Biomecanica

Tratamento fisioterápico

Termoterapia, eletroterapia e massagem antálgica e flexibilizantes (abdutores e isquiotibiais)

Mobilização do quadril ativa e ativo-passivo.

Redução do apoio.

Reequilíbrio das forças musculares: abdutores, trabalhar com moderação, adutores.

Tonificar os paravertebrais e abdominais.

Realizar conexão da postura e da marcha.

Para os adultos, orienta-los para as atividades diárias e preveni-los aos primeiros sinais da coxartrose.

• Cirúrgico.

É o mesmo tratamento da coxa valga.



Pé escavado ou pé cavo

É um aumento do arco plantar que freqüentemente é acompanhado de valgo, ou do varo da parte anterior do pé e de dedos em "garras". Geralmente é hereditário e evolutivo, e os pés cavos neurológicos relacionados com uma distonia ou uma paralisia conseqüente de uma deformação vertebral ou a desordens nervosas centrais (poliomielite). No adolescente e no adulto, os pés cavos flexíveis no início na criança, perdem progressivamente a flexibilidade e terão tendência a fixar-se com garra característica dos artelhos, ocasionando calos e pontas que podem ser dolorosas.

O tratamento é conservador, mas poderá ser cirúrgico se os pés não estiverem fixados e com muitas dores ou evoluindo rapidamente para os pés cavos neurológicos.


Tratamento fisioterápico

Primeiramente retirar a dor do paciente com calor superficial, banho de contraste, parafina etc. Realizar movimentos ativos e passivos de todo o pé e tornozelo, alongamento intensivo da região da planta do pé, exercícios resistidos para os músculos intrínsecos do pé.

É muito importante que o paciente use palmilhas corretivas durante o dia e calha durante a noite.

Realizar correção da postura geral e da marcha.



Pé plano

Há uma característica queda do arco plantar longitudinal, associada quase sempre a um valgismo do calcâneo, de grau variável. A simetria e a flacidez do pé plano indicam bom prognóstico, na criança; já a rigidez e a simetria estão quase sempre associadas a outras patologias, indicando um mau prognóstico. Na evolução do pé plano flácido na criança, 65% corrigem-se espontaneamente até 5-6 anos de idade; 30% corrigem-se incompletamente, mas podem ser considerados pés funcionalmente suficientes; 5% chegam à adolescência acentuadamente planos e, destes, 3% tornam-se funcionalmente insuficientes e dolorosos. Assim, num paciente de 2 a 3 anos com pé plano o uso de sapato apropriado, exercícios ativos e passivos e, eventualmente, uso de palmilhas. Nos pacientes de 9 a 12 anos, que apesar do tratamento conservador prolongado ainda mantêm os pés planos, há indicação para tratamento cirúrgico, eu consiste em osteotomia do calcâneo ou em transferência tendinosas.


Testes específicos:

Ao avaliar o paciente seguiremos um critério ditado pelo próprio desenho do pé: a função de apoio (como respondem suas estruturas à carga), de estática (como repercute seu alinhamento nas articulações superiores e na estática geral do indivíduo) e de translação (comportamento do pé na dinâmica da marcha).

O paciente será colocado em uma posição elevada eu permita ao examinador observar com comodidade; este se colocará por trás para poder constatar a postura do retropé e o alinhamento do calcâneo e dos maléolos com o objetivo de determinar o defeito encontrado. No caso do pé plano valgo, observa-se uma aproximação dos maléolos e uma separação dos calcâneos. Em seguida o examinador se colocará à frente para observar a pronação do dorso do pé (valgo)

Para examinar os arcos plantares será recomendado o emprego de um podoscópio ou a realização de um fotopodograma.


Objetivos do tratamento:

Na criança, os objetivos serão a correção máxima e o fortalecimento muscular com reeducação dinâmica da estática e da marcha. São aconselhados o uso de calor, as massagens, os banhos alternantes para ativar a circulação e a realização de mobilizações com terapia manual. É muito importante dizer, que na criança, o uso do calor e de mobilizações manuais devem ser feitos a partir dos 5-6 anos de idade para não deformar o arco plantar na sua formação.


Tipos de órteses:

Uma vez em que o pé esteja relaxado, se colocará uma órtese (palmilha) destinada não a corrigir estruturas, mas sim a dar um apoio adequado e proporcionar conforto.

O material para a confecção das órteses plantares é variado, podendo ser rígido (de duralumínio), semi-rígido (de borracha ou cortiça) ou flexível (silicone). Nas crianças serão indicados todos eles, sempre que sejam revistos, periodicamente, e remodelados, pois o próprio calor da pele e o peso as deformam. Finalmente deve-se assinalar que todos as palmilhas deverão chegar somente até a cabeça dos metatarsianos.

A deambulação e a postura da criança ficarão comprometidas pela evidente plantificação total do pé e elevadas cargas fisiológicas sobre o arco plantar plano (ou chato).



Conclusão

Concluímos por meio deste, que as doenças ortopédicas congênitas na criança podem ser tratadas conservadoramente e funcionalmente com resultados positivos para o paciente, se forem diagnosticadas precocemente pelo médico e tratadas correia e adequadamente pelo terapeuta.

Abordamos as doenças mais comuns na infância e algumas de origem rara e não tanto comuns nessa faixa etária. Vimos também que o uso de órtese ortopédicas irá auxiliar a essa criança a se locomover ou deambular com mais facilidade, a melhorar o equilíbrio neuromotor, a força muscular e a postura geral do segmento corporal como um todo.






Obs.:
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- Publicado em 22/10/03






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Resumo de Biomecânica


1 - CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO

Um corpo submetido à ação de forças pode estar em repouso, em movimento de translação, em movimento de rotação, ou em movimento que seja a combinação de translação e rotação.

Se o corpo estiver em movimento sem rotação, a soma dos torques produzidos por todas as forças externas em relação a um ponto qualquer deve ser nula.

Diz-se que o corpo está em equilíbrio estático se a soma das forças externas e de seus torques forem nulas, isto é,



A soma das forças externas, a primeira equação, pode ser decomposta em soma das componentes em x e y:



A ação da Terra sobre os corpos na sua superfície se estende às partículas e às moléculas que os constituem. Assim , a força peso não atua numa única partícula, mas em todas, e a resultante P é a soma dessas forças. Existe, entretanto, em todos os corpos, um único ponto em relação ao qual o torque de sua força peso é sempre nulo. Tal ponto é conhecido como centro de gravidade CG do corpo. Uma conseqüência imediata é o fato de que o ponto de aplicação da força peso resultante sobre o corpo é o centro de gravidade.


A COLUNA VERTEBRAL


Os ossos fornecem o principal suporte estrutural para o corpo (Fig. 2.20). Exames desta figura mostram que a área seccional transversal dos ossos de suporte geralmente aumentam da cabeça para os pés. Estes ossos fornecem um suporte para os músculos adicionais e tecidos contidos no corpo quando ele se move para baixo.



A coluna vertebral é dividida em quatro partes: sete vértebras cervicais, logo abaixo da caixa craniana, doze vértebras torácicas, seguidas de cinco vértebras lombares, que estão imediatamente acima do sacro contendo o cóccix. A ordenação das vértebras é de cima para baixo; assim, a primeira vértebra cervical está sustentando a cabeça e a quinta vértebra lombar é a última antes do sacro, que, por sua vez, está rigidamente ligado à pelve. A linha definida pela coluna de uma pessoa em pé não é reta, mesmo em posição normal, mas curva “em S” com variação de concavidade, como ilustra a Figura 2.21 . A coluna vertebral faz parte do esqueleto e participa da sustenção do corpo.

As vértebras são exemplos da capacidade de carregamento dos ossos. Note que as vértebras aumentam na espessura e área de seção transversal quando você vais da região do pescoço (cervical) para a região inferior (lombar). Uma área superficial maior é necessária para suportar a massa adicional do corpo acima de cada vértebra. Existem discos fibrosos entre as vértebras que amortecem as forças para baixo e os outros impactos na coluna vertebral. Entretanto, a pressão ( força/área) permanece aproximadamente constante para todos os discos. O disco rompe numa pressão de cerca de 107 Pa (100 atmosferas).

O comprimento da coluna vertebral pode encurtar o seu comprimento normal de cerca de 70 cm (homem) de até 1,5 cm durante o curso de um dia ativo. Isto não é permanente e o comprimento é restabelecido durante o sono noturno. Entretanto, a coluna vertebral encolhe permanentemente com a idade devido a osteoporose, que é particularmente comum em mulheres idosas. Osteoporose faz o osso enfraquecer e encolher. Isto é discutido no final deste capítulo.





A coluna vertebral tem uma curvatura normal para a estabilidade. Vista do lado direito a porção mais baixa da coluna tem a forma da letra “S” como mostrado na Fig. 2.21. Lordose, cifose e escoliose são desvios na forma da coluna. Lordose, muita curvatura, freqüentemente ocorre na região lombar. Uma pessoa com esta condição é algumas vezes chamada de “dorso curvado” (ver Fig. 2.22a). Cifose é uma curvatura irregular da coluna vertebral quando vista de lado; freqüentemente ela leva a uma corcunda atrás. Uma pessoa com esta condição é freqüentemente referida como “corcunda”. (Fig 2.22b). Escoliose é uma condição a coluna curva na forma de “S” quando vista de trás (Fig. 2.22c). Postura normal é mostrada na Fig. 2.22d.

A curvatura da lordose lombar é determinada pelo ângulo lombossacral, que é o ângulo definido entre a linha horizontal e a superfície superior do sacro. Normalmente o ângulo lombossacral é cerca de 30º. Uma inclinação para frente aumenta o ângulo, enquanto que uma inclinação para trás o diminui, como mostra a Figura 2.22. A curvatura anômala da lordose lombar pode causar dores na parte inferior das costas. Seu desvio do valor normal pode ser provocado por muitos fatores, entre os quais o enfraquecimento dos músculos flexores da bacia ou dos músculos abdominais.



Os principais músculos que comandam os movimentos para curvar as costas ou levantar objetos do chão são os músculos eretores da espinha. Eles ligam o íleo e a parte inferior do sacro a todas as vértebras lombares e a quatro vértebras torácicas. Observações de chapas de raios-X mostram que, durante uma flexão das costas, as forças dos músculos eretores da espinha podem ser representadas por uma única força sobre a coluna, considerada como um corpo rígido, num ponto a 2/3 do seu comprimento em relação ao sacro, e formando um ângulo de aproximadamente 12º com a mesma.


ESTABILIDADE NA POSIÇÃO VERTICAL

Um humano ereto visto de trás , o centro de gravidade (C.G.) está localizado na pélvis na frente da parte superior do sacro a cerca de 58% da altura da pessoa do chão. Uma linha vertical do cg passa entre os pés. Controles musculares pobres, acidentes, doenças, gravidez, condições de sobrecarga ou mudanças erradas de posturas mudam a posição do cg para uma localização não natural no corpo como mostrado na Fig. 2.24. Uma condição de sobrecarga (ou um abaixamento pronunciado) leva a um deslocamento para frente do cg, movendo a projeção vertical na base dos pés onde o balanço é menos estável. A pessoa pode compensar voltando-se ligeiramente para trás.

