Segundo o coordenador de pneumologia da Rede D'Or Hospitais, João Pantoja, os riscos não são exclusivos do período de internação no hospital. Ele afirma que, mesmo quando os pacientes que passam por cirurgia deixam o hospital, é preciso manter o acompanhamento e o tratamento adequado com anticoagulantes para impedir a formação dos trombos.

Veja o livro Tromboembolismo pulmonar

Veja o livro Reabilitação Pulmonar

Desconhecimento da população

Diante desse cenário de desconhecimento, a SBACV e a SBPT resolveram fazer o levantamento para identificar o grau de conhecimento dos brasileiros a respeito da trombose, tanto da trombose venosa profunda como de sua mais grave consequência, a embolia pulmonar.

O estudo revelou que a população não tem informações suficientes sobre a trombose e desconhecem os riscos de desenvolver a doença. Apesar de 56% da população afirmar que já ouviu falar da trombose, 57% desconhece seus sintomas e consequências. A embolia pulmonar é ainda mais desconhecida, com 78% dos brasileiros sem nenhum tipo de informação.

De acordo com Pitta, os resultados mostram que é preciso aumentar a conscientização da população sobre a doença.

- [Isso vai permitir] cobrarmos mais ações preventivas por parte dos hospitais, investir em programas de ação continuada, para identificar pacientes sob o risco de TEV no ambiente hospitalar e implementar a prevenção adequada. Estas medidas podem ajudar a evitar vários óbitos.

É consenso dos especialistas que, com a população mais informada, ela poderá interferir nos fatores de risco e alertar os profissionais de saúde sobre suas condições. Ainda assim, o diretor clínico do Hospital São Camilo, José Ribamar Branco, afirma que a responsabilidade por manter a segurança dos pacientes é das instituições de saúde.

- Os hospitais precisam gerenciar isso e identificar os pacientes de risco.

Fonte: R7

Íons

ÍON

Íon é uma partícula atômica ou um grupo de átomo dotado de carga elétrica não – nula. Chama-se Cátion, quando essa carga é positiva e ânion quando ela é negativa.


K => Potássio

É muito utilizado para fazer sabão caseiro, é encontrado como um importante nutriente vegetal, sua carência deve ser compensada com a adição ao solo dos adubos potássios, como a carnalita e a silvina.

Também usado para a dissecação de gases, para a absorção de dióxido de carbono ou dióxido de enxofre e na preparação de sabão mole.

K2CO3 - carbonato de potássio, é obtido das cinzas resultantes da combustão da madeira e de plantas terrestres.

É empregado na fabricação de sabão mole e vidro, e como fonte para a preparação de diversos sais.

KI - iodeto de potássio, empregado na medicina na fabricação de papéis e reveladores fotograficos

KCl - cloreto de potássio, usado como fertilizante e na preparação de potassa caústica ou de outros sais de potássio.

No homem ( animais superiores), o K atua sobre as membranas celulares transmitindo impulsos eletroquimicos para as fibras musculares e para os nervos. Ele equilibra a atividade dos alimentos ingeridos e a eliminação de resíduos celulares.

A carência e o excesso de potássio no organismo são altamente prejudiciais.

Na => Sódio

O principal composto formado pelo sódio é o sal de cozinha, empregado na alimentação e encontrado em grandes concentrações nos mares e oceanos.

Devido a sua alta reatividade, o sódio forma compostos com a maioria dos agentes químicos inorgânicos e orgânicos.

O NaOH =>hidróxido de sódio apresenta propriedades corrosivas e constitui a substancia alcalina (básica) de maior aplicação química.. É altamente corrosivo para tecidos animais e vegetais, As soluções alcalinas que forma quando dissolvidos em água neutralizam ácidos em vários processos comerciais:- no refino de petróleo, remove ácido sulfúrico e orgânico, e na fabricação de sabão reage com ácidos graxos. Na manufatura de celofane, papel e fibras de viscose.

O sódio metálico é aplicado em metalurgia, na manufatura de substâncias químicas, na fabricação de remédios e em lâmpadas de vapor de sódio.

Sulfato de sódio - empregado na confecção de papel Kraft e cartão, além de vidros e detergentes.

Bicarbonato de sódio - utilização em sais estomacais e um dos principais ingredientes dos extintores químicos de incêndio.

Carbonato de sódio - empregado na fabricação de vidros, detergentes e substâncias de limpeza.


Ca => Cálcio

CaCO3 - Carbonato de cálcio, entra na composição do mármore, das rochas calcárias, das gredas e dolomitas, das estalactites e estalagmites.

Ca3(PÓ4 )2 - fosfato de cálcio (apatita)

CaSO4 - sulfato de cálcio (gesso)

No corpo humano o Ca é encontrado nos dentes e ossos, e sua deficiência provoca uma malformação óssea, conhecida como raquitismo (ou falta de vitamina D que é necessária para a absorção de Ca).

Também é importante para o mecanismo da transmissão nervosa e para a Contração muscular.


Mg => Magnésio

É encontrado também na água do mar, em águas salinas subterrâneas.

O metal pode ser obtido mediante o processo eletrolítico e o sicotérmico.

O Mg é quimicamente ativo, as ligas de Mg, sobretudo com o Ale, Manganês, Zircônio, Zinco e lantamideos, tem especial na fabricação de fuselagens, motores e rodas na industria aeronáutica.


P => Fósforo

Seu papel biológico, é aparecer no osso, que atua como suporte dos compostos de Ca. Especiais interesses apresentam as fosfatases, enzimas contidas na maior parte das secreções e células do organismo humano, que intervem em processos fisiológicos das mais diversas índoles, como a precipitação de fosfato de cálcio no tecido ósseo, a síntese de proteínas nos tecidos e a absorção de fosfatos no intestino,

Fosfato - Variedade de sal formado pelo ácido

Fosfórico - Presente na natureza em alguns minerais. De largo uso em medicina e na fabricação de fertilizantes.

Adubo - Mineral e mineralogia

Mecanoterapia

Introdução

O termo mecanoterapia engloba um conjunto de técnicas de tratamento que necessitam da utilização de aparelhagem, sendo mecânicos com fins terapicos.

A utilização dos aparelhos como recurso terapêutico nas condutas fisioterapêuticas deve proporcionar aspectos de convenção de energia potencial (química, metabólica) em energia cinética (mecânica).

O objetivo de qualquer programa de exercício mecanoterapicos é a aquisição de movimento e função livres de sintomas.

A função do fisioterapeuta é ajudar as pessoas que estão com alguma limitação física a retomar suas atividades normais. Isso inclui reeducação do movimento, correção postural, a recuperação de contusões, traumas e ate mesmo o alivio de dores provocadas pela tensão do dia-a-dia.

A fisioterapia ativa é usada com mais freqüência porque é mais eficaz na recuperação das forças musculares e das capacidades funcionais de um doente.

Os tratamentos mais modernos, envolvendo diferentes profissionais, muitas vezes conseguem resultados alem do físico e auxiliam o paciente a redescobrir seu posicionamento no mundo, revertendo quadros de timidez ou de agressividade.


