Fisioterapia Geriátrica

Somente por volta da década de trinta é que a Geriatria surge nos meios científicos como uma disciplina médica, dedicando-se ao estudo das patologias compreendidas como senis e dos seus aspectos curativos. Da mesma forma acontece com a Gerontologia, quando a partir da década de cinqüenta os seus estudos são sistematizados para a área do envelhecimento normal, da prevenção e da qualidade de vida na idade tardia. As interfaces da Gerontologia com diversas disciplinas, alcançando campos até mesmo transdisciplinares, abrem dimensões de estudos e pesquisas enriquecedores.

Os avanços médicos das últimas décadas promoveram a queda da mortalidade entre as doenças infecciosas, beneficiando os grupos mais jovens da população. Estes “sobreviventes” passam a viver mais e expostos a fatores de risco para doenças crônico-degenerativas.

A fisioterapia é uma das profissões da saúde imprescindíveis para a atenção ampla do idoso no sistema de saúde, pois envolve a preservação das funções motoras; tratamento das alterações e dos sistemas provenientes de doenças e problemas associados e reabilitação funcional do idoso dentro de suas potencialidades e especificidades. O atendimento fisioterapeutico consiste de recursos como cinesioterapia, que são movimentos terapêuticos que podem estar associados a agentes eletrofotodermoterápicos, tais como as correntes elétricas analgésicas e excitatórias, infravermelho, laser, ultra- som, ondas curtas, crioterapia e hidroterapia. O tratamento preventivo melhora a capacidade funcional.

O fisioterapeuta deste século deverá estar preparado para atuar na equipe multi e interdisciplinar, conhecendo os múltiplos aspectos das doenças crônicas e principalmente, das condições bio-psico-sociais dos idosos. O papel preventivo deverá sobrepujar o caráter reabilitatório das fisioterapias atuais. A atuação integrada do fisioterapeuta deverá ser sentida de forma consistente em todos os níveis de atendimento ao idoso. Procurando agir nos ambulatórios e consultórios médicos, evitando-se a hospitalização, que é considerada fator de risco de óbitos por provocar condições que agravam a saúde, como infecções, isolamento social, iatrogenia, entre outras que podem proporcionar perda de independência e autonomia.



Como sabemos os idosos hospitalizados apresentam um declínio físico progressivo e após a alta hospitalar, nem sempre conseguem recuperar o seu desempenho funcional anterior. Cabe ao fisioterapeuta, atuar neste segmento, de forma a minimizar estas seqüelas reabilitando o idoso de forma plena no mais breve período de tempo possível.



O âmbito da fisioterapia proporciona um ótimo contexto para favorecer as relações de empatia e cordialidade em pacientes com doenças degenerativas como Alzheimer. No tratamento de pessoas idosas é importante se levar em conta a interação que gera entre o terapeuta e o paciente. O fisioterapeuta do século XXI necessita de conhecimentos a respeito não só da patologia que está sendo tratada, mas também de noções de nutrição, farmacologia, psicologia, filosofia e sociologia. Pois, não raramente será solicitado, pelo paciente, de informações a este respeito. Estas informações, certamente, não virão apenas das cadeiras do curso de fisioterapia, mas do convívio com as equipes que atendem os idosos. A qualidade de vida na senescência vem sendo uma preocupação hodierna da Gerontologia, enfatizando-se a importância da promoção e prevenção de saúde. A linha divisória entre senescência e senilidade pode ser traçada a partir da capacidade funcional e da cognição.