Para manter a estabilidade na posição vertical, você deve fixar a projeção vertical do seu cg dentro da área coberta pelo seus pés (Fig. 2.25a). Se a projeção vertical do seu cg cai fora desta área você cairá. Quando seus pés estão muito juntos (Fig. 2.25a) você está menos estável do que quando eles estão separados (Fig. 2.25b). Por outro lado, se o cg é abaixado, você torna-se mais estável. Uma bengala ou muleta também melhora sua estabilidade (Fig. 2.25c) . Comparando a estabilidade de um humano com os animais de quatro pernas, é claro que o animal é mais estável porque a área entre seus pés é maior que para os humanos de duas pernas. Assim é que se entende porque os bebês humanos levam cerca de dez meses antes de serem capazes de ficarem em pé enquanto um animal de quatro pernas consegue isto em cerca de dois dias, este último por uma condição necessária de sobrevivência.

O corpo compensa sua posição quando ergue uma mala pesada. O braço oposto move para fora e o corpo tomba para o lado do objeto para manter o cg apropriadamente colocado para o balanço. Pessoas que tiveram um braço amputado estão numa situação semelhante que uma pessoa carregando uma mala. Elas compensam o peso do seu braço restante curvando o torso; entretanto, curvatura continuada do torso freqüentemente leva à curvatura da coluna. Uma prótese comum é um braço artificial com uma massa igual ao braço perdido. Muito embora o braço falso não funciona, ele evita a distorção da coluna.



LEVANTAMENTO E AGACHAMENTO

A medula espinhal está envolvida e protegida pela coluna vertebral. A medula espinhal fornece o principal caminho para a transmissão dos sinais nervosos de e para o cérebro. Os discos separando as vértebras podem ser lesados; uma doença comum nas costas é chamada de “deslocamento de disco”. A condição ocorre quando as paredes do disco enfraquece e rasgam, levando a um inchaço que algumas vezes empurra contra os nervos que passam através dos buracos especiais (foramina) nos lados de cada vértebra. Repousos extensos, algumas vezes trações e cirurgias são terapias usadas para aliviar a condição.

Uma parte freqüentemente abusada do corpo é a região lombar (inferior das costas) mostrada esquematicamente na Fig. 2.26. As vértebras lombares estão sujeitas a forças muito grandes – aquelas resultantes do peso do corpo e também por qualquer força que você submete a região lombar por um levantamento indevido de peso. A Fig. 2.26 ilustra a grande força compressiva (rotulada po R) na quinta vértebra lombar (L5 na Fig. 2.26). Quando o corpo é curvada para frente em 60º da vertical e existe um peso de 225 N nas mãos, a força compressiva R pode atingir 3 800 N (aproximadamente seis vezes o peso do seu corpo).

Não é surpreendente que levantamento de objetos pesados nessa posição incorreta é suspeitado ser a principal causa das dores lombares. Desde que a dor lombar é muito séria e não muito bem entendida, os fisiologistas estão interessados em encontrar exatamente quão grande são as forças nas regiões lombares das costas. Medidas de pressão nos discos tem sido feitas. Uma agulha oca conectada a um transdutor de pressão calibrado foi inserida no centro gelatinoso de um disco invertebral. Esta máquina mediu a pressão dentro do disco. A pressão no terceiro disco lombar para um adulto em diferentes posições estão mostradas na Figura 2.27a e b. Mesmo mantendo-se ereto existe uma pressão relativamente grande no disco devido ao efeito combinado do peso e tensão muscular. Se o disco está sobrecarregado como pode ocorrer num levantamento impróprio ele pode se romper (ou deslizar), causando dor pela ruptura ou permitindo materiais irritantes do interior do disco sejam expostos.

FORÇAS NO QUADRIL E COXA

Os músculos glúteo médio, glúteo mínimo e tensor fascia femuris são os responsáveis pela força abdutora que controla o deslocamento não rotacional do fêmur (e da perna) em relação ao eixo mediano do corpo humano. Eles ligam o íleo ao grande trocanter do fêmur. A cabeça do fêmur, por sua vez, está alojada no acetábulo do osso ilíaco. A Figura 2.31 mostra um diagrama da perna direita e dos quadrís com as indicações das forças e as distâncias entre os pontos de aplicação de cada uma das forças.


Quando você está andando existe um momento quando somente um pé está no chão e o C.G. do seu corpo está diretamente sobre aquele pé. A Fig. 2.32a mostra as forças mais importantes atuantes naquela perna. Estas forças são 1) força vertical para cima no pé, igual ao peso do corpo P, 2) o peso da perna PL, que é aproximadamente igual a P/7; 3) R, a força de reação entre o fêmur e o quadril, e 4) T, a tensão no grupo muscular entre o quadril e o grande trocanter no fêmur, que estabelece a força para manter o corpo no balanço.

As várias dimensões e o ângulo mostrado na Figura 2.32 foram tomadas das medidas de cadáveres. Neste exemplo, T é cerca de 1,6 P (onde P é o peso do corpo) e existe uma força de reação (R) na junta do quadril igual a 2,4 P. A cabeça do fêmur para um homem de 70 kg tem uma força de cerca de 1 600 N sobre ele.

O que acontece quando há uma lesão no grupo muscular no quadril ou ferimento na junta do quadril? O corpo reage tentando reduzir as forças T e R. Ele faz isto inclinando o corpo de modo que o C.G. fique diretamente sobre a bola do fêmur e pé (Fig. 2.32b). Isto reduz a força muscular T para aproximadamente zero. A força de reação R é aproximadamente igual ao peso do corpo acima da junta mais a perna (ou 6P/7). R aponta verticalmente para baixo. Isto reduz a força T e R e ajuda o processo de cura. Entretanto, força de reação para baixo faz a cabeça do fêmur crescer para cima, enquanto a bola do fêmur na outra perna não muda. Eventualmente isto conduz a um crescimento desigual na junta do quadril e uma possível curvatura permanente da coluna.

O uso de muletas e bengalas reduz as forças nas juntas do quadril. A física do uso de uma bengala está mostrada esquematicamente na Fig. 2.32c. Nesta figura existem três forças atuando no corpo. – o peso P, a força Fc empurrando a bengala para cima, a força para cima no pé igual a P – Fc. Note que a bengala está na mão oposta ao quadril lesado. Sem a bengala, T = 1,6 P e R = 2,4 P como mostrado na Fig. 2.32a. A bengala reduz estas forças permitindo o pé mover da posição sob a linha central do corpo como na Fig. 2.32a para uma nova localização mais perto ao being sob a cabeça do fêmur e sem a curvatura da espinha como na Fig. 2.32b. Na Fig. 2.32c, a bengala está localizada 0,3 m da linha de projeção vertical do C.G.. Assumiremos que a bengala suporte cerca de 1/6 do peso do corpo. Para as condições dadas na Fig. 2.16c, T = 0,65 P e R = 1,3 P, que é uma redução maior que aquela mostrada na Fig. 2.32a. Embora a natureza humana leva-nos a ocultar nossos defeitos, o uso de uma bengala pode ajudar consideravelmente no processo de recuperação das lesões nas juntas dos quadrís.


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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007
Músculos Agonistas e Antagonista










Um estudo cinesiológico

1)Inervação recíproca e co-contração

A grande maioria dos movimentos humanos é realizada de forma irrestrita e perfeitamente ordenada; isso acontece em decorrência de reflexos existentes em nosso corpo durante o movimento resultantes de um processo conhecido com inervação recíproca. Neste processo acontece o seguinte: proprioceptores presentes no músculo conhecido pelo nome de fusos musculares são sensíveis ao grau de estiramento das fibras musculares. Portanto quando há um estiramento destas fibras o fuso muscular detecta a modificação e também sofre distensão, o que ativa o neurônio 1-a (neurônio anuloespiralado) presente em sua região central. Este neurônio ramifica-se e atinge a região anterior da substância cinzenta medular, local onde estão os motoneurônios. Algumas ramificações do neurônio 1-a mandam PPSE'S (potenciais pós-sinápticos excitatórios) para motoneurônios alfa que inervam o músculo, provocando assim a contração muscular. Porém, outras ramificações do neurônio 1-a estabelecem sinapses com interneurônios inibitórios presentes na medula que, por sua vez, enviam PPSI'S (potenciais pós-sinápticos inibitórios) para motoneurônios dos antagonistas aos músculos que se contraíram, provocando sua inibição. Assim, o estiramento muscular dá origem a um reflexo que gera a contração dos músculos agonistas e relaxamento dos músculos antagonistas.

Sherrington observou que em animais descerebrados ou anestesiados nos quais os controles voluntários está abolidos impulsos neurais aferentes que estimulam os neurônio motores de dado músculo inibem reflexamente os neurônios motores dos músculos antagonistas.Este efeito é conhecido como inervação recíproca, e o mecanismo pelo qual ele funciona e a inibição recíproca do músculo antagonistas.Um movimento incoordenado pode sobrevir se é excitação do agonista não for acompanhada dessa inibição reflexa correspondente do antagonista. Sherrington também observou que os músculos antagonistas podem contrair-se simultaneamente com os agonistas, o que ele atribuiu a uma inervação recíproca dupla. Estudos sobre o papel dos fusos musculares na produção de um reflexo de estiramento sugerem que essa teoria não é mas defensável.

Sherrington verificou também que após ser submetida a inibição reflexa, a estimulação neural para um músculo esquelético tende a aumentar (descarga rebote). Em conseqüência, a aplicação de estimulo que causa flexão (ou extensão) de um membro tende a ser seguida de extensão (ou flexão) ativa do membro (indução sucessiva) quando o efeito inibitório é suspenso. Já em 1925, Tilney e Pike concluíram que sobre condições normais não eram capazes de observar os fenômenos de Sherrington que a “coordenação muscular depende principalmente da relação de co-contraçao sincrônica nos grupos de músculos antagonista”. Sugeriram que um possível resultado do distúrbio dessa relação de co- contração fosse hiperextensão pelos agonista, seguida hipercorreção pelos antagonista. Sobreviria uma serie irregular de oscilações, o que pode explicar os sintomas clínicos de ataxia.

Somente os músculos que atuam sobre uma única articulação são considerados antagonistas verdadeiros. Os músculos que atuam sobre, mas de uma articulação agem às vezes como antagonista e outras vezes como sinergistas. O músculo reto da coxa normalmente atua como antagonista dos músculos do jarrete, mas se o quadril e o joelho são fletidos simultaneamente, o músculo reto da coxa atua sinergicamente com eles. Em alguns músculos multipenados , uma parte pode atuar como antagonista e a outra como sinergista.

Quando um agonista atinge a amplitude final da contração, ele começa a causar estimulação proprioceptiva do músculo antagonista . A contração resultante do antagonista, então, oferece resistência a fase final do movimento agonista. A posição do movimento onde essa resistência ocorre varia com articulação e músculos envolvidos.

É possível demonstrar a inervação recíproca no homem em movimentos voluntários sem resistência, movimentos reflexos como o reflexo patelar e, em caso de espasticidade, uma condição que leva a um encurtamento estrutural dos músculos envolvidos. Mostrou-se que a estimulação elétrica de músculos antagonistas aqueles em espasmos resulta em relaxamento dos músculos espásticos.Alguns investidores acreditam que, no movimento voluntário normal, a co-contraçao é antes a regra do que a exceção, e faltam evidências satisfatórias de que a inervação recíproca exerce o papel geralmente atribuído a ela cinesiologistas;outros afirmam que durante o movimento o antagonista se relaxa completamente, com uma única exceção – o final de um movimento semelhante a uma chicotada e uma articulação em dobradiça.

As evidências sugerem que os músculos antagonistas comportem-se de três maneiras distintas:

1) Quando há resistência externa é tão grande que a articulação não consegue se mover, os antagonistas se relaxam.

2) Quando os músculos estão atuando contra uma resistência moderada, os antagonistas tornam-se ativos para desacelera o movimento.