As necessidades Mecanoterapicas para um Tratamento

Em um paciente o primeiro item se dá pela análise de suas necessidades. Para proporcionar um trabalho de qualidade e efetivo, é imprescindível avaliar seu comprometimento, assim com quaisquer limitações funcionais e incapacidades ou deficiências resultantes. Este se faz necessário utilizando medidas de resultado, que sejam definidas como atividades mensuráveis. Um comprometimento é qualquer perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica.

O comprometimento limita ou altera a habilidade do individuo para desempenhar uma tarefa ou atividade. A limitação funcional é uma função devido a um comprometimento, não é incapacidade, mas interfere com a função normal, a incapacidade não é habilidade para realizar normalmente atividades de vida diárias (ADVs), e deficiência é a desvantagem social resultante de um comprometimento ou incapacidade que impede ou limita a pessoa em sua ocupação, ambiente e contatos sociais.


Avaliação do Paciente e Metas de Tratamento

Uma avaliação abrangente do paciente, alem de evitar que fatores importantes passem despercebidos e de permitir que sejam definidas as limitações funcionais do paciente, também influi em decisões importantes relativas ao desenvolvimento do programa de tratamento.

Após uma avaliação abrangente do paciente e da identificação de comprometimentos, limitações funcionais, incapacidades e possíveis deficiências, as metas do tratamento e os resultados funcionais são desenvolvidos e o plano de tratamento é estabelecido. No processo clinico de decisão o fisioterapeuta precisa determinar o tipo de exercício mecanoterapicos que pode ser usado para atingir os resultados funcionais previstos. As metas do exercício terapêutico incluem a prevenção de disfunção, assim com o desenvolvimento a melhora, restauração ou manutenção de:

* Força
* Resistência à fadiga e preparo Cardiovascular
* Mobilidade e Flexibilidade
* Estabilidade
* Relaxamento
* Coordenação, Equilíbrio e Habilidades Funcionais.

Sabemos que o corpo humano e os sistemas corporais individuais reagem e desenvolvem-se em resposta a forças e sobrecargas colocadas sobre eles. A gravidade é uma força constante que afeta os sistemas neuromuscular, músculo-esquelético e circulatório.

No exercício terapêutico as sobrecargas e forças são colocadas de maneira controlada, progressiva e apropriada, com finalidade de melhorar a função geral do individuo nas demandas da vida diária. Podemos ressaltar também que a educação do paciente e o desenvolvimento ativo em um plano de assistência sistemático ocorrerão somente se o paciente compreender as metas de um plano de exercícios e incorporar os conselhos e instruções do terapeuta em todos os aspectos da rotina de vida.


Amplitude do Movimento

O movimento de um segmento corporal ocorre quando os músculos ou forças externas movem os ossos. Os ossos movem-se em relação ao outro nas conexões articulares. A estrutura das articulações, assim como a integridade e flexibilidade dos tecidos moles que passam pelas articulações, afetam a quantidade de movimento que pode ocorrer entre dois ossos.

O movimento completo é possível e é chamada de amplitude de movimento, toda a estrutura da região são afetadas: músculos, fáscias, vasos e nervos.

* Amplitude de Movimento Passivo: é o movimento dentro da amplitude de movimento livre para um segmento, que é produzido inteiramente por uma força externa, não há contração muscular voluntária. A força externa pode vir da gravidade de um aparelho, de outra pessoa, ou de outra parte do individuo.
* Amplitude de Movimento Ativo: é o movimento de amplitude de movimento para um segmento, que é produzido por uma contração ativa dos músculos que cruzam aquela articulação.
* Amplitude de Movimento Ativo – Passivo: é um tipo de amplitude de movimento ativo, na qual a assistência é feita por uma força externa, manual ou mecânica, porque os músculos que realizam o movimento precisam de assistência para completá-lo.


Turnos, Freqüência e Duração de Exercícios Mecanoterapicos

Turnos são números ou quantidade de repetições máxima executada durante cada sessão de exercícios. Usualmente vários turnos de um numero especifico de repetições são executados com o paciente descansado após cada turno.

Freqüência é o numero de vezes que o exercício é realizado em um dia ou em uma semana. Muitos programas de exercícios são feitos em dias alternados ou quatro a cinco vezes por semana. Deve ser permitido um tempo adequado para recuperação da fadiga para que haja melhora.

Duração é o numero total de dias, semanas, ou meses durante os quais um programa de exercícios é realizado. Para aumentar significamente a força, um programa precisa ter pelo menos seis semanas de duração.


Uso de Equipamentos Mecânicos

Existem uma variedade de aparelhos e equipamentos mecânicos para programas de exercícios resistidos, um peso na mão pode ir adequadamente ao encontro das necessidades do paciente que executa um programa de exercícios.

Quando o equipamento mecânico é usado, o terapeuta pode medir quantitativamente a força de fundo do paciente antes de iniciar o programa de exercícios. O terapeurapeuta tem uma medida objetiva de melhora de força do paciente, devidamente com o tempo. O paciente pode ver também progressos mensuráveis. O nível de resistência aplicada durante um exercício determinado não é limitado pela força do terapeuta. O uso do equipamento também ajuda a variar um programa de exercícios mesmo nos estágios inicias de reabilitação, quando a força do paciente pode estar ainda bastante limitada.

Os equipamentos variam do simples aos complexos, pequenos e grandes, baratos e caros. A escolha do equipamento usado em programa de exercícios resistidos depende primariamente das necessidades individuais do paciente que realiza o exercício.


Princípios ao Uso do Aparelho Mecanoterapico

Para que o equipamento seja usado efetivamente e com segurança o programa de exercícios mecanoterapicos precisa ser considerado:

* A força do paciente, amplitude movimento, deformidades ósseas ou articulares, dor e integridade da pele antes de usar o equipamento;
* Determinar os tipos de exercícios que sejam mais benéficos;
* Tomar todas as precauções de segurança quando usar o equipamento;
* Certificar de que a amplitude de movimento é apropriada durante o exercício dinâmico;
* Se for preciso limitar a amplitude do movimento para proteger os tecidos em cicatrização;
* Observar e reavaliar o paciente para determinar como o programa foi tolerado;


Aparelhos Usados em Mecanoterapia

Podemos classificar as funções dos aparelhos na mecanoterapia mediante ao grau de patologia do paciente para promover o seu estado natural:

* Treino da Marcha
* Aparelhos que não promovem resistência
* Aparelhos que oferecem resistência a membros inferiores
* Aparelhos que oferecem resistência a membros superiores
* Aparelhos que promovem trações
* Acessórios

1. Treino da Marcha

1.1 Paralelas

Indicações: Hemiplegia, Paraplegia, Amputações de Membros Inferiores, Parkinson, Tabes Dorsalis, Lesões neurológicas, Lesões Articulares.

Contra Indicações: Quando o paciente não possuir boas condições para manter-se de pé.

1.2 Andador

Indicações: Hemiplegia, Amputações de Membros Inferiores, Parkinson, Tabes Dorsalis, Lesões neurológicas, Lesões Articulares.

Contra Indicações: Quando o paciente não possuir condições de se manter em pé.

1.3 Tabuas Inversora e Eversora

Indicações: Pés Cavos, Pés Valgos, Pés Varos, Entorces de Tornozelo, Bloqueio de articulares, Fraturas, Luxação, Entorces.

