Trabalho de fármaco

Fármacos utilizados nos distúrbios afetivos

Depressão

1. Aspectos emocionais

• Aflição, apatia, pessimismo;
• Baixa auto-estima: sentimentos de culpa, inadequação, feiúra; Indecisão, perda de motivação

2. Aspectos biológicos:

• Retardo do pensamento e da ação;
• Perda da libido;
• Distúrbios do sono e perda de apetite.

Mania:

• Exuberância excessiva;
• Entusiasmo;
• Autoconfiança;
• Ações impulsivas;
• Irritabilidade, impaciência, agressividade.

Síndrome depressiva

1. Depressão unipolar: as flutuações do humor ocorrem na mesma direção;

a) Depressão reativa: em geral, não é hereditária (75% casos),está associada a eventos estressantes da vida e é acompanhada
de sintomas de ansiedade e agitação.

b) Depressão endógena: padrão hereditário, não está relacionado com estresses externos.

2. Distúrbio afetivo bipolar: depressão alterna com a mania

- Menos comum;
- Aparece no início da idade adulta;
- Forte tendência hereditária.


Antidepressivos

Teoria da Teoria da Mono amina:

A teoria da mono amina sugere que a depressão resulta da transmissão (noradrenalina e/ou 5-HT) funcionalmente
deficiente no SNC.

• A teoria baseia-se na capacidade de agentes antidepressivos conhecidos (TCA e MAOI) facilitarem a transmissão
monoaminérgica e da capacidade de drogas, como a reserpina,causarem depressão. Entretanto, estudos bioquímicos
realizados em pacientes deprimidos não apóiam a hipótese da monoamina em sua forma simples.

• Apesar da hipótese da mono amina em sua forma mais simples não ser mais sustentável como explicação para a depressão, a
manipulação farmacológica da transmissão de mono aminas continua sendo a abordagem terapêutica melhor sucedida.

Antidepressivos Tricíclicos (ATC)

Inibidores não seletivos da captação de mono aminas

Aspectos químicos

• Os ATC foram sintetizados, inicialmente, como fármacos potencialmente antipsicóticos. No entanto, a imipramina não tem
qualquer aplicação na esquizofrenia, mas é eficaz no alívio da depressão.

• Diferem das fenotiazinas pela incorporação de um átomo adicional ao anel central (deforma a estrutura, que deixa de ser planar).

• Alterações semelhantes na estrutura de fármacos antipsicóticos do tipo tioxantina resultaram em drogas como a amitriptilina.
• São aminas terciárias com dois grupos –CH3 ligados ao átomo de N
básico.

• Sofrem rápida desmetilação in vivo e as aminas secundárias Correspondentes também são ativas e podem ser administradas como
Fármacos propriamente ditos.

Metabolismo da imipramina,típico de outros antidepressivos tricíclicos.


Ações e efeitos indesejáveis dos ATC

Na ausência de depressão:
• Sedação;
• Confusão;
• Descoordenação motora

Na presença de depressão:

• Idem nº 1, porém desaparecem com a continuidade do tratamento.

1.Efeitos indesejáveis com posologia clínica normal

• Boca seca, visão embaçada, constipação, retenção urinária;
• Hipotensão postural;
• Sedação;
• Longa duração de ação

2. Interações com outras drogas

• Forte ligação às proteínas plasmáticas (seus efeitos tendem a ser potencializados por drogas competitivas, p. ex., aspirina e
fenilbutazona);
• Eliminação dependente de metabolismo microssomal hepático (pode ser inibido por drogas competitivas, p. ex., antipsicóticos);
• Potencialização dos efeitos do álcool (depressão respiratória).

3. Toxicidade aguda

• O efeito inicial da superdosagem de ATC consiste em excitação e delírio, que podem ser acompanhados de convulsões. Esse quadro
é seguido de coma e depressão respiratória, que duram alguns dias antes de ocorrer uma recuperação gradual.
• Efeitos semelhantes aos da atropina.
• Disritmias cardíacas (extra-sístoles atriais ou ventriculares,podendo ocorrer morte súbita por fibrilação ventricular).

Obs: A administração de fisostigmina (anticolinesterásico) parece controlar os principais efeitos sobre o SNC, mas a sua administração não é recomendada de rotina. Conclusão: os efeitos antimuscarínicos dos ATC podem ser parcialmente,responsáveis.