3) Quando não há resistência externa a ser superada e o membro deve move-se com grande precisão, a tensão tende a ser mantida nos grupos agonistas e antagonistas, com o primeiro predominando.

(...) "este tipo de organização em que há ativação de um conjunto de neurônios e inibição dos neurônios antagonistas é designado por inervação recíproca"(...) (Guerra, Falcão e Moreira,2001, pág. 3)

Um bom exemplo de inervação recíproca acontece no movimento de musculação conhecido pelo nome de flexão do cotovelo. Neste movimento o músculo bíceps braquial age como agonistas ao realizar sua contração no movimento do antebraço em direção antero-posterior, ao mesmo tempo que o músculo tríceps braquial age como antagonista, já que se relaxa durante o movimento. Falando de músculos agonistas e antagonistas, o presente artigo passará a partir de agora a descrever com maior riqueza de detalhes como ocorre a relação entre estes dois agentes durante o movimento.


2) Inibição


Exemplos de inibição graduada são vistos na maioria dos movimentos voluntários. O conceito de co-contração estabelece que o movimento geralmente envolve a contração simultânea de grupos musculares antagonistas, embora possa haver uma nítida diferença nas forças exercidas pelos membros do par. Quando a resistência externa aos agonistas é grande, a co-contração dos antagonistas é mínima, um efeito inibitória central atua sobre os antagonistas para reduzir a resistência ao movimento. Essa inibição ocorre em reflexos involuntários, embora talvez aprendidos. È controlada na medula espinhal e níveis inferiores do cérebro e é aproximadamente proporcional à quantidade de força necessária para que os agonistas realizem o movimento.

Um fisioterapeuta,administrador de primeiros socorros ou atleta eventualmente pode fazer uso do fenômeno de inibição de antagonistas. As cãibras e espasmos musculares, especialmente quando agudos, as vezes são aliviados por uma forte estimulação voluntária ou elétrica do antagonista do músculo.

Como em outros reflexos, a inibição de antagonista pode ser sobrepujada ou modificada sob certas condições. Por exemplo, na amplitude máxima de movimento o antagonista inibido pode ser alongado o suficiente para iniciar uma contração miotática.

Uma tensão geral excessiva associada ao estresse emocional também modifica a inibição reflexa de antagonistas. Nos estágios inicias do aprendizado motor, fatores como o medo, constrangimento e motivação intensa podem resultar em contrações indiscriminadas de grupos musculares, interferindo assim um movimento regular e eficaz. Atletas treinados aprenderam padrões coordenados de contração e inibição;estas foram tão fortemente condicionadas que apenas estresses intensos são capazes de interferir .Em qualquer atleta, a remoção da tensão geral excessiva minimiza a produção de impulsos motores e irrelevantes, permitindo que ocorram os reflexos condicionados para a contração e inibição. Os técnicos, professores e fisioterapeutas que enfatizam o relaxamento geral, minimizam o medo e têm cautela no emprego de estresses para motivação durante o processo de aprendizado, estão agindo com base em princípios fisiológicos e psicológicos.


3) Classificação dos músculos

Anatomicamente, os músculos podem ser classificados obedecendo a diversos critérios. Nesta seção vamos falar sobre a classificação dos músculos quanto à sua função. Lembrando sempre que tal classificação refere-se apenas aos músculos esqueléticos.

Foi visto anteriormente que os músculos envolvidos em um movimento qualquer não se contraem independentemente uns dos outros. Na verdade eles estão interligados por um processo conhecido por inervação recíproca, onde cada músculo tem uma função diferente. De acordo com Dangelo e Fattini (2000) os músculos podem ser classificados em três categorias quanto à sua função: agonistas, antagonistas e sinergistas.

3.1) Os músculos agonistas :


são os agentes principais na execução de um movimento. Geralmente são os músculos que se contraem ativamente, sendo que além daqueles que produzem movimentos, também são considerados agonistas os que se contraem para permitir a manutenção de uma postura. Um exemplo de músculo agonista é o glúteo médio no movimento de abdução da coxa.

3.1.1) O papel do agonista :


quando um músculo sofre uma contração com encurtamento,diz-se que ele é agonista para as ações articulares resultantes.Por exemplo, o tríceps do braço é um agonistas para a extensão do cotovelo.Alguns músculos são agonistas para mais de uma ação numa dada articulação;muitos tem uma ou mais ações sobre cada uma de duas ou mais articulações que eles por acaso atravessam. O bíceps do braço, por exemplo, é agonista para a flexão do cotovelo e supinação rádio-ulnar, e, além disso, é agonista para várias ações da articulação do ombro, devido a sua inserção proximal por duas cabeças da escápula.O agonista causa um movimento, algumas vezes, é denominado músculo principal do movimento.

3.2) Os músculos antagonistas:


são aqueles que possuem ação anatômica oposta à dos agonistas, seja para regular a rapidez ou a potência desta ação. Usualmente os antagonistas são músculos que não estão se contraindo e que nem auxiliam nem resistem ao movimento, mas que passivamente, principalmente em atletas mais experientes e habilidosos, se relaxam permitindo a maior facilidade do movimento (Bompa, 1993). Um exemplo de músculo antagonista é o adutor magno na abdução da coxa.

3.2.1) O papel do antagonista:


um antagonista é um músculo cuja contração tende a produzir uma ação articular exatamente oposta a uma ação articular dada de outro músculo especificado.Um músculo extensor é, potencialmente, antagonista de um músculo flexor. Assim, o bíceps do braço é antagonista do tríceps do braço com relação à extensão do cotovelo, e do músculo pronador redondo com relação a pronação rádio-ulnar. O bíceps do braço não é antagonista do músculo braquial, pois ele não se opõe a nenhum movimento para o qual o braquial seja agonista. O antagonista tem o potencial de se opor ao agonista, mas geralmente se relaxa enquanto o agonista trabalha.Quando o agonista se contrai ao mesmo tempo que o antagonista, ocorre uma co-contração.

3.3) Os músculos sinergistas:


os quais podem ser conceituados como sendo os músculos que se contraem ao mesmo tempo dos agonistas, porém não são considerados os principais responsáveis pelo movimento ou manutenção da postura.

3.3.1)O papel do sinergista:


é um termo usado por alguns autores para determinar o papel dos músculos agonistas secundários. A desvantagem deste termo é que, embora indique que um músculo está em ação, não especifica como essa ação ocorre.

Normalmente os músculos sinergistas sempre estão em número maior do que um. Por exemplo: os músculos sinergistas no movimento de abdução da coxa são o reto femoral, o glúteo máximo, tensor da fáscia lata, glúteo mínimo, sartório e piriforme.

Uma vez que os movimentos são inteiramente influenciados pela interação entre grupos musculares agonistas e antagonistas, um movimento espasmódico ou realizado rigidamente, pode resultar de uma interação inapropriada entre os dois grupos (ibdem, ). Daí a importância do treinamento no que diz respeito a proporcionar um relaxamento mais eficiente dos músculos antagônicos e desta maneira melhorar a suavidade da contração muscular


4) Ações agonistas, antagonistas e sinergistas

A classificação anatômica das ações musculares ocorre quando o músculo atua sozinho, sua fixação proximal é estabilizada (por outros músculos ou pelo peso corporal), e a fixação distal move-se em movimento de cadeia aberta com uma contração concêntrica contra a gravidade ou muito leve resistência.Assim não é surpreendentes que as definições agonistas,antagonistas e sinergistas não sejam constantes para os músculos mas variam com a movimentação e as forças impostas que ocorre em função.


5) Tipos de contração muscular

A maior e mais freqüente fonte de força gerada no corpo humano é pela contração dos músculos, sendo que estes nunca se contraem isoladamente pois isto produziria um movimento não funcional estereotipado. Por exemplo, a contração isolada do bíceps braquial produziria flexão no cotovelo, supinação no antebraço e flexão do ombro. Ao invés disso, diversos músculos em uma refinada combinação de forças contribuem para produzir a força desejada e o resultante movimento. Existem três tipos de contração muscular: isotônica, isométrica e isocinética.

5.1) As contrações isotônicas:


consistem no tipo mais conhecido de contração muscular. Caracterizam-se principalmente pelo encurtamento do músculo com tensão constante ao levantar uma carga (ibdem, ). Dividem-se em dois subtipos: as contrações concêntricas e as contrações excêntricas. As contrações isotônicas concêntricas são aquelas onde as extremidades aproximadas. Já com a contração isotônica excêntrica fenômeno oposto ocorre, ou seja, a resistência ao músculo (peso) supera a força muscular e as extremidades do músculo são afastadas. Na rosca direta este tipo de contração fica caracterizado quando o peso levantado volta a sua posição inicial, fazendo com que as extremidades do bíceps braquial sejam afastadas.

5.2) As contrações isométricas:


neste tipo de contração o músculo produz força sem alteração macroscópica no ângulo da articulação, ou seja, não há mudança no comprimento do músculo. A sua aplicação se dá contra uma resistência (peso) irremovível como, por exemplo, uma parede, e sua finalidade normalmente é de manutenção da postura e estabilização das articulações. Na prática sugere-se trabalhar este tipo de contração com o número de 5 a 10 repetições, com o tempo de 5 a 7 segundos por contração e freqüência de 3 a 5 vezes por semana em um trabalho com 50% da força máxima.

5.3) As contrações isocinéticas:


Neste tipo de contração a força gerada pelo músculo ao encurtar-se com velocidade constante teoricamente é máxima durante toda a amplitude do movimento (Fox, 2000). O trabalho com este tipo de contração normalmente exige um equipamento especial criado para permitir uma velocidade constante de contração, não importando a carga (Bompa, 1993).


6) Considerações finais

O presente texto teve por objetivo o "Estudo Cinesiológico dos Músculos" referindo-se aos agonistas e antagonistas, uma vez que os mesmos atuam através de mecanismos que foram amplamente descritos e exemplificados ao longo desta apresentação. Para este trabalho foram utilizados arquivos bibliográficos diversos, sites de busca da internet e ainda algumas consultas a profissionais desta área de atuação. Procuramos abordar o maior número possível de exemplos e de situações prático-teóricas, com o intuito de florescer o nosso conhecimento e também, como não poderia deixar de ser, deixar-nos em condições de melhor discutir os referidos assuntos, tornando-nos ainda mais capazes na arte da fisioterapia.

Por fim, entendemos que exercícios desta natureza devam ser realizados com freqüência, pois a elucidação da investigação científica age como elemento fundamental no processo de desenvolvimento profissional em que estamos inseridos.


Referências bibliográficas:

1)GUYTON, Arthur C. Fisiologia humana. Traduzido por Charles Alfred Esberard. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

2)GUERRA, Miguel, FALCÃO, Manuel, MOREIRA, Adelino Leite. Reflexos osteotendinosos. [on line] Disponível na internet. URL: http://www.Fisiologia.med.up.pt/textos-apoio/reflexos. Pdf.14.dez.2002.

3)MAUGHAN, Ron, GLEESON, Michael, GREENHAFF, Paul L. Bioquímica do exercício e do treinamento. Traduzido por Elisabeth de Oliveira e Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 2000.

4)DANGELO, José Geraldo, FATTINI, Carlo Américo.Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2.ed.São Paulo: Atheneu, 2000.

5)FOSS, Merle L., KETEYIAN, Steven J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. Traduzido por Giuseppe Taranto. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

6)RASCH, Philip J.,Cinesiologia e anatomia aplicada.7.ed.Guanabara Koogan.