Contra Indicações: Artrose, Anquilose, Fraturas Recentes, Lesões Musculares, Algias de qualquer espécie.

1.4 Rampa e Escada com ou sem corrimão

Indicações: Hemiplegia, Paraplegia, Amputações de Membros Inferiores, Parkinson, Tabes Dorsalis, Lesões neurológicas, Lesões Articulares.

Contra Indicações: Quando o paciente não possuir condições de se manter em pé.

2. Aparelhos que não Promovem a Resistência

2.1 Espaldar ou Barra de LING

Indicações: Escoliose, Hipercifoses, Hiperlordoses, Articulações de Membros Superiores e Inferiores

Contra Indicações: Quando o paciente não possuir condições motoras para execução.

2.2 Escada de dedos

Indicações: Bursite Subacromial, Lesão Articular de Ombro, Lesões Neurológicas.

Contra Indicações: Ombro Congelado, Bursites Agudas, Ruptura Parcial do Manguito Rotador, Estados Álgicos de Dor, Artrites.

2.3 Tabua de Quadriceps

Indicações: Atrofia dos músculos do quadríceps, Bloqueio Articular.

Contra Indicações: Artroses da Articulação do Joelho, Não possuir força muscular para pratica de exercício ativos com ou sem resistência.

2.4 Prancha Ortostatica

Indicações: Hemiplegia, Paraplegia, Joelhos Flexos, Pés Eqüinos.

Contra Indicações: Edema de MMI, Problemas Psiquiátricos,

3. Aparelhos que Oferecem Resistência a MMI

3.1 Mesa de Delorme

Indicações: Lesões Musculares que envolvam o quadríceps, Bloqueios Articulares.

Contra Indicações: Fases agudas das afecções, Anquiloses de Joelho, Tromboflebites, Flebites, Derrames Intra- Articulares, Algias de qualquer espécie, Osteoporose, Osteopenia, Artrodese.

3.2 Bicicleta Estacionaria e Restorador

Indicações: Lesões Articulares e Musculares de Quadril, Joelho e Tornozelo.

Contra Indicações: Artrodese, Cardiopatias, Gravidez.

4. Aparelhos que oferecem resistência a MMSS

4.1 Flexor de Dedos com Molas

Indicações: Lesões Musculares das Mãos e dedos que realizam movimentos de flexão.

Contra Indicações: Lesões Neurológicas (espasticidades), Contraturas isquêmicas de Volkman.

4.2 Rolo de Punho

Indicações: Lesões Articulares de punho que realizam movimentos de Flexão e Extensão.

Contra Indicações: Artrodese

4.3 Prono Supinador

Indicações: Lesões do Músculos: Bíceps Branquial, supinador, Pronador Redondo e Pronador Quadrado, Lesões de Músculos Rotadores Internos e Externos do Ombro.

Contra Indicações: Artrodese

4.4 Halteres

Indicações: Lesões na Articulação do Cotovelo, Lesões Articulares do punho, Ombro Congelado, Bursite Sub Acromial, Atrofia de Músculos que atuam no ombro, cotovelo e Punho.
Contra Indicações: Fraturas recentes, Hipotonia, Anquiloses.

4.5 Sistema de Polias

Indicações: Luxação de Ombro, Hemiplegia, paraplegia, Artrite de Ombro, Lesões Articulares e Musculares: Ombro, Cotovelo, Punho, Coluna vertebral, Joelho e Tornozelo Articulares de Cotovelo

Contra Indicações: Fases agudas das afecções, Anquiloses.

4.6 Roda de Ombro

Indicações: Lesões Articulares e Musculares no ombro Bursite Sub-Acromial; Hemiplegia, Luxações de ombro, Fraturas de ombro.

Contra-Indicações: Anquiloses, Luxações Recidivantes de ombro, Fases agudas de afecções de ombro.

5. Aparelhos para Tração

5.1 Tração Cervical

Indicações: Cervicobraquialgias, Osteoartroses Cervicais, Hérnia de Disco.

Contra-Indicações: Problemas Respiratórios, Espondilite Anquilosante Osteoporose, Pressão Arterial elevada, Cardiopatias.

5.2 Tração Lombar

Indicações: Isquiatalgias, Lombalgias, Protusão discal, Escolioses, Osteoartrites.
Contra-Indicações: Problemas Respiratórios, Osteoporose, Osteopenia, Pressão Arterial elevada, Tóracoplastia, Extremos de idade, Anquiloses.

6. Acessórios

* Espelhos
* Thera Band
* Cordas Elásticas
* Colchonetes
* Caneleiras
* Bastões


Conclusão

A mecanoterapia, através de aparelhos mecânicos, auxilia à cinesioterapia, onde ajuda a desenvolver o movimento e retornar o pacientes as suas atividades normais perdida por causa de alguma limitação física

O terapeuta e o tratamento Mecanoterápico em incrível sintonia transforma em vida suas próprias limitações, somando estes efeitos e transcendendo os benefícios físicos em seu estado natural para o paciente.


Bibliografia

Dr. W. G. Igiggis – 1998

Centro Fisioterápico – Hospital Oxford

INTERVENÇÃO MOTORA NA SÍNDROME DE GUILLIAN-BARRÉ

Resumo

A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polirradiculoneuropatia inflamatória, de início agudo, caracterizando-se por paresia muscular flácida, simétrica, com arreflexia, em caráter ascendente, com proteína elevada em análise do líquor e estudos eletrofisiológicos evidenciando desmielinização.

A SGB caracteriza-se pelo início agudo de disfunção de nervos periféricos e cranianos. Infecções viróticas respiratórias ou disfunções motoras, ou cirurgias precedem freqüentemente os sintomas neurológicos num período aproximado de 5 dias a 3 semanas. Os sinais e sintomas incluem fraqueza simétrica rapidamente progressiva, abolição dos reflexos tendinosos, diplegia facial, paresia orofaríngea e respiratória e distúrbio da sensação nas mãos e pés. A condição piora durante alguns dias a 3 semanas, seguindo-se um período de estabilidade e depois melhoras graduais até uma função normal ou praticamente normal. A plasmaférese precoce ou a perfusão endovenosa de homoglobulina humana acelera a recuperação e diminui a incidência de distúrbio neurológico duradouro.

O tratamento da SGB é de forma geral, intensivo e imediato, tendo como protagonizante a fisioterapia que ira interferir diretamente no resultado de melhora do paciente, sendo na maioria das vezes essa intervenção ainda nos centros de terapia intensiva.

Palavras chave: Síndrome, Guillian-Barré

Abstract

The Sindrome of Guillain-Barre (SGB) and a inflamatoria polirradiculoneuropatia, of acute beginning, characterizing itself for flacida, simetrica muscular paresia, with arreflexia, in carater ascending, with protein raised in analyzes of the liquor and eletrofisiologicos studies evidencing desmielinização.