Farmacocinética

• Absorção rápida por via oral;
• Forte ligação às proteínas plasmáticas;
• Volumes de distribuição elevados (10-50 L/kg);

• Metabolismo hepático por duas vias:

1. N-desmetilação (as aminas terciárias são convertidas em aminas
secundárias – p.ex., imipramina em desmetilimipramina,
amitriptilina em nortriptilina);

2. Hidroxilação do anel
Obs: Os metabólitos, em geral, preservam a atividade biológica
• As drogas são inativadas pela conjugação dos metabólitos
hidroxilados com o glicuronídio, que é excretado na urina.

• As meias-vidas são, em geral, prolongadas. Em idosos, a meia vida
é ainda mais prolongada, possibilitando acúmulo gradual.

DISTIMIA (incluída nos transtornos de humor (afetivos) persistentes)

Rebaixamento crônico do humor, que persiste ao menos por vários anos, mas cuja gravidade não é suficiente ou na qual os episódios individuais são muito curtos para responder aos critérios de transtorno depressivo recorrente grave, moderado ou leve.

F41.1 ANSIEDADE GENERALIZADA

Ansiedade generalizada e persistente que não ocorre exclusivamente, nem de modo preferencial, numa situação determinada (a ansiedade é “flutuante”). Os sintomas essenciais são variáveis, mas compreendem nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. Medos de que o paciente ou um de seus próximos irá brevemente ficar doente ou sofrer um acidente são frequentemente expressos.

F41.2 TRANSTORNO MISTO ANSIOSO E DEPRESSIVO

Esta categoria deve ser utilizada quando o sujeito apresenta ao mesmo tempo sintomas ansiosos e sintomas depressivos, sem predominância nítida de uns ou de outros, e sem que a intensidade de uns ou de outros seja suficiente para justificar um diagnóstico isolado. Quando os sintomas ansiosos e depressivos estão presentes simultaneamente com uma intensidade suficiente para justificar diagnósticos isolados, os dois diagnósticos devem ser anotados e não se faz um diagnóstico de transtorno misto ansioso e depressivo.

O tratamento de escolha dependerá do resultado da avaliação. Existe uma variedade de medicamentos antidepressivos e de psicoterapias que podem ser empregados para tratar distúrbios depressivos.Algumas pessoas se dão bem com psicoterapia e outras com antidepressivos
A compensação clínica terá que ser prévia de uma "invenção terapêutica". Saber ler no outro. Ouvir a criança ou o adulto. Não os calar com uma precipitação medicamentosa que poderá evitar a crise aguda mas não cura nada no seu interior. Curá-la é acompanhar na travessia a própria crise e não abafar o luto.
Se a depressão nasce de um luto gelado com a marca de uma culpabilidade o "trabalho" da terapia será descongelar a culpa para poder viver o luto. A consciência e permanência do terapeuta ao longo da crise e a intervenção contentora permite restaurar o narcisismo ferido (projetado nas sessões psicoterapêuticas numa experiência relacional diferente).
A criança projeta o medo, a impotência, mas pode ainda ir mais longe - representando no jogo e no desenho o irrepresentável de um vazio interior. O Eu poderá ver-se com novos créditos de confiança e de desejo de investir na vida.De acordo com os teóricos estudados, os distúrbios afetivos, entre eles a depressão e a distimia, podem ser tratados com sucesso através de medicamentos psicotrópicos, porém necessitam também da psicoterapia associada. Graças aos enormes avanços da ciência, a vida de quem sofre constantemente por causa da depressão pode ser diferente. O primeiro medicamento antidepressivo moderno nasceu por acaso, na década de 50. Os médicos começaram a reparar que um remédio para diabetes tinha, entre outros efeitos secundários, provocado aumento dos neurotransmissores do cérebro e causado melhora no humor dos pacientes. Com a descoberta, surgiu a esperança de cura definitiva para alguns e de controle permanente da depressão para a maioria.De lá para cá, os tratamentos contra a doença só evoluíram.
As primeiras pílulas produzidas exclusivamente para tratar a depressão provocavam efeitos colaterais tremendos, como diarréias e problemas de visão.Já as novas gerações de medicamentos conseguiram suprimir a maioria dos sintomas indesejáveis.Até os casos de crises mais profundas têm salvação na medicina moderna.Com eles, a depressão deixou de ser um problema mental cercado de preconceitos para se tornar uma doença controlável.
Não adianta só tomar remédios, o tratamento mais eficaz contra a depressão é uma combinação de medicamentos antidepressivos, que agem no cérebro restabelecendo a quantidade de neurotransmissores e a comunicação entre os neurônios afetados, com a terapia, que ajuda a pessoa a lidar com os fatores psicológicos envolvidos na doença.