Fonte: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/cinesio/agonista_antagonista.htm

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Domingo, 9 de Setembro de 2007
Músculos Quadril - Inserção









Glúteo Máximo _________________Médio____________ Mínimo



Psoas Maior, Menor /Piriforme/quadrado femoral / Gêmeos (Sup. e Inf.) e Obturador interno


MOVIMENTOS DO QUADRIL










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Domingo, 2 de Setembro de 2007
Avaliação Postural - Tabela


A avaliação da postura é fundamental para o equilíbrio e também na prescrição de exercícios. Sendo assim, uma abordagem mais profunda sobre os problemas se fará necessária aqui neste livro.

Veja que poderemos realizar dois tipos de avaliação: a quantitativa e a qualitativa. Neste livro só iremos abordar a qualitativa, pois não necessita de grandes equipamentos, nem tão pouco cálculos matemáticos, mas seguramente deverá ter o executante da análise uma boa sensibilidade e domínio das variações.

A proposta deste capítulo é apenas identificar as alterações posturais e classifica-la quanto à gravidade, desta forma possibilitando aos profissionais competentes uma abordagem mais segura na prescrição dos exercícios.

O objetivo principal desta análise é observar as acentuações e retificações das curvaturas da coluna, acentuações nas mobilidades articulares, desnivelamento de cinturas, projeções de determinadas regiões e qualquer outra alteração acima da normalidade.

Para se fazer uma boa avaliação postural qualitativa, deve-se ter alguns princípios:

1. possuir um bom referencial de alterações postural, como um retináculo ou similar para desníveis;

2. O avaliado deverá possuir a menor quantidade de roupa possível, ou seja, para homens calção de banho (sunga) e mulheres sunquini ou biquíni.

3. possuir um ângulo de visão de não ultrapasse alguns metros para não perder a definição das alterações;

4. Inicia-se com o avaliado na posição posterior para o avaliador com os pés próximos;

5. A avaliação inicia-se sempre de baixo para cima, ou seja observando os calcanhares até atingir a cabeça;

6. Depois se posiciona o avaliado em qualquer perfil, para depois observar o outro;

7. Por último, o perfil anterior, sempre com a mesma estratégia, ou seja, de baixo para cima;

8. Anotam-se todas as observações em papel pré-fixado as variáveis e qualificando de acordo com alguns referenciais.

As qualificações poderão seguir diversos critérios. O importante é que se crie um e o assuma para todas as futuras avaliações. Pois não adiante observar uma acentuação do arco lordótico lombar, sem classifica-la em que graduação esta se apresenta. Pois uma coisa é ter uma pequena acentuação e outra é uma severa acentuação. Para a prescrição dos exercícios, isto realmente é muito importante.
Assim, minha sugestão seria:

1. Discreta (grau I) – quando a observação é feita com muito detalhe para se chegar às conclusões. Tem-se dificuldade de encontrar aquela alteração da normalidade;

2. Moderada (grau II) – Quando a observação é fácil de ser observada, sem grandes preocupações ou dúvidas, porém sem ser algo que chame muita a atenção;

3. Severa (Grau III) – Quando o avaliador se espanta com tamanha alteração. Chega a ser visível para qualquer leigo, sendo necessário sempre uma opinião médica para melhor diagnóstico.

Lembre-se que apesar da experiência de qualquer avaliador, é sempre possível observar algo que para outro avaliador seja diferente. Isto porque esta avaliação é subjetiva, cabe a cada profissional um treinamento adequado para minimizar os erros interavaliador e até mesmo o intra-avaliador.
A seguir iremos apresentar um instrumento de coleta das informações da avaliação postural qualitativa:




Neste instrumento, basta apenas assinalar em qual qualificação lhe parece o quadro e depois informar o lado em que está, se é que cabe este tipo de análise na região observada.

· Pé cavo – acentuação do arco plantar. Vista no plano frontal com os pés afastados;


· Pé plano – redução do arco plantar. Vista no plano frontal com os pés afastados;

· Tornozelo pronado – visto no perfil posterior no plano coronal, quando o calcâneo gira para dentro em relação a perna;

· Tornozelo supinado – Exatamente o oposto do anterior;

· Tornozelo abduzido – Quando a coxa estiver alinhada no marco zero, e o pé estiver ligeiramente rodado externamente. Vista no perfil superior no plano transverso;

· Tornozelo aduzido – exatamente o oposto do anterior;

· Tíbia vara – visto no perfil anterior plano coronal, é quando há uma acentuação da curvatura da tíbia se torna evidente;

· Joelho valgo – Com uma linha imaginária entre a perna e a coxa, forma-se um ângulo externamente, projetando os joelhos para dentro;

· Joelho varo – exatamente o oposto do anterior;

Joelhos recurvatum – visto no plano sagital, a linha que imaginamos entre perna e coxa, é formado um ângulo inferior a 180º na parte anterior, projetando os joelhos para trás;

· Joelho flexo – exatamente o oposto ao anterior;

· Coxa em rotação externa – muito confundida com pés abduzidos. Lembre-se que o pé não abduz e sim o tornozelo. Observe se os posicionamentos dos pés estão relacionados com a coxa. Se todo o segmento (patela, coxa, etc) estiverem em rotação, pode ter certeza que foi a coxa quem rodou.

· Coxa em rotação interna – exatamente o oposto;

· Pelve desnivelada – Inclinação da crista ilíaca em relação a outra para um dos lados, tornando-a mais alta. Geralmente devido a diferença de segmentos. Observe o lado mais alto;

· Anteposição pélvica – Posição adquirida devido a extensão lombar e flexão de coxo-femoral;

· Retroposição pélvica – exatamente o oposto;

· Cintura escapular desnivelada – Como na pelve, apresenta-se com a elevação de um dos ombros. Geralmente provocada pela escoliose, mas também pode ser em função dos encurtamentos musculares;

· Acentuação lordótica lombar – A curvatura fisiológica lombar, que é a lordose, foi acentuada. Vista no perfil sagital. Pode-se atribuir graus de inclinação. Não usar o termo hiperlordose deliberadamente.

· Retificação lordótica lombar – O oposto. Quando a curvatura deixa de existir em função de um novo posicionamento das vértebras Sugere-se anteposição pélvica;

· Acentuação cifótica torácica – Mesmo que na lombar. Porém o acometimento se dá em uma curvatura de convexidade posterior, tornando o sujeito inclinado para frente.

· Retificação cifótica torácica – O oposto ao anterior. A vista será a postura mais ereta, porém não fisiológica;

· Acentuação lordótica cervical – Como na lombar, provoca proeminência da sétima vértebra cervical ou a primeira torácica. Costuma projetar também a cabeça à frente;

· Retificação lordótica cervical – Uma postura que normalmente provoca alterações em todo o resto do corpo, devido ao posicionamento da cabeça;

· Triângulo de tales – ao desnivelar a pelve, haverá uma abertura maior entre um dos braços e o tronco. Normalmente do lado oposto a inclinação;

· Retroposição da cintura escapular – Quando o complexo retroage em função de encurtamento muscular ou pela postura retificada da cifose torácica. Tende a projetar os ombros para trás. Vista no plano sagital;

· Anteposição da cintura escapular – O oposto ao anterior. Não há relação direta com a acentuação da cifose, mas poderá estar presente;

· Ombros em rotação interna – A dica é observar a interlinha articular do cotovelo pelo perfil anterior, pois caso haja a rotação interna, esta não é visível neste perfil, ou se tem grande dificuldade de se observar;

· Ombros em rotação externa – Ao contrário da anterior, com facilidade de observação da linha interarticular, e também com a palma da mão voltada para frente;

· Cabeça anteposicionada – como o nome sugere, a cabeça se torna protusa, pode ser gerada pela flexão de cervical, ou pela extensão, pois a cervical possui dois pilares. Importante é observar se um ponto perto do meato acústico externo está muito projetado à frente;

· Cabeça retroposicionada – exatamente o oposto da anterior;

· Escápulas – esta poderá estar posicionada de diversas formas, mas esta é fácil perceber pelo que sugere o próprio nome;

· Escoliose – O lado da convexidade é quem determina para que lado está a curvatura não fisiológica;

· Gibosidade – Ao flexionar as U.M., observa-se que a massa corporal de um dos lados está mais elevada do que outra. Isto pode ser pela rotação automática e estrutural das U.M., ou pelo encurtamento muscular. Nem sempre o lado da gibosidade é o lado da escoliose, mas é mais comum;


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Pronação excessiva




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Avaliação da marcha








PARA DESLIGAR A RÁDIO E OUVIR O SOM DESTE VÍDEO:
(Dê um clique na janela do média player que está na barra à esquerda e clique com o botão direito do mouse em PARAR.)



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Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007
Análise da marcha


Clique na imagem ao lado e observe na animação do esqueleto as alterações na simetria de movimento entre os lados.





Para compreender o movimento e as repercussões de suas alterações nos segmentos corporais é interessante a análise das regiões separadamente.







No movimento dos pés é possível observar a pronação ocorrendo durante todo o período de apoio no pé direito.



Esse afastamento do movimento ideal compromete a função normal.
O movimento de pronação em cadeia cinética fechada consiste na eversão do calcâneo associado à flexão plantar e adução do talus resultando, dentre outras coisas, em uma redução funcional do comprimento do membro inferior.
Como a pronação, no exemplo, ocorre apenas em um lado, o movimento pélvico no plano frontal pode ficar comprometido.




O joelho conecta o pé ao quadril e seus movimentos têm interdependência direta com a movimentação desses segmentos. Uma pronação excessiva pode gerar um aumento da rotação interna da tíbia. Entretanto, fisiologicamente para que ocorra a extensão do joelho é necessária uma rotação externa de tíbia. Neste caso, como a tíbia está fixa em uma rotação interna, ocorre um aumento da rotação interna do fêmur para permitir uma rotação externa relativa da tíbia.

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Segunda-feira, 27 de Agosto de 2007
Equilíbrio e estabilidade

O conceito de equilíbrio está sustentado na questão da igualdade de alguma variável. Segue também a primeira lei de Newton, que diz que nada muda de posição até que uma força maior modifique este estado, ou seja, quebre a inércia. Desta forma, equilíbrio poderia ser representado para movimentos lineares e angulares.
Por estar mais ligado aos movimentos angulares, poderemos assumir algumas condições, tendo em vista que poderemos ter dois tipos de equilíbrio:
· Estático
· Dinâmico

Para que consideremos um corpo em equilíbrio estático, as considerações a serem tomadas estão de acordo com:



1. A soma de todas as forças verticais ao redor de um sistema deverá ser igual a zero.
2. A soma de todas as forças horizontais que atuam sobre o sistema deverá ser igual a zero.
3. A soma dos momentos de força e torques deverá ser igual a zero. Podemos então afirmar que em um sistema de alavanca, quando não há movimento, este obedece a condição de equilíbrio estático, pois os momentos de força se equivalem nos dois sentidos o movimento: Como cada força de um sistema de alavanca tende a rodar e um sentido contrário a outra força, caso o sistema não se movimente para lado nenhum, diremos que este está em equilíbrio.
Quando estamos nos movimentando, ainda possuímos algum tipo de equilíbrio ou estabilidade nas tarefas. Este então é considerado equilíbrio dinâmico. Para entender melhor esta questão, vamos expressar as equações para esta condição: Tg, equivale ao torque ao redor do centro de gravidade. O I, é o momento de inércia e a , é a aceleração angular do corpo.


Quando estamos na posição bípede, estamos em equilíbrio dinâmico, mesmo que para os olhos das pessoas parecemos parados. Uma maneira de se verificar isto é com a utilização de equipamentos específicos, como a estabilografia. Este equipamento identifica as oscilações do centro de gravidade identificando as acelerações e conseqüentemente se estima os torque ao redor do eixo.