The SGB is characterized for the acute beginning of disfunção of perifericos and cranianos nerves. Respiratorias viroticas infections or motor disfunções, or surgeries frequently precede the neurologicos symptoms in one periodo approached of 5 days the 3 weeks. The signals and symptoms include gradual, abolition of the tendinosos consequences, diplegia weakness quickly simetrica face, paresia orofaringea and respiratoria and disturbio of the sensation in the hands and pes. The condition worsening during some days 3 weeks, following itself one periodo of stability and later gradual improvements until a normal or practically normal function. Plasmaferese precocious or the endovenosa perfusão of homoglobulina human being speeds up the recovery and diminishes the incidence of lasting neurologico disturbio.

The treatment of the SGB and general, intensive and immediate form, having as protagonizante the fisioterapia that anger to directly intervene with the result of improvement of the patient, being in the majority of the times this intervention still in the centers of intensive therapy.


Introdução

Em 1859, Landry delineou pela primeira vez as características de uma fraqueza muscular ascendente sem amiotrofia. Em 1916, Guillain, Barre e Strohl descreveram as alterações clínicas, eletrofisiológicos e o aumento de proteína no liquor. (Fonseca, 2002)

Por muitos anos, as síndromes descritas por Landry, Guillain e Barre foram consideradas distintas. As características liquóricas, dissociação proteinocitológicas, permitiram a distinção entre outras polineuropatias e a poliomielite. Apresentava elevada taxa de mortalidade em decorrência da paralisia de músculos respiratórios. Com a introdução da ventilação mecânica nos anos 50, a mortalidade caiu. (Fonseca, 2002)

Trata-se de uma neuropatia axonal motora aguda e é a causa mais comum de paralisia generalizada. Ocorre inflamação de nervos periféricos e não periféricos, caracterizada patologicamente por infiltração de linfócitos e macrófagos e por destruição medular. Tipicamente os sintomas iniciam-se com paralisia distal e fraqueza nos membros inferiores. A fraqueza vai progredindo para os membros superiores e comumente há dores nos músculos longos de membros inferiores ou da região dorsal. A síndrome vai progredindo até atingir a musculatura respiratória, movimentos oculares, causando também disfagia e disfunção autonômica. Apresenta-se com paresia, arreflexia, flacidez simétrica, afasia e oftalmoplegia.(Tonel, 2005)

A síndrome ocorre por uma reação imunomoduladora desencadeada por infecção bacteriana ou viral prévia. Os agentes mais comumente associados são Epstein-Barr, Varicela Zoster, HIV, Citomegalovirus e Campilobacter. Os organismos infecciosos agem nos nervos periféricos e desencadeiam respostas auto-imunes que vão causar a degeneração axonal. (Fonseca, 2002)

A doença evolui para insuficiência respiratória aguda em 15% dos casos, necessitando de ventilação mecânica. Causa déficit neurológico permanente em 5 a 10% dos casos. Ocorre também disfunção do sistema nervoso autônomo e a estimulação pode desencadear taquicardia, disritmias e parada cardíaca. A morbidade é de 20% e a mortalidade de 10%, causada por Ceci, tromboembolismo pulmonar, SARA e cardiopatias. (Fonseca, 2002; Cecatto, 2003)


Incidência

A SGB afeta a ambos os sexos de qualquer idade, com seu pico dos 20-50 anos, é encontrada no mundo todo em qualquer época do ano. Sua causa é desconhecida, apesar de autoridades atuais considerarem-na como sendo provocada pela hipersensibilidade ou alergia a vírus ou alérgenos desconhecidos e sua incidência é de 1 a 2 casos em cada 100.000 pessoas. Os sintomas podem progredir por uma ou várias semanas até que a moléstia atinja o seu "pico", passando então a regredir gradativamente.(Downie, 2000 e Umphred, 2004).


Fisiopatologia

O tecido nervoso central compreende basicamente dois tipos celulares: os neurônios e as células gliais ou neuróglia, que no sistema nervoso periférico passam a ser denominadas de células de Schuwan . O neurônio é a sua unidade fundamental, com função básica de receber, processar e enviar informações. A neuróglia compreende células que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neuronal e defesa. (Machado, 2004).

As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes fibras nervosas mielinizadas, com origem nos grandes motoneurônios dos cornos anteriores da medula espinhal já os neurônios são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica, qual seja, modificações do potencial de membrana. Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial. O principal envoltório da fibra nervosa é a bainha de mielina, que funciona como isolante elétrico.(Machado, 2004 e Guyton, 2002).

Em razão de um potencial de ação ser um evento do tipo "tudo ou nada" e ser constantemente renovado, o potencial de ação que chega ao terminal axônico é idêntico ao potencial de ação original iniciado na proeminência do axônio. A velocidade de propagação ou de condução de um potencial de ação depende principalmente do diâmetro do axônio e da presença de uma bainha de mielina.(Cohen, 2001).

As lesões fisiopatológicas predominantes resultam da infiltração multifocal da bainha de mielina por células inflamatórias mononucleares autoimunes. (Bruck, 2000)

A bainha de mielina como a própria membrana que a origina, é composta basicamente de lípides e proteínas, salientando-se a riqueza em fosfolípides.(Machado, 2004).

A Síndrome de Guillan-Barré ou polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória aguda é a forma mais comum da doença que afeta as raízes dos nervos periféricos, levando à neuropatia motora e à paralisia flácida. (Umphred, 2004).

Em 50% dos casos, o início dos sintomas é precedido por uma suave infecção respiratória ou gastrointestinal.Recentes estudos na complexa patogênese das polirradiculoneuropatias inflamatórias desmielinizantes têm demonstrado associações significantes às reações auto-imunes, como auto-anticorpos contra os constituintes da mielina, bem como contra os gangliosídeos e glicolipídeos das membranas axonais e mielinais (Umphred, 2004 e Downie, 2000).

Devido ao dano da bainha de mielina, a propagação saltatória do potencial de ação é perturbada, resultando em velocidade condutora lenta, dissincronia de condução, condução perturbada de impulsos de alta freqüência ou completo bloqueio da condução, um exemplo é a forma variante a neuropatia axonal motora aguda que, assim como a Síndrome de Guillan-Barré, tem um prognóstico positivo. Formas menos comuns são a neuropatia motora aguda e a neuropatia axonalsensorial, que tem um prognóstico menos positivo (a qual alguns consideram ser um tipo distinto de neuropatia periférica), além da síndrome de Miller-Fischer, com sintomas primários nervo-craniais, ataxia e arreflexia. Segundo Umpherd, a remielinização começa dentro de 2 a 3 semanas após o processo de desmielinização aguda, onde as células de Schwann se proliferam e a inflamação se resolve.(Umphred, 2004).


Características Clínicas

A Síndrome de Guillan-Barré se apresenta como uma polineuropatia aguda desmielinizante (85% a 90% dos casos) neuropatia axonal aguda sensitivo motora, neuropatia axonal aguda motora ou síndrome de Miller Fisher (caracterizada por oftalmoparesia, afasia, arreflexia, e leve fraqueza muscular, acometendo inicialmente os membros superiores). (Fonseca, 2002).

Normalmente de 20 a 30% dos pacientes podem precisar de ventilação assistida devido à paralisia ou da fraqueza da musculatura intercostal e diafragmática. (Umphred, 2004).

Aproximadamente 50% dos pacientes desenvolvem algum envolvimento de nervos cranianos, principalmente fraqueza muscular facial, e ainda envolvimento orofaríngeo e oculomotor. Os sintomas neurológicos aparecem subitamente e param de progredir, em média, em uma a três semanas, quando aproximadamente 20% dos pacientes vão necessitar de ventilação mecânica, 40% estarão retidos no leito, 20% vão andar apenas com assistência, 10% poderão andar, mas não correr, e 10% terão apenas sintomas leves. Em seguida, passam por uma fase de estabilização e melhoram lentamente. Alguns sintomas sensoriais, como hiperestesias distais, parestesias (formigamento, queimação), dormência, senso vibratório ou senso de posição são comuns, mas não são progressivos ou persistentes. Estas perturbações sensoriais freqüentemente têm um padrão que vai das extremidades distais até as proximais, mais do que a distribuição dermatomal da perda. (Umphred, 2004 e Fonseca, 2002).

Em alguns estudos realizados com paciente entre 1949 e 1984, cerca de 55% relataram que sentiam dor precedente à doença ou bem antes do seu início, entretanto paralisia de nervos cranianos pode aparecer em qualquer fase da doença. A paralisia facial (sétimo) é mais comum, seguida da paralisia do nervo acessório (décimo primeiro). Outra paralisia freqüente, e que deve ser atentamente pesquisada, é a do nono e do décimo nervos cranianos, devido a distúrbios de deglutição e ao risco de aspiração pulmonar. (Fonseca, 2002 e Umphred, 2004).

Na maioria dos pacientes, a paralisia é acompanhada de dor ou parestesia. A dor pode ser muscular ou de origem nas raízes nervosas inflamadas, atingindo os membros inferiores, flancos e costas. A dor é pior no início do quadro, e melhora progressivamente durante dois meses. (Fonseca, 2002).

A dor foi identificada como um sintoma significante. Geralmente a dor é muscular, simétrica e relatada mais freqüentemente nos músculos volumosos (glúteos, quadríceps, e tendões dos isquiotibiais) e menos freqüentemente na parte inferior da perna e extremidades superiores. (Umphred, 2004).

A deficiência motora pode variar de fraqueza suave da musculatura da extremidade inferior distal até paralisia total da musculatura periférica, axial, fascial e extra-ocular. (Tonel, 2005).


Diagnóstico

A síndrome de Guillain-Barré (SGB) ou polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória aguda é a forma mais comum da doença que afeta as raízes dos nervos e os nervos periféricos, levando á neuropatia motora e á paralisia flácida.(Humphred, 2004).

A historia característica de desenvolvimento subagudo de uma neuropatia motora ou sensitivo motora simétrica após uma doença viral, parto ou cirurgia, juntamente com lentificação da condução e elevado conteúdo de proteínas no LCR com contagem celular normal, definem a SGB.(Rowland, 2002; Grzesiuk, 1999).

Uma forma variante é a neuropatia axonal motora aguda que, assim como a SGB, tem um prognostico positivo. Formas menos comuns são a neuropatia motora aguda e a neuropatia axonal sensorial, que têm um prognostico menos positivo (a qual alguns consideram ser um tipo distinto de neuropatia periférica), aproximadamente 27% dos pacientes com SGB não têm nenhuma doença precedente identificada. E seu diagnóstico é essencialmente clinico e depende da historia precedente da infecção, entorpecimento e formigamento, progressão de fraqueza, dor na coluna, e os achados de paralisia facial ou fraqueza de membro, e reflexos deprimidos ou ausentes. O diagnostico pode ser difícil nas fases precoces. Por causa disto pode-se suspeitar que muitos dos pacientes simplesmente estariam ansiosos ou histéricos, e o paciente pode não ser encaminhado ao hospital, e então, aparecer de maneira súbita a fraqueza e desenvolver a paralisia respiratória durante a noite em casa. Deve-se suspeitar sempre dessa doença a fim de prevenir estas tragédias, e essa responsabilidade é do médico geral. .(Rowland, 2002, Humphred, 2004 e Fonseca, 2002).

As principais doenças a serem diferenciadas da SGB eram a polineuropatia diftérica e a poliomielite anterior aguda. A polineuropatia diftérica geralmente pode ser diferenciada pelo longo período de latência entre a infecção respiratória e o aparecimento da neurite, a freqüência da paralisia da acomodação e a evolução relativamente lenta dos sintomas. A poliomielite anterior aguda era diferenciada pela simetria da paralisia, sinais de irritação meníngea, febre e pleocitose liquórica..(Rowland, 2002).

Pacientes com C jejuni e CMV tendem a Ter formas axonais da doença.Outros pesquisadores constataram que polineuropatias axonais são mais freqüentemente relacionadas com causas tóxicas e metabólicas, como diabetes, abuso de álcool, e menos freqüentemente com exposições crônicas a metais pesados e toxinas domésticas ou industriais. A polirradiculoneuropatias inflamatórias desmielinizantes têm demonstrado associações significantes às reações auto-imunes, como auto-anticorpos contra os constituintes da mielina, bem como contra os gangliosídeos e glicolipídeos das membranas axonais e mielinais. Áreas irregulares da desmielinização aparecem ao longo dos nervos periféricos e das raízes dos nervos com os axônios poupados, exceto em casos graves.Os processos inflamatórios também podem ser vistos nas raízes dorsais e nos gânglios autônomos.Dentro de 2 a 3 semanas do processo de desmielinização aguda, as células de Schwann se proliferam, a inflamação se resolve, e a remielinização começa.A proteína do fluido cerebrospinal freqüentemente se eleva depois de vários dias ou na Segunda semana da doença.

Estudos de condução de nervos geralmente são anormais na SGB, com redução da velocidade de condução motora e sensitiva. A função lombar normalmente é executada para confirmar o diagnostico; tipicamente a proteína de CSF é encontrada em concentração elevada. Outras investigações executadas habitualmente incluem hemograma, taxa de sedimentação de eritrócitos, eletrólitos de soro, creatinina e uréia, glicose sangüínea, e teste sorológico para HIV e doença de Lyme. (Tonel, 2005).

Outras condições que deveriam ser incluídas no diagnostico diferencial do paciente com uma paralisia progressiva aguda, incluem lesões de cordão espinhal, miastenia gravis, poliomielite, hypokalaemia adquirida, paralisia periódica, poliomiosite e botulismo. (Tonel, 2005).


Prognóstico

Os sintomas geralmente são mais graves em aproximadamente 1 semana no início, mas podem evoluir por 3 semanas ou mais. A morte é rara, mas pode ocorrer após pneumonia por aspiração, embolia pulmonar, infecção intercorrente ou disfunção autonômica. O índice de recuperação varia. Em alguns casos é rápida, com restauração da função normal em algumas semanas. Na maioria dos casos a recuperação e lenta e incompleta por muitos meses. A recuperação é acelerada pela instituição imediata da plasmaférese ou da terapia imunoglobulínica endovenosa (IGIV). Tanto a plasmaférese (PF) como a IgEv promovem efeito imunorregulador temporário.Em séries de pacientes não tratados, cerca de 35%dos pacientes apresentam uma permanente hiporreflexia residual, atrofia e franqueza dos músculos distais ou paresia facial. Uma doença bifásica, com recuperação parcial seguida de recidiva, está presente em menos de 10% dos pacientes. A recorrência após recuperação total ocorre em cerca de 2% dos pacientes e alguns fatores estão relacionados com pior prognóstico, entre eles, destacam-se: história prévia de infecção pelo Campylobacter ou diarréia, evolução para tetraparesia em quatro dias, paralisia dos membros superiores, necessidade de ventilação mecânica e degeneração axonal severa. A mortalidade fica em torno de 6%.(Fonseca, 2002, Rowland, 2002 e Dourado, 1998).