Quando permanecemos por longo período de tempo em bipedestação, poderemos estudar a postura irrestrita por longo tempo. Em condições de trabalho e nas atividades da vida diária, é comum as pessoas permanecerem em pé por longo tempo confinadas à uma pequena área. Na postura bípede natural, as pessoas usualmente adotam posturas assimétricas e tendem a mudar a posição do corpo periodicamente enquanto mantém uma postura do corpo relativamente fixa.

A contínua e lenta oscilação de baixa amplitude é comumente interrompida por mudanças posturais caracterizadas por movimentos rápidos e de grande amplitude. O estudo da postura ereta irrestrita de longa duração tem recebido menos atenção, particularmente, sob uma perspectiva biomecânica.


Os métodos para análise da estabilografia, são feitos observando as oscilações do corpo durante a postura ereta, pois usualmente investiga-se utilizando-se uma plataforma de força, um instrumento de medida sobre o qual os sujeitos permanecem em pé durante os experimentos. A variável mais comum para analisar esta oscilação é a posição do centro de pressão (CP), o ponto de aplicação da resultante das forças agindo na superfície de suporte. O deslocamento do CP representa uma somatória das ações do sistema de controle postural e da força de gravidade.

Devido à oscilação do corpo e às forças inerciais, a posição do CP é diferente da projeção do centro de gravidade (CG) sobre a superfície de suporte; o CG indica a posição global do corpo. A presente linha de pesquisa tem investigado diferentes métodos para a interpretação das variáveis CP e CG.

Biofeedback no controle postural é outro instrumento para o entendimento do controle postural. Atividades motoras mais específicas e complexas que requerem maior demanda do controle postural (no qual uma variável associada ao equilíbrio postural, o centro de pressão (CP), é mostrada como feedback visual ou auditivo) têm sido aplicadas em avaliação e reabilitação do equilíbrio postural com diferentes graus de sucesso. Por outro lado, o papel da informação visual durante o controle da postura permanece ainda não totalmente entendido.
Existe ainda uma relação entre a velocidade e a acurácia dos movimentos do corpo inteiro durante a postura ereta humana, pois desta forma pode-se perceber as deteriorações no controle postural. Relacionar com pessoas jovens e idosos para acompanhar o declínio na eficiência da postura ereta (Duarte, 2004)

A teoria do ponto de equilíbrio sugere que o sistema nervoso central (SNC) não controla os movimentos voluntários de um membro realizando cálculos de dinâmica inversa e gerando padrões apropriados de torques articulares, mas sim manipulando os estados de equilíbrio do sistema “membro mais carga”. Uma importante característica desta hipótese é que os músculos não são vistos como geradores de padrões de força, mas sim como geradores de campos de força elástica cujas propriedades são manipuladas pelo SNC (Duarte, 2004).

Podemos também nos referenciarmos sobre equilíbrio pelo conceito de estabilidade, já que estes estão intimamente ligados. Estabilidade seria o estado de equilíbrio, onde a resistência a aceleração linear e a angular, deveriam ser mencionadas, tornando o corpo com maior ou menor estabilidade.

Equilíbrio é um estado, estabilidade é uma condição de equilíbrio. Nos referimos a um corpo com melhor estabilidade de acordo com determinadas variáveis, sendo possível mensurar e qualificar.

Os princípios de maior ou menor estabilidade, estão de conformidade com algumas características:
1. Massa
2. Altura do CG
3. Base de sustentação e raio da base

Como a equação de equilíbrio dinâmico é massa e aceleração, quanto maior a massa de um corpo mais estável este estará. Pois maior aceleração será necessária para acelerar o corpo, sugerido pela segunda lei de Newton.

Da mesma forma, se há maior massa, maior será o atrito entre as partes, o que favorecerá a estabilidade do corpo, assim estes conceitos deverão ser aplicados para estrategiar os movimentos de acordo com a necessidade. Veja que determinados atletas deverão possuir grande estabilidade para vencer suas provas. Ex.: Lutador de sumo, judô, futebol americano etc.
Outras modalidades são mais interessantes se baixa estabilidade estiver presente, como em dançarinos e atacantes de futebol.

Não é a toa que as modalidades de lutas são divididas por categorias de massa, pois caso fosse universal, os de maior massa, já teriam uma vantagem sobre o oponente, não sendo avaliado então, a técnica do esporte e sim o quão estável está o corpo

A altura do CG em relação à base e um fator preponderante para a estabilidade de um corpo. Quanto mais alto, menos estável será o corpo, pois o torque irá aumentar pelo acréscimo da distância, favorecendo a queda do corpo. Da mesma forma, atletas de luta que necessitam se manter estáveis, dobram seus joelhos para abaixar o CG e se manterem em equilíbrio.
Imagine dois prédios com massas iguais e área da base também parecida, mas com alturas diferentes.

Perceba que o bloco a direita possui distância da base ao CG menor que o bloco da esquerda, logo é mais estável elo menor torque, ou seja, necessita de grande força para vence-lo e torna-lo instável.

O tamanho da base de sustentação é o terceiro fator que contribui para um copo estar mais ou menos estável. O tamanho é determinado pela área de contato com solo e usa-se a extremidade deste contato como limite.

Então, quanto maior for a base de sustentação, maior será a estabilidade de um corpo, pois a projeção do centro de gravidade recairá sobre esta, não havendo torque possível para movimentar o corpo em alguma direção. Veja que na posição bípede a projeção do CG está recaindo por entre os pés e a área de contato é o limite dos pés, estando então com boa estabilidade. Já na posição unipodal, a área é menor e o CG tem boas possibilidades de se movimentar para fora desta área, sendo então menos estável.
Talvez o que mais conta neste aspecto de área de estabilidade são os raios que se formam entre o CG e o limite desta área. Chamamos de localização horizontal do CG em relação à base de contato.

Veja que na situação onde ambos os pés estão em contato com o solo, os raios criados para todas as direções são aproximadamente do mesmo tamanho, isto implica em dizer que não há instabilidade para nenhum dos lados especificamente. Porém, no apoio unipodal, não houve alteração no raio ântero-posterior, mas redução no latero-lateral, o provocará instabilidade nesta direção.

Sendo assim, deveremos posicionar o CG de modo a minimizar as instabilidades em determinada direção. Um lutador ao se posicionar para lutar com alguém, este além de abaixar o seu CG também coloca um pé na frente e outro atrás, controlando a projeção do CG de modo a estar sempre distante do limite da base, para não ocorrer movimento angular e este se desequilibrar e ser alvo de uma queda.

Na maioria dos exercícios que ocorrerem oscilações em determinado plano, se recomenda o aumento da área da base e que posicione o CG de modo a minimizar a instabilidade.

Exemplo:
a) quando uma pessoa realiza uma flexão de ombros com um par de halteres simultaneamente, ao posicionar o halter no ângulo de 90º, o Cg foi projetado para além da base de sustentação o que acarretará um desequilíbrio nesta direção.

Esta postura provocará um aumento intenso da ativação muscular dos músculos posteriores, principalmente os eretores espinais para sustentar o corpo. A recomendação é o posicionamento os pés de modo a aumentar o raio antero-posterior, e com isso aumento da instabilidade nesta posição, reduzindo com isso a necessidade dos eretores em mantê-lo nesta postura. Fatalmente a tensão de compressão também será reduzida, pois quanto menor for a força adicional desta musculatura, menor será a compressão. b) Durante a execução da extensão de coxo-femoral unilateral em posição apoiada com os cotovelos e joelho oposto (3 apoios), a posição dos braços poderá ser diversificada.

Repare que nesta posição o joelho que está em contato com o solo, é naturalmente projetado para dentro, uma forma de aumentar o raio na direção do desequilíbrio.
A área da base para sustentar esta postura será na forma de um triângulo, com a projeção do CG para fora desta área em função da maior massa (somada a caneleira). Por este motivo é que a executante involuntariamente posicionou seu joelho como mostrado na figura. Para que o corpo não caie para o lado da sobrecarga, grandes tensões musculares contra-laterais deverão ser executadas, principalmente nos eretores da espinha. Nesta figura estão representados os apoios de cotovelos e joelho (circulo aberto) e a projeção do CG (círculo fechado). Reparem como o CG está próximo ao limite da área da base
A sugestão é a colocação da mão que está ao lado da coxa que se move apoiada mais adiante, desta forma a área será aumentada e o raio poderá ser crescido proporcionalmente.Veja que nesta posição sua estabilidade está bem arrumada e a tensão dos eretores provavelmente estará menor para sustentar a postura. Como a instabilidade é lateral, será necessário criar um raio maior para este lado, o que a posição da mão da forma com que aparece é bem indicada para proporcionar isto.

Para se medir a estabilidade e a evolução de sua perda, é necessário a mensuração através da estabilografia, pois sua análise é bem parecida com a de uma plataforma de força, pois consegue avaliar as oscilações do CG de forma gráfica. Este método ajuda a acompanhar as reduções no controle da postura em idosos. Em uma visão da reposta estabilográfica de uma pessoa em bipedestação aparentemente imóvel, é como na figura anterior, um rabisco oscilatório preferencialmente na direção ântero-posterior. Este rabisco poderá ser medido pela área da elipse ou através de outros métodos.
Para recuperar a estabilidade, existem três estratégias conhecidas:
1. tornozelo
2. quadril
3. passo.

Quando há uma perturbação pequena na estabilidade, a estratégia de tornozelo é o suficiente para controlar isto e manter o equilíbrio de forma satisfatória. Caso a perturbação for maior do que o tornozelo possa recuperar, o quadril será a próxima estratégia a ser adotada, visto que possui uma área maior de abrangência.

Caso seja inevitável manter a estabilidade com o quadril, pois a oscilação é muito grande, a próxima e última estratégia será o passo. Como estamos falando da pessoa poder rapidamente colocar um pé à frente antes da queda, espera-se que a área de abrangência seja ainda maior.
Muita das vezes a resposta muscular, às vezes não acontece na mesma escala, e o resultado poderá ser a eminente queda. Isto acontece principalmente em idosos, que com as perdas musculares já assegurada pelo envelhecimento, se tornam alvos fáceis deste tipo de episódio.]


A queda em idosos é a sétima causa de morte entre indivíduos acima de 75 anos, e estima-se que seja em função da redução na resposta do quadríceps.


Com o envelhecimento, os receptores articulares, localizados nas articulações distais, como o tornozelo, vão perdendo sua capacidade de informar sobre mudança de direção, velocidade, pressão entre outras. Ou seja, o idoso perde a sua sensibilidade de locomoção, o que fatalmente, quando houver uma perturbação, se torne necessário o uso do quadril. Porém esta estratégia aumenta o risco de queda, já que o descontrole leva a instabilidade invés da segurança do equilíbrio restaurado. Com isso é necessário acionar o passo, mas a velocidade de resposta também é lenta e a queda será eminente, resultando como dissemos anteriormente, em lesões graves ou até mesmo a morte.




A redução somatosensorial entre idosos é outro motivo de queda, pois o limiar de sensação de vibração cutânea é aumentado devido a neuropatias existentes, assim como a visão, pois pouca luz é transmitida para a retina, o que ocorrerá perda de sensibilidade em contraste, importante para o controle da postura.


As tonturas comumente percebidas nesta população, sendo um controle vestibular, são causadas pela perda de cílios e degeneração dos otólitos, o que acarretará esta redução de estabilidade.