Tratamento

Intervenção médica

Devido à possibilidade de rápida deteriorização, todos os pacientes com diagnostico presuntivo de síndrome de Guillain-Barré (SGB), devem ser internados em salas de vigilância intensiva para observação hospitalar. A admissão em centros de terapia intensiva são necessário em 40 % dos casos (Fonseca, 2002).

O manejo da função respiratória deve incluir a permeabilidade das vias aéreas, e a capacidade do paciente em tossir e expectorar. A monitoração respiratória deve ser clínica, laboratorial e espirométrica. A insuficiência respiratória é mais provável em pacientes com fraqueza de membros superiores (MMSS) e principalmente naqueles com acometimento Bulbar. Nestes casos, esses pacientes devem ser monitorizados, avaliando-se a sua capacidade vital e caso ocorra redução desta pela metade, deve ser considerada a intubação e a ventilação mecânica. A necessidade da ventilação mecânica (VM) possui critérios para ser iniciada, são eles: Capacidade vital menor que 15 ml / Kg, paralisia Bulbar, hipoxemia e ou hipercapnia, pressão inspiratória máxima menor de 20cm de água e na gasometria arterial, pode ser evidenciada a retração de CO2 secundária á hipoventilação, apesar da a alteração não ser precoce (Verdecia, 2001 e Torres, 2003)

O monitoramento a cerca da pressão arterial, do rítimo cardíaco, uma vez que pacientes gravemente afetados quase sempre apresentam taquicardia sinusial e estão sob o risco de desenvolverem arritmias cardíacas severas, inclusive a sistolica. A monitoração eletrocardiográfica é totalmente recomendada (Fonseca, 2002), Entretanto deve-se ter muito cuidado com o uso de drogas vasoativas e sedantes, pois, a disartonia pode exagerar a resposta hipotensiva destas drogas (Salter, 2001).

A retenção urinária pode ocorrer, sendo necessária a introdução de sonda vesical, a fim de minimizar o comprometimento do trato gênito-urinário (Torres, 2003).

A dor pode ser controlada por analgésicos comuns, entretanto, alguns pacientes podem necessitar de corticosteróides (Fonseca, 2002).

Além dos cuidados de apóio intensivo solicitado, dois tratamentos baseados em drogas especificas estão sob investigação por suas habilidades em diminuir a duração da dependência do respirador e do tempo de início da melhora. Diversos estudos têm focalizado o valor da troca do plasma (Plasmaférese), como um moderador da gravidade da doença e evidenciam que a plasmaférese com a retransfusão dos elementos formados para o sangue diminuem o tempo do paciente sob a necessidade de VM. A técnica permite a retirada seletiva do plasma da circulação, desta forma, ela retira ou dilui os fatores relacionados á patogenia da SGB. Ela é eficaz nas duas primeiras semanas de doença e apresenta como desvantagem o alto custo e a baixa disponibilidade, além de promover efeitos colaterais como a instabilidade hemodinâmica. (Umphred, 2004)

A imunoglobina intravenosa (IGIV) vem sendo considerada uma terapêutica promissora em várias desordens que possuem uma causa provável auto-imune, além disso, tem a vantagem do baixo risco e fácil administração. Ela possui eficácia semelhante a da plasmaférese e o uso combinado dos dois tratamentos não acrescenta vantagens. Existem várias evidencias que a imunoglobulina pode modular o sistema imune em vários níveis, pois penetra facilmente no liquor. A velocidade de infusão deve ser lenta e seus efeitos colaterais podem incluir: Mialgia, desconforto torácico, fadiga, febre, dor de cabeça, infarto cerebral, eczema nas mãos e necrose tubular renal. Normalmente os sinais e sintomas desaparecem após a retirada da medicação. (Umphred, 2004).

Intervenção Fisioterapêutico

A fisioterapia ajuda a evitar atelectasias, escaras de decúbito e retração muscular, contudo no tratamento da SGB torna-se necessário à intervenção de equipe multidisciplinar como a avaliação fonaudiologica que ajuda a diagnosticar distúrbios da deglutição. Atenção especial deve ser dada á hidratação adequada e á nutrição. A nutrição enteral e, mais raramente a parenteral podem ser necessárias. (Fonseca, 2002).

Em muitas situações, os terapeutas realizam procedimentos de testes manuais dos músculos (TMM) testando os grupos de músculos funcionais. Na SGB, entretanto, é importante testar a força muscular e a ADM o mais especificamente possível, de modo que o curso de progressão ou melhora do paciente possa ser rasteado, que os possíveis padrões que levam ás contraturas possam ser previstos e evitados, e o nível apropriado de exercício possa ser implementado. Mudanças na condição do paciente devem ser monitoradas com avaliações seriais de TMM e ADM, testes sensoriais e avaliações da condição funcional deverão ser realizados, mas criteriosamente para não cansar o paciente.(Humphred, 2004).

Intervenção motora

Um programa de posicionamento para o paciente dependente é a primeira linha de defesa. O fisioterapeuta deve arrumar um cobertor especial ou uma unidade que mude, constantemente, a pressão dentro do colchão, ou mude a posição do paciente, ou seja, projetada para espalhar pressão por toda a superfície. Em alguns casos é necessário alternar as posturas dos pacientes, tirando-o das posições flexionadas de hora em hora.

Como parte do programa de posicionamento completo o terapeuta deve considerar o melhor modo de manter a posição fisiológica das mãos e pés. A pesquisa tem mostrado que o alongamento continuo suave mantido por no mínimo 20 minutos é mais benéfico do que os exercícios mais fortes de alongamento rápido. Portanto, a utilização de talas para posicionamento prolongado é melhor para a manutenção do índice funcional do que pequenas arrancadas de alongamentos passivos intermitentes. (Humphred, 2004)

O início do encurtamento do tecido conectivo em resposta á imobilização é muito rápido. Para ser efetivo um programa de amplitude de movimento (ADM) deve incluir tanto movimentos acessórios quanto fisiológicos para aumentar a circulação, proporcionar lubrificação para as articulações e manter a extensibilidade do tecido capsular, muscular e do tendão.(Humphred, 2004).

Warren sugere que o alongamento seja combinado com a temperatura terapêutica tolerável mais alta (45º c). Ele recomenda também que a aplicação de alongamentos seja de longa duração, que seja utilizadas forças moderadas, que a temperatura dos tecidos seja elevada antes do alongamento e que o alongamento do tecido seja mantido por no mínimo 8 a 10 minutos enquanto o tecido estiver esfriando ( o calor não deve ser utilizado em paciente com deficiência sensorial).

Alongamento para ADM de todas as articulações envolvidas deve ser realizado pelo menos duas vezes ao dia e mais freqüentemente se o paciente não tiver movimento ativo. Os pacientes devem ser estimulados a mover-se ativamente sem causar dor ou cansaço. Os autores ainda destacam a massagem como outro recurso que pode desempenhar um papel positivo na manutenção da mobilidade do tecidos musculares na nutrição do tecido. O uso da massagem em pacientes com SGB não foi relatado, entretanto, faz sentido o fato de a massagem ser um acessório útil aos exercícios de ADM em pacientes que não têm hipersensibilidade ao toque, disestesias ou dor muscular. (Fonseca, 2002 e Torres, 2003).

A regra no desenvolvimento de um programa de exercícios para pacientes com SGB é evitar que a fadiga dos músculos ocorra e fazer com que os períodos de descanso sejam freqüentes (Fonseca, 2002).

Apesar de muitos pacientes com SGB se recuperarem da paralisia, o curso e a média de recuperação podem variar significativamente entre os pacientes. A força geralmente retorna em um padrão descendente – o conceito mais importante a ser lembrado na elaboração de um programa de exercícios é que o exercício não ira melhorar nem acelerar a regeneração do nervo, tampoucoira influenciar a taxa de reinervação durante o processo de reabilitação. O maior objetivo da administração terapêutica, deve ser manter o sistema musculoesquelético do paciente em ótimo estado, para evitar sobrecarga e contribuir com o processo de recuperação, para obter a função máxima conforme a reinervação ocorre.(Humphred, 2004).

Intervenção Respiratória.

Para os pacientes com paralisia respiratória e ou Bulbar, o contato inicial do fisioterapeuta pode ser na unidade de tratamento intensivo. Portanto o terapeuta deve estar preparado para aconselhar a equipe de enfermagem e de médicos sobre a necessidade de testar os níveis de saturação de oxigênio e a capacidade vital. (Verdecia, 2001).

Os objetivos do tratamento estão relacionados com o aumento da ventilação ou oxigenação, com a diminuição do consumo de oxigênio, com o controle de secreções e com a melhora de tolerância aos exercícios. (Humphred, 2004).

Equipamento adaptável e órteses

O prudente uso de dispositivos ortéticos e equipamentos adaptáveis devem ser considerados como parte integrante do processo de reabilitação. O propósito dos dispositivos ortéticos e adaptáveis são: proteger as estruturas enfraquecidas contra a distensão excessiva e o uso abusivo e facilitar as AVDs dentro dos limites da habilidade atual do paciente. Esses dispositivos ostéticos devem ser implementados e descontinuadamente baseados em avaliações seriais de força, ADM e necessidade funcional.

Apesar de a maioria do pacientes com SGB ter uma recuperação funcional completa, muitos apresentam fraqueza residual mais prolongada na panturrilha e, mais comumente, na musculatura da parte anterior, a qual exige o uso de uma órtese de tornozelo-pé (AFO). Outro aspecto relevante é que muitos pacientes precisarão de cadeira de rodas durante vários meses até que a força e a resistência melhorem. Conforme a força retorna, os pacientes convalescentes de uma paralisia grave podem precisar mudar de uma cadeira de rodas com encosto alto e reclinável e com descanso para a cabeça para uma cadeira leve e de manobra fácil, sendo este um dos dilemas do terapeuta, bem como, se o dispositivo deverá ser comprado ou alugado, variando de acordo com a progressão do paciente. Enquanto mudam da mobilidade da cadeira de rodas para uma movimentação independente, os pacientes geralmente progridem das barras paralelas para um andador com assento que permita freqüentes descansos, e depois para muletas ou bengala. (Humphred, 2004).

A dor

Em diversos estudos alguns pacientes com Neuropatias tiveram suas dores diminuídas depois de utilizar-se estimulação elétrica transcutânea (TENS). Apesar de não haver nenhum estudo relacionado, ao efeito do TENS, especificamente sobre a dor associada á SGB, esse pode ser uma opção de tratamento em pacientes cuja dor não é controlada com movimento passivo ou medicações.(Humphred, 2004).


Relato de Caso

NANCY

Nancy, uma menina de 16 anos com um histórico de repetidas hospitalizações por causa de asma, deu entrada no hospital com formigamento nas mãos e nos pés e com dificuldade respiratória leve. Como a equipe pensou que havia um componente emocional significante por causa de seus ataques de asma, suas repetidas reclamações sobre parestesias, as dores musculares e a fraqueza foram bastante ignoradas ou atribuídas aos seus ataques de ansiedade. No dia posterior a sua chegada, Nancy começou a cambalear enquanto andava e tornou-se extremamente agitada e histérica, gritando que estava morrendo e não podia respirar. Uma avaliação médica mostrou uma evidente respiração difícil, uma radiografia normal do tórax e a capacidade vital diminuída. Ela não foi cooperativa durante o teste de força, apesar de a força ter sido estimada dentro dos limites normais exceto para a força dos dosiflexores e eversores aproximadamente satisfatório + (3+) e bom (4) para força dos plantiflexores. Ela ficou muito perturbada quando seus pés foram tocados.

Por causa de seu histórico psicológico, ela foi encaminhada para avaliação psiquiátrica e colocada sob medicação ansiolitica. Duas horas mais tarde ela sofreu uma parada respiratória e foi entubada e mantida sob respiração mecânica. Durante os três dias seguintes, ela desenvolveu uma quadriplegia flácida e em cinco dias, teve um envolvimento completo dos nervos cranianos. Nancy foi tirada da respiração mecânica depois de 29 dias, em seguida, diversos episódios de pneumonia ocorreram. Após a extubação ela apresentou problemas na deglutição e na fala que só foram resolvidos quando saiu do hospital, 3 meses depois de sua entrada. Durante o estagio agudo, colocaram-se sondas nela, por causa de retenção urinaria, e ela foi tratada por obstrução intestinal. A sensação era normal à percepção de mudanças de temperatura e pressão profunda.

A propriocepção foi diminuída nos tornozelos, joelhos e dedos. Parestesias e hiperestesias agravadas por toque suave foram apresentadas em um padrão de perda de percepção das extremidades distais para as proximais tanto nas mãos quanto nos pés.

O tratamento fisioterapêutico de Nancy começou na unidade de tratamento intensivo (UTI). Apesar de seu tratamento de drenagem postural ter sido realizado utilizando técnicas terapêuticas respiratórias em conjunto com a medicação aerossol por meio de pressão positiva intermitente, os fisioterapeutas iniciaram um período de técnicas de alongamento do tórax de acordo com um programa de ADM meticuloso realizado duas vezes por dia por terapeuta e nos turnos da tarde e da noite por uma enfermeira. Pediu-se um colchão de alivio de pressão para ser colocado na cama dela. Para evitar desenvolvimento de contraturas um terapeuta ocupacional fez uma tala bilateral para os punhos e as mãos; um fisioterapeuta moldou as talas dos tornozelos para manter 90º de dorsiflexão com eversão-inversão neutra. Um programa de ADM e de posicionamento exibido em um pôster com figuras das posições e os padrões de ADM foi colocado na cabeceira do leito de Nancy.