O importante é saber que não há regras, e que o déficit é multi-sensorial, sendo então necessário estrategiar a redução desta perda.
As recomendações para o treinamento da postura são de forma ampla e multifacetária. No geral é:
· Treinamento generalizado;
· Treinamento de força (reabilita o equilíbrio)
· Exercícios de propriocepção

Uma das atividades mais indicadas para idosos é a dança. Pois através da dança, se treina a força dos segmentos, a potência aeróbia, a flexibilidade e principalmente a socialização. De certa forma, todas as estratégias foram bem treinadas. O importante é não deixar o idoso inativo. Porém, tome muito cuidado quando realizar exercícios com cunho lúdico (o que é recomendado) de forma a retirar a visão totalmente do idoso, como cabra-cega entre outros, pois isto poderá resultar em queda rápida. Procure colocar as barreiras de forma ajustada com cada etapa do programa.


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Quarta-feira, 6 de Junho de 2007
BIOMECÂNICA GLOBAL

INTRODUÇÃO

A mecânica é uma área da física e da engenharia, que lida com a análise das forças que agem sobre um objeto. Seja para a manutenção deste ou de uma estrutura em um ponto fixo, como a descrição e a causa do movimento do mesmo.

Assim, a Cinesiologia deve ser capaz de aplicar leis e princípios básicos de mecânica a fim de avaliar as atividades humanas. Essa aplicação da mecânica cai nos domínios da Biomecânica que pode ser definida como aplicação da mecânica aos organismos vivos, tecidos biológicos, aos corpos humanos e animais.

A postura do corpo é resultante de inúmeras forças musculares que atuam equilibrando forças impostas sobre o corpo, e todos os movimentos do corpo são causados por forças que agem dentro e sobre o corpo.

Em nossas atividades diárias, no trabalho, no esporte, temos que lidar com forças e os profissionais que trabalham com lesões músculo-esqueléticas precisam compreender como as forças afetam as estruturas do corpo e como estas forças controlam o movimento.

A biomecânica é a base da função músculo-esquelética. Os músculos produzem forças que agem através do sistema de alavancas ósseas. O sistema ósseo ou move-se ou age estaticamente contra uma resistência. O arranjo de fibras de cada músculo determina a quantidade de força que o músculo pode produzir e o comprimento no qual os músculos podem se contrair. Dentro do corpo, os músculos são as principais estruturas controladoras da postura e do movimento. Contudo, ligamentos, cartilagens e outros tecidos moles também ajudam no controle articular ou são afetados pela posição ou movimento.

1. CENTRO DE GRAVIDADE
A Gravidade é uma força externa que age sobre um objeto sobre a terra, e para equilibrar essa força, uma segunda força externa precisa ser induzida - ou seja, todo o corpo recebe a ação de uma força, reage à mesma com uma força igual e oposta.

O conceito de Centro de Gravidade é proveitoso ao descrever e analisar mecanicamente o movimento do corpo humano e outros objetos, sabendo exatamente como a força da gravidade atua nesses corpos.

O Centro de Gravidade é o ponto dentro de um objeto onde se pode considerar que toda a massa, ou seja, o material que constitui o objeto, esteja concentrada. A gravidade puxa para baixo todo ponto de massa que constitui este objeto ou o corpo. No entanto, a determinação do Centro de Gravidade do corpo humano é muito difícil, pois este não apresenta densidade uniforme, não é rígido e não é simétrico enquanto um objeto com todas estas características o Centro de Gravidade em cada ponto é igual.

Existem cálculos matemáticos que analisam parte a parte o centro de gravidade de um corpo não uniforme, de forma a adquirir um resultado médio do centro de gravidade do mesmo.

2. LINHA GRAVITACIONAL
A localização do Centro de Gravidade do corpo como um todo varia, dependendo da posição do corpo. Numa pessoa ereta, pode-se situá-lo de forma aproximada sobre uma linha, formada pela interseção de um plano que corta o corpo em duas metades, uma direita e uma esquerda, e um plano que corta o corpo em metade anterior e posterior. A posição do ponto do Centro de Gravidade ao longo desta linha imaginária, pode-se considerar que a gravidade atua sobre esse único ponto de Centro de Gravidade, puxando diretamente para baixo em direção ao centro da terra. Essa linha ou direção de tração é a linha de gravidade.

3. BASE DE SUSTENTAÇÃO
A base de sustentação, ou a base de apoio para o corpo é a área formada abaixo do corpo pela conexão com a linha continua de todos os pontos em contato com o solo. Na posição ereta, por exemplo, a base de apoio é aproximadamente um retângulo, formado por linhas retas através dos dedos, formado por linhas retas através dos dedos e calcanhares e ao longo dos dedos de cada pé. Quando um corpo está numa posição fixa com a linha de gravidade passando através da base de apoio, diz-se que ele está compensado, estável ou em equilíbrio estático. Se a linha de gravidade passar fora da base de apoio, o equilíbrio e a estabilidade são perdidos e os membros apoiadores devem mover-se para evitar uma queda. Essa situação ocorre continuamente, quando andamos, corremos e mudamos de direção.

4. FORCAS QUE ATUAM NO MOVIMENTO
A Ciência mecânica diz que uma força pode ser definida simplesmente como um empurrão ou tração. Por definição a força é uma entidade que tende a produzir movimento. Às vezes, o movimento não ocorre ou o objeto se acha em equilíbrio. O ramo da mecânica que lida com este fenômeno é a estática; caso haja o movimento, é chamado dinâmica.

A força é definida por quatro características básicas:
- magnitude de força;
- direção;
- sentido; e
- quantidade de tração.

As forças mais comuns envolvidas com a biomecânica são: a força muscular, gravitacional, inércia, de flutuação e força de contato. A força produzida por músculos depende de vários fatores. Dois desses fatores incluem velocidade de contração do músculo e comprimento do músculo. O peso de um objeto é resultado da força gravitacional.

O conceito de inércia mantém que um corpo permanece em repouso ou em movimento uniforme até receber a ação de uma força externa.

A força de flutuação tende a resistir à força da gravidade. Na água a magnitude dessa força equivale ao peso de água que o objeto desloca. A força de contato existe toda vez que dois objetos se acharem em contato um com o outro. Esse tipo de força pode ser uma força de reação ou uma força de impacto. A força pode ser ainda subdividida em uma força normal perpendicular às superfícies de contato e uma força de fricção ou atrito que é paralela à superfície de contato.

5. PLANOS E EIXOS
Planos de ação são linhas fixas de referencia ao longo das quais o corpo se divide. Há 3 planos e cada um está em ângulo reto ou perpendicular com dois planos.

O plano frontal passa através do corpo de lado a lado, dividindo-o em frente e costa. É também chamado plano coronal. Os movimentos que ocorrem neste plano são abdução e adução.

O plano sagital passa através do corpo da frente para trás e o divide em direita e esquerda. Pode-se pensar nele como uma parede vertical cuja extremidade se move. Os movimentos que ocorrem neste plano são flexão e extensão.

O plano transverso passa horizontalmente pelo corpo e o divide em parte superior e inferior. É também chamado plano horizontal. Neste plano, ocorre a rotação.

Sempre que um plano passa pela linha média de uma parte, esteja ela no plano sagital, frontal ou transverso, está se referindo ao plano cardinal, porque divide o corpo em partes iguais. O pondo onde os três planos cardinais se encontram é o centro de gravidade. No corpo humano este ponto é, na linha média, mais ou menos ao nível da segunda vértebra sacra, ligeiramente anterior a ela.

Os eixos são pontos que atravessam o centro de uma articulação em tomo da qual uma parte gira.

O eixo sagital é um ponto que percorre a articulação de frente para trás.

O eixo frontal vai de lado a lado e o eixo vertical, também chamado longitudinal, vai da parte superior à inferior.

O movimento articular ocorre em torno de um eixo que está sempre perpendicular a um plano. Outro modo de se descrever este movimento articular, é que ele ocorre sempre no mesmo plano e em tomo do mesmo eixo. Por exemplo, flexão/extensão ocorrerá sempre no plano sagital em tomo do eixo frontal e a adução em tomo do eixo sagital. Movimentos semelhantes como o desvio radial e ulnar do punho também ocorrerão no plano frontal em tomo do eixo sagital.

6. TIPOS DE MOVIMENTO
Movimento linear, também chamado movimento translatório, ocorre mais ou menos em uma linha reta, de um lugar para outro. Todas as partes do objeto percorrem a mesma distancia, na mesma direção e ao mesmo tempo. Se este movimento ocorrer em linha reta é chamado movimento retilíneo. Se este movimento ocorre numa linha reta mas em uma forma curva, é chamado curvilíneo.

O movimento de um objeto em tomo de um ponto fixo é chamado movimento angular, também conhecido como movimento rotatório. Todas as partes do objeto movem-se num mesmo ângulo, na mesma direção, ao mesmo tempo. Elas não percorrem a mesma distância.

Falando de um modo geral, a maioria dos movimentos do corpo é angular, enquanto os movimentos feitos fora da superfície corporal tendem a ser lineares. Exceções podem ser encontradas. Por exemplo, o movimento da escápula em elevação/depressão e pronação/retração é essencialmente linear. Todavia, o movimento da clavícula, que é fixada à escápula, é angular e realizado através da articulação extraclavicular.

7. MOVIMENTOS ARTICULARES
As articulações movem-se em direções diferentes. O movimento ocorre em tomo de um eixo e de um plano. Os termos a seguir são usados para descrever os vários movimentos que ocorrem numa articulação sinovial. A articulação sinovial é uma articulação móvel livre, onde a maioria dos movimentos articulares ocorrem.

- Flexão: é o movimento de dobra de um osso sobre o outro causando uma diminuição do ângulo da articulação.

- Extensão: é o movimento que ocorre inversamente à flexão. É o endireitamento de um osso sobre o outro, causando aumento do ângulo de articulação. O movimento, geralmente, traz uma parte do corpo à sua posição anatômica após esta ser flexionada. A hiperextensão é a continuação da extensão, além da posição anatômica.

- Abdução: é o movimento para longe da linha média do corpo e adução é o movimento de aproximação da linha média do corpo. As exceções a esta definição de linha média são os dedos e os artelhos, onde o ponto de referência para os dedos é o dedo médio. O movimento para longe do dedo médio abduz, mas aduz somente como um movimento de volta da adução. O ponto de referência dos artelhos é o segundo artelho. Semelhante ao dedo médio, o segundo artelho abduz da direita para a esquerda, mas não abduz a não ser como movimento de volta da adução.

- Circundução: é a combinação de todos esses movimentos numa seqüência em que a parte da extremidade faz um grande círculo no ar, enquanto as partes próximas à extremidade proximal fazem um círculo pequeno.

- Rotação: é o movimento de um osso ou parte dele em torno de seu eixo longitudinal. Se a superfície anterior se move em direção à linha média, é chamado medial ou rotação interna. Se a superfície anterior se movimenta para longe da linha média, este movimento é chamado rotação lateral ou externa. Alguns termos são usados para descrever movimentos específicos de certas articulações, como:

- Pronação: é o movimento ao longo de um plano paralelo ao solo e para longe da linha média e retração é o movimento no mesmo plano em direção à linha média. Ainda existem alguns termos como desvio ulnar e radial, para se referir à adução e abdução do punho.

- Inclinação lateral: quando se refere ao tronco que se move para a direita ou para a esquerda.

8. TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES
Há três tipos básicos de contrações musculares:
- Isométrica;
- Isotônica concêntrica; e
- Isotônica excêntrica.
Uma contração isométrica ocorre quando o músculo se contrai, produzindo força sem mudar o seu comprimento. O músculo se contrai mas nenhum movimento ocorre. O ângulo da articulação muda.