Como Nancy reclama de grave hipersensibilidade ao toque ou a qualquer movimento passivo de seus membros, uma armação foi colocada na cama para evitar que os lençóis a tocassem e que as mudanças da corrente de ar irritassem a pele dela. Ela esta usando meias de leve compressão até abaixo dos joelhos, o que parecia diminuir sua sensibilidade ao toque leve.

A progressão do processo da SGB parecia ter alcançado um nível estável em aproximadamente 15 dias após o inicio do tratamento, com um retorno bem gradual da função respiratória complicada por infecções. Tirá-la do respirador foi difícil, e o fisioterapeuta desempenhou o principal papel instruindo Nancy, a equipe e a família sobre os exercícios de respiração adequados para serem feitos a cada uma ou duas horas. Como os pais dela queriam estar envolvidos em seus cuidados, eles aprenderam técnicas de ADM com atenção especial nas técnicas para corrigir o ombro. os fisioterapeutas continuaram a acompanhar Nancy, duas vezes por dia, para assegurar que os movimentos acessórios seriam concluídos com os movimentos fisiológicos. Bolsas quentes úmidas, similares àquelas utilizadas durante o período da pólio, foram utilizadas efetivamente antes da ADM por uma semana, durante a qual Nancy reclamou de muitas dores musculares.

Como parte de seu programa de posicionamento, Nancy foi colocada em uma posição semi-sentada com suporte, enquanto estava no respirador. conforme o controle dos músculos voltava, era iniciado um programa de reeducação muscular que focalizava inicialmente a cabeça e o tronco, e depois as extremidades superiores e inferiores. Os períodos de exercício eram limitados há 15 minutos, duas vezes ao dia. na verdade, ela teria se beneficiado mais se fossem sessões menores e mais freqüentes, entretanto, isso não foi possível. Seus pais foram treinados para orientá-la cuidadosamente no programa de exercícios ativos de modo que ela fosse capaz de exercitar-se mais freqüentemente com menor número de repetições. Quando cada grupo de músculos atingiu um grau TMM Satisfatória + (3+) ou maior, Nancy foi autorizada a utilizar os músculos nas atividades funcionais. Quando Nancy foi capaz de tolerar a posição sentada ereta e teve alguma mobilidade na cama, ela foi transferida para uma cama Nelson, na qual pôde iniciar um programa gradual para manter-se de pé.

Um fonoaudiólogo trabalhou com Nancy na UTI para ajudá-la a reaprender padrões seguros de deglutição e para reapresentar comidas de diferentes texturas. Uma nutricionista trabalhou com Nancy durante sua hospitalização para assegurar a nutrição adequada enquanto ela esteve entubada, e essa nutricionista trabalhou rigorosamente com o fonoaudiólogo para progredir a dieta de Nancy conforme ela foi tornando-se capaz de dominar alimentos líquidos e sólidos.

Depois de ser afastada do respirador e transferida para o quarto, Nancy foi levada ao departamento de fisioterapia para tratamento, que geralmente era feito em conjunto com o terapeuta ocupacional. Conforme a resistência aumentou, ela começou um programa de exercícios de resistência. Padrões PNF para o tronco e membros superiores e inferiores foram utilizados como principal técnica de exercício, entretanto, muito cuidado foi aplicado para evitar o uso abusivo dos grupos de músculos fracos invocados durante o uso do padrão PNF. Um programa completo de manobra de rolamento e mudança de postura para posição sentada também foi instituído. Terapeutas ocupacionais focalizaram o uso graduado dos membros superiores de Nancy, primeiro utilizando tipóias presas em uma cadeira de rodas por cima de sua cabeça e, mais tarde, usando uma mesa para sustentar sua musculatura do ombro enfraquecida enquanto ela praticava exercícios com as mãos.

Depois de dois meses hospitalizada, Nancy foi para casa e voltava como paciente diária de reabilitação. Como Nancy parecia estar recuperando a resistência bem, ela passou a usar uma cadeira de rodas ultraleve alugada pelo seu seguro de saúde até que decidissem se ela teria de utilizá-la a longo prazo. Nancy também ganhou AFOs ajustáveis pré-fabricados, comprados pelo departamento de fisioterapia. Depois de 4 a 6 meses uma determinação seria feita a respeito do retorno esperado de seus dorsiflexores persistentemente enfraquecidos. Se ficasse determinado que Nancy precisaria dos AFOs especialmente moldados seria solicitado. Ao sair do hospital, tanto o fisioterapeuta quanto o terapeuta ocupacional fizeram uma visita à casa de Nancy com a assistente social do hospital para determinar que adaptações e suportes seriam necessários.

O acompanhamento de Nancy como paciente externa mostrou que ela continuaria a ter uma recuperação gradual durante os próximos um ano e meio. Inicialmente ela voltou à escola 3 meses depois de sair do hospital, utilizando uma cadeira de rodas. Ela progrediu párea um andador, depois para muletas e finalmente passou a caminhar sozinha. Ela se recusou a ser vista utilizando um andador na escola, de modo que continuou usando a cadeira de rodas para ir à escola até que ela se sentiu segura com as muletas. Ela continuou a utilizar AFOs bilaterais, mas foi liberada de usá-los depois de 14 meses da saída do hospital. Durante os 14 meses, Nancy não apresentou nenhuma evidência de fraqueza por excesso de exercício, seguindo suas atividades regulares, apesar de ter dificuldade com as atividades de resistência em suas aulas de educação física. Quando caminhava, ela carregava seus AFOs para utilizá-los quando sabia que teria um percurso de descida acentuada a fim de evitar sobrecarga de atividade muscular excêntrica. Com 19 anos de idade, Nancy tinha voltado totalmente ao seu nível normal de atividades.


Conclusão

Conclui-se que a Síndrome de Guillan-Barré (SGB) é uma doença de caráter auto-imune onde se desencadeia uma cascata de complicações fisiológicas e disfunções autônomas.

O diagnóstico precoce aumenta a taxa de sobrevida do paciente uma vez que esta doença pode ter um progresso fulminante levando ao óbito. Portanto intervenção de uma equipe multidisciplinar capacitada para reabilitação do paciente é de suma importância. Uma abrangente avaliação terapêutica motora se faz necessária para certificar-se do grau de força muscular e ADM antes de iniciar o tratamento, durante e após a reabilitação, a intervenção motora efetiva evita complicações respiratórias, cardíacas e vasculares.

Contudo o fisioterapeuta deve ater à complexidade da doença porem respeitando o ser humano e tratando-o como tal. Utilizando seu conhecimento fisioterapêutico visando o bem estar psicossocial.


Bibliografia

BRUCK, Isac; et al. Imunoglobulina Endovenosa em crianças com síndrome de Guillain-Barré; Arq Neuropsiquiatri, 2000; 58 (4) p. 1081-1091 – Disponivel em www.scielo.com.br – acesso em 30. maio. 2006.

CECATTO, Suzana B; et al.. Sindrome de Guillain-Barré como complicação de amigdalite aguda. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. V. 69, n. 4, p. 566-9, Julho/Agosto 2003 – Disponivel em www.scielo.com.br – acesso em 30. maio. 2006.

COHEN, Helen. Neurociência para Fisioterapeutas. Incluindo Correlações clínicas. 2ª ed. Manoli. São Paulo. P. 225-226