Uma contração isotônica pode ser dividida em concêntrica e excêntrica.

Uma contração concêntrica ocorre quando há movimento articular, o músculo diminui e as fixações musculares se movem em direção uma da outra.

Uma contração excêntrica ocorre quando há movimento articular, mas o músculo parece alongar, quer dizer, as extremidades se distanciam.

8.1. CONTRAÇÕES CONCÊNTRICAS
1- Fixações musculares se movem juntas, em direção uma da outra.
2- O movimento se faz contra a gravidade.
3- Se o movimento acontece com gravidade, o músculo está usando uma força maior do que a força da gravidade.

8.2. CONTRAÇÕES EXCÊNTRICAS
1- As fixações musculares se movem para longe uma da outra.
2- 0 movimento ocorre com gravidade.

9. SISTEMA DE ALAVANCAS
Uma alavanca é uma barra rígida que gira em torno de um ponto fixo quando uma força é aplicada para vencer a resistência.
Uma quantidade maior de força ou um braço de alavanca mais longo aumentam o movimento de força.

Há três classes de alavancas, cada uma com uma função e uma vantagem mecânica diferente.
Diferentes tipos de alavancas também podem ser encontradas no corpo humano. No corpo humano, a força que faz com que a alavanca se mova, na maioria das vezes e muscular. A resistência que deve ser vencida para que o movimento ocorra, inclui o peso da parte a ser movida, gravidade ou peso externo. A disposição do eixo em relação à força e a resistência vão determinar o topo de alavanca.

9.1. CLASSE DAS ALAVANCAS

9.1.1. Alavanca de Primeira Classe
O eixo (E) está localizado entre a força (F) e a resistência ( R).

9.1.2. Alavanca de Segunda Classe
O eixo (E) em uma das extremidades, a resistência ( R) no meio e a força (F) na outra extremidade.

9.1.3. Alavanca de Terceira Classe
Tem o eixo numa das extremidades, a força no meio, a resistência na extremidade oposta.
A alavanca de 3ª classe é a mais comum das alavancas do corpo. Sua vantagem é a extensão do movimento.

10. TORQUE
Se for exercida uma força sobre um corpo que possa girar em torno de um ponto central, diz-se que a força gera um torque. Como o corpo humano se move por uma série de rotações de seus segmentos, a quantidade de torque que um músculo desenvolve é uma medida muito proveitosa de seu efeito.

Para empregar o valioso conceito de torque, devem-se compreender os fatores relacionados à sua magnitude e as técnicas para seu cálculo. A magnitude de um torque está claramente relacionada à magnitude da força que o está gerando, mas um fator adicional é a direção da força em relação à posição do ponto central. A distância perpendicular do pivô à linha de ação da força é conhecida como braço de alavanca da força. Um método para calcular o torque é multiplicar a força (F) que gerou pelo braço de alavanca (d).

T = F x d

11. CADEIA CINÉTICA
É o estudo das forças que produzem ou afetam o movimento.
As leis desenvolvidas por Newton formam a base para o estudo da cinemática.

11.1. PRIMEIRA LEI DE NEWTON
A força tem sido definida como uma entidade que acelera um objeto (implica em movimento). a aceleração, seja positiva ou negativa, de um objeto, é a rapidez com que muda de velocidade, que é produzida por uma ou mais forças.

Esta é a lei da Inércia, que afirma que um objeto permanece em seu estado existente de movimento a menos que sofra a ação de uma força externa. Assim, um objeto estacionário não começará a se mover, a menos que uma força externa aja sobre ele, e um objeto em movimento permanecerá em movimento, na mesma velocidade e direção.

11.2. SEGUNDA LEI DE NEWTON
A segunda lei de Newton é a lei da aceleração. Afirma que quando uma força externa age sobre um objeto, o objeto muda sua velocidade ou acelera-se em proporção direta à força aplicada. O objeto irá também acelerar em proporção inversa à sua massa. Assim, a massa tende a resistir à aceleração. A fórmula bem conhecida como: F = m . a é válida para objetos que se movem em translação ou linearmente.

11.3. TERCEIRA LEI DE NEWTON
A gravidade é uma força externa que sempre age sobre um objeto sobre a terra. Para equilibrar essa força crescente, uma segunda força externa precisa ser introduzida.
Um objeto apoiado sobre uma mesa recebe ação de pelo menos duas forças: a da gravidade e a força exercida pela mesa.
Assim, na medida em que o objeto sobre a mesa sofre ação da tração da gravidade, a mesa reage à força da gravidade com uma força igual e oposta.

12. TRABALHO E ENERGIA
Quando a força de um objeto está relacionada com a localização do objeto, os princípios de trabalho e energia se tornam importantes. Em mecânica, o trabalho refere-se ao produto de forças exercidas sobre um objeto e o deslocamento do objeto paralelo ao componente de força de resistência do objeto.

Trabalho (W) = Força (F) x Distância (d).
O trabalho é realizado na medida em que a força vence uma resistência e move o objeto em uma direção paralela ao componente de força de resistência.
Energia é a capacidade de fazer trabalho. Existem muitas formas de energia, dentre elas a energia mecânica e o calor. O calor é geralmente considerado subproduto de outras formas de energia ou resulta quando uma forma de energia se transforma em outra. Um aumento de calor ocorre quando moléculas de área aquecida aumentam sua quantidade de movimento.
A energia mecânica pode ser dividida em dois tipos: energia potencial e cinética. A energia potencial é a energia armazenada. Possui o potencial para ser liberada e tornar-se energia cinética, que é a energia de movimento.

13. OMBRO
13.1. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
A mobilidade desfrutada pelo membro superior advém em parte das estruturas conhecidas como o cíngulo do membro superior e articulação do ombro ou, mais precisamente, articulação glenonumeral. É através dessa unidade funcional que o braço, antebraço, pulso e mão são conectados ao esqueleto axial e por controle dessa unidade é que o úmero pode ser posicionado. Embora estruturalmente separados, o cíngulo do membro superior e a articulação glenonumeral são funcionalmente inseparáveis.

Os componentes esqueléticos do cíngulo do membro superior incluem duas clavículas, duas escápulas e o esterno. Estes ossos são responsáveis pela transmissão de forças dos membros superiores para o corpo. Esta transmissão de força segue, necessariamente, um caminho definido pelas articulações associadas ao cíngulo do membro superior. O cíngulo é considerado um sistema mecânico aberto - isto é, os lados esquerdo e direito não são conectados diretamente e, portanto, podem mover-se de modo independente. A fixação indireta entre os lados esquerdo e direito é através do manúbrio do esterno. As escápulas não são ligadas entre si ou à coluna vertebral, embora se considere que existe uma conexão ou articulação precária entre a face anterior de cada escápula (fossa subescapular) e os tecidos que estão entre ela e as costelas. Esta é geralmente denominada articulação escapulotorácica.

O ponto de fixação das escápulas às clavículas é a articulação acromioclavicular. Esta é uma articulação plana que, além de ser estabilizada pelos ligamentos capsulares, é auxiliada por duas estruturas ligamentosas importantes, os ligamentos acromioclavicular e coracoclavicular. A exemplo de muitas estruturas anatômicas, a denominação sugere claramente sua localização.

O ligamento acromioclavicular serve para fortalecer, na frente, a articulação acromioclavicular, anaxial;

O ligamento coracoclavicular, que conecta a escápula com o processo coracóide, fornece a principal proteção à articulação.

Esse ligamento é composto de duas estruturas, os ligamentos conóide e trapezóide, que seguem da face superior do processo coracóide para a face inferior da clavícula.

A articulação esternoclavicular (plana) dupla, triaxial, funciona em todos os movimentos do cíngulo do membro superior. Embora dupla, a articulação esternoclavicular funciona como uma articulação esferóide triaxial porque a clavícula se articula com o manúbrio do esterno e também com a primeira costela. A clavícula, atuando como uma escora ou braço mecânico, mantém a articulação glenonumeral em sua distância correta do esterno. As faces articulares das extremidades esternais das clavículas não são moldadas anatomicamente ao ponto esternal de fixação. Um disco articular aumenta o grau de ajuste e também atua como um amortecedor de choques para as forças transmitidas da região do ombro e ajuda a prevenir luxação da articulação. O disco é fixado à clavícula e à primeira cartilagem costal. A articulação esternoclavicular também é protegida de deslocamento excessivo pelo ligamento costoclavicular, que segue da face superior medial da primeira costela à face inferior medial da clavícula.

A articulação glenoumeral consiste numa cabeça do úmero quase hemisférica e numa cavidade glenóide relativamente rasa na margem lateral da escápula. O lábio glenoidal é uma estrutura na margem lateral da escápula. O lábio glenoidal é uma estrutura fibrosa que reveste o perímetro da cavidade glenóide e serve, essencialmente, para aprofundar a articulação e desse modo aumentar sua estabilidade. A extrema mobilidade da articulação glenoumeral é alcançada em sacrifício direto da estabilidade, ou resistência ao deslocamento. A cápsula articular, que circunda completamente a articulação, não é uma estrutura rígida e permite uma separação significativa das faces articulares durante o movimento umeral anterior e inferior. A cápsula se fixa ao colo do úmero abaixo e a margem óssea da cavidade glenóide acima. Estruturalmente, a articulação é protegida, acima, pelo arco coracoacromial, formado pelo processo coracóide, acrômio e ligamento coracoacromial, que atravessa a distância entre estas duas protuberâncias.

Outros ligamentos, embora não mantenham as faces articulares em aposição, protegem a articulação de um deslocamento. O ligamento coracoumeral segue do processo coracóide à face anterior do tubérculo maior e serve para fortalecer a cápsula articular. Os ligamentos glenoumerais (superior, médio, inferior) também são encontrados na parte anterior da articulação e constituem parte da cápsula articular. Embora difíceis de identificar como ligamentos individuais, eles seguem da cavidade glenóide ao tubérculo menor e colo anatômico do úmero.

13.2. FISIOLOGIA DO OMBRO
13.2.1. Amplitude
- Extensão do ombro - 45º a 50º
- Flexão do ombro - 180º (amplitude total do ombro)
- Rotação interna do ombro - 95º (ultrapassa um pouco 90º)
- Rotação externa do ombro - 80º (não atinge 90º)

Abdução e adução a partir da posição da referência =3 estágios
- Abdução de amplitude 60º
- Abdução de amplitude 120º
- Abdução de amplitude 180º
Adução amplitude muito fraca
Adução atinge amplitude de 30º a 45º

13.2.2. Amplitude e músculos envolvidos

- Anteposição (proteção)
. Peitoral maior
. Peitoral menor
. Serrátil anterior

- Retroposição (retração)
Rombóide
Trapézio
Grande dorsal
Obs.: A amplitude de anteposição é maior que a da retroposição.

- Abdução de 90º no plano frontal
. Músculo deltóide
. Músculo supra-renal
. Músculo trapézio

- Antepulsão + adução anterior = 140º
. Músculo "deltóide (feixe clavícula)"
. Músculo "sub escapular"
. Músculo "peitoral maior"
. Músculo "peitoral menor”
. Músculo "serrátil anterior"

- Retropulsão + adução posterior + 30º
. Músculo "deltóide"
. Músculo "infra espinhal"
. Músculo "redondo maior"
. Músculo "redondo menor"
. Músculo "rombóide"
. Músculo "trapézio"
. Músculo "grande dorsal"

- Cintura escapular
A cintura escapular consiste de dois pares de ossos:
. 1 clavícula de cada lado
. 1 escápula de cada lado

- Articulações
. Articulação esternoclavicular - é a que se dá entre a ponta medial da clavícula e o manúbio do esterno. E uma articulação sinovial em sela. Há um disco cartilaginoso entre as duas faces, que ajuda a articulação a mover-se melhor, reduzindo a incongruência das superfícies e absorvendo o choque transmitido através do membro superior para o esqueleto axial (D.1).

. Articulação acromioclavicular - é uma pequena articulação sinovial entre a ponta lateral da clavícula e o processo acromial da escápula (D.2).

. Articulação glenoumeral - é a função entre a cabeça do úmero e a cavidade glenóide. É uma articulação sinovial, esferóide e multiaxial. É a frouxidão da cápsula que permite que a articulação possua uma grande amplitude de movimento mas a faz vulnerável a luxações (D.1).

. Articulação carococlavicular - é onde a superfície inferior da clavícula passa na proximidade do processo coracóide da escápula. A forte união desta articulação fibrosa garante que a escápula e a clavícula movam-se como uma unidade e também ajuda a transferir o choque do membro superior a forte extremidade medial da clavícula.

13.2.3. Ligamentos
. ligamento interclavicular
. ligamento costoclavicular
. ligamento acromioclavicular
. ligamento conóide
. ligamento trapezóide
. ligamento capsular
. ligamento transversoumeral
. ligamento glenoumeral

13.2.4. Músculos envolvidos na rotação interna (medial) e externa (lateral) do ombro

- Músculo subescapular - Rotação interna medial II
Movimento acessório:
adução fraca do úmero

- Músculo peitoral maior - Adução horizontal do ombro II
Movimento acessório:
Flexão do úmero
Rotação mediana interna do úmero

- Músculo grande dorsal - Extensão do ombro II
Movimento acessório:
Adução do úmero
Adução horizontal
Rotação medial

- Músculo redondo maior - Extensão do ombro II
Movimento acessório:
Adução do úmero
Rotação medial (interna)

- Músculo infra espinhal - Rotação externa lateral do úmero II
Movimento acessório:
Extensão do ombro
Abdução horizontal do úmero

- Músculo redondo menor - Rotação externa lateral do úmero II
Movimento acessório:
Extensão fraca do ombro
Adução do ombro

13.2.5. Músculos envolvidos nos movimentos escapulares

- Músculo trapézio (fibras superiores) - Elevação da escápula II
Movimento acessório:
Extensão do pescoço

- Músculo elevador da escápula - Elevação da escápula

- Músculo trapézio (fibras inferiores) - Depressão da escápula II
Movimento acessório:
Adução da escápula

- Músculo serrátil anterior - Abdução da escápula
Movimento acessório:
Rotação para cima da escápula

- Músculo peitoral menor - Abdução da escápula
Movimento acessório:
Rotação para baixo da escápula

13.2.6 Músculos envolvidos na flexão e extensão do ombro

- Músculo deltóide anterior - Faz flexão do ombro II
Movimento acessório:
Adução horizontal
Rotação medial
Abdução do ombro

- Músculo coracobraquial - Faz flexão do ombro

- Músculo grande dorsal - Extensão do ombro II
Movimento acessório:
Adução do úmero
Adução horizontal
Rotação medial (interna)

- Músculo redondo maior - Faz extensão do ombro II
Movimento acessório:
Adução do úmero
Rotação medial (interna)

- Músculo deltóide superior - Faz extensão do ombro II
Movimento acessório:
Abdução horizontal
Rotação lateral externa

13.2.7 Músculos envolvidos na abdução e adução do ombro

- Músculo medial - faz abdução do ombro

- Músculo supra-espinhal - inicia a abdução do úmero

- Músculo trapézio (fibras mediais) - adução da escápula

- Músculo rombóide maior e menor - adução da escápula II

Movimento acessório:
rotação da escápula para baixo

13.2.8. Músculos envolvidos na adução e abdução horizontal do ombro

- Músculo deltóide posterior - abdução horizontal do ombro

- Músculo peitoral maior - abdução horizontal do ombro II

Movimento acessório:
flexão do úmero
rotação medial interna do úmero

13.2.9. Os movimentos da escápula

- Elevação - elevador da escápula e trapézio (parte posterior)
- Abaixamento - peitoral menor, trapézio inferior, serrátil anterior e posterior
- Abdução da escápula (para frente) - serrátil anterior
- Adução da escápula (para trás) - rombóide e trapézio

13.2.10. Músculos que compõem o "Manguito Rotador"
O manguito rotador é uma convergência de todos, semelhante a um capuz; são músculos superiores que possuem a função de manter firme a cabeça do úmero junto à cavidade glenóide; são eles:

- Músculo infra-espinhal - faz a adução do braço e é fraco rotador lateral e flexor.
- Músculo supra-espinhal - gira lateralmente, faz abdução (parte posterior), adução (parte inferior).
- Músculo redondo menor - gira lateral e faz adução do braço.
- Músculo subescapular - faz giro medial do braço, flexão e extensão do braço, adução e abdução.

13.2.11. Músculos que ligam o ombro ao braço e suas funções

- Músculo deltóide - faz abdução do braço, é a parte clavicular e adjacente ao acrômio, flexionam o braço. As partes espinhais e adjacentes das porções acromiais estendem o braço medialmente, a porção dorsal e gira lateralmente o braço.

- Músculo coracobraquial - faz flexão do braço e do antebraço, e faz supinação da mão.

- Músculo tríceps braquial - porção longa, aduz o braço.

- Músculo infra-espinhal - faz adução do braço, é fraco rotador lateral e flexor.

- Músculo supra-espinhal - gira lateralmente, faz abdução (parte posterior) e adução (parte inferior).

- Músculo redondo menor - gira lateral e faz adução do braço.

- Músculo redondo maior - adução, extensão e giro medial do braço.

- Músculo subescapular - giro medial do braço e flexão, extensão do braço, adução e abdução.

14. O PULSO E A MÃO
14.1. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
Todos os elos que compõem o membro superior podem, em última análise, ser relacionados ao asseguramento da função de movimentos especializados da mão.

Tarefas motoras finas, como as executadas por um neurocirurgião, são realizadas com a mesma estrutura anatômica usada por um carateca para partir fibras de madeira e tijolos, uma tarefa grosseira cujo principal requisito é a transmissão de força.

A mão é composta de 27 ossos e mais de 20 articulações.

Os ossos, divididos em três grupos, são os oito carpais, cinco metacarpais e três fileiras de falanges.

Os ossos do carpo, classificados como irregulares, são o escafóide, semilunar, piramidal e piriforme, trapezóide, trapézio, capitato e uncinado.

Os cinco ossos do metacarpo têm uma base proximal, um corpo e uma cabeça distal.

As três fileiras de falange são as fileiras proximal, média e distal.

O polegar não possui uma falange média.



O pulso é constituído pelas articulações radiocárpica e intercárpicas. A primeira, uma articulação elipsóide, é formada pela extremidade distal do rádio, um disco articular e três dos quatro ossos na fileira proximal do carpo. A articulação radiocárpica é separada da fileira proximal de carpais por um disco articular fibrocartilagíneo.

Os três carpais envolvidos formam uma face convexa lisa que recebe a extremidade distal côncava do rádio e admite movimentos planares (anaxiais).



As articulações intercárpicas são divididas em três grupos:as articulações entre os ossos escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme;as articulações entre o capitato, uncinado, trapezóide e trapézio;e a articulação mediocárpica, entre as fileiras proximal e distal.



Os ligamentos da articulação radiocárpica incluem uma extensa cápsula articular e o radiocárpico palmar, radiocárpico dorsal, colateral ulnar do carpo e colateral radial do carpo. As articulações intercárpicas são sustentadas por uma complexa rede de ligamentos.As articulações carpometacárpicas incluem as dos quatro dedos mediais e a do polegar.



A articulação carpometacárpica do polegar é formada pela base do primeiro metacarpal e o trapézio. Contudo, as articulações carpometacárpicas dos quatro dedos mediais são sinoviais planas.



A articulação carpometacárpica do polegar tem uma cápsula articular relativamente frouxa que é reforçada pelos ligamentos carpometacárpicos palmar (radial) e dorsal (anterior e oblíquo posterior) laterais do polegar. Os ligamentos das articulações carpometacárpicas são os carpometacárpicos dorsais, carpometacárpicos palmares e carpometacárpicos interósseos.As extremidades distais dos metacarpais formam articulações elipsóides com as extremidades proximais das falanges proximais, as articulações metacarpofalângicas (MF).



14.2. MOVIMENTOS ARTICULARESA

articulação radiocárpica produz circundução.

A articulação permite todos os movimentos, exceto rotação em tomo de seu eixo longitudinal.O movimento no plano frontal inclui a abdução, às vezes referida como desvio radial ou flexão radial, e adução, ás vezes referida como desvio ulnar ou flexão ulnar.

No plano sagital, o pulso se estende e se flete.A flexão faz com que a palma se aproxime da face do antebraço.O movimento das articulações intercárpicas é desprezível.



As articulações carpometacárpicas são de dois tipos: a do polegar é uma articulação selar, permitindo movimentos extensos e peculiares. As demais são do tipo plano.

A segunda e terceira articulações carpometacárpicas não permitem praticamente nenhum movimento; a quinta e, até certo ponto, a quarta permitem uma leve flexão, movimento observado quando se põem as mãos em concha.



A articulação MF do polegar é uma articulação em dobradiça que admite apenas flexão e extensão. As outras quatro articulações MF são elipsóides, com capacidades de flexão-extensão e abdução-adução. A abdução geralmente é referida como desvio radial ou flexão radial e representa o movimento dos dedos para longe do dedo médio. O movimento inverso, adução, geralmente é denominado desvio ulnar ou flexão ulnar.Todas as articulações IF são ginglimos que permitem apenas a flexão e a extensão. Estruturas ligamentosas previnem hiperextensão destas articulações



14.3. MÚSCULOS E MOVIMENTOS DO POLEGAR E OUTROS DEDOS
A flexão do pulso é predominantemente uma função da ação sincrônica do flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo e flexor superficial dos dedos. Foi relatado que o flexor profundo dos dedos não exerce um papel na flexão do pulso, embora sua posição sugira uma possível contribuição, assim como as posições do palmar longo e flexor longo do polegar. Esses músculos, juntamente com o pronador redondo, compõem o que é denominado grupo flexor superficial do antebraço.

Há três extensores principais do pulso: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo.

Durante o cerramento do punho, o extensor radial longo do carpo é muito ativo, ao passo que o extensor radial curto do carpo é quase inativo. Em virtude de sua posição, os extensores dos dedos, do dedo mínimo, longo do polegar e do indicador são considerados extensores auxiliares do pulso. Um grupo extensor superficial do antebraço é composto pelos extensores radiais longo e curto do carpo, extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor ulnar do carpo e os músculos da articulação do cotovelo braquiorradial e ancôneo.

Os desvios radial e ulnar (abdução e adução) resultam da contração sinérgica de músculos que são responsáveis primariamente pela flexão e extensão do pulso. A abdução resulta da contração do flexor e extensor radiais do carpo. O extensor dos dedos e flexor dos dedos são ativos e podem contrair-se com uma adução extrema do pulso ou amplitude do movimento de abdução.

A abdução pode ser auxiliada pelo grupo extensor profundo (abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar, extensor do indicador e supinador) devido às suas linhas de tração.

Os músculos intrínsecos da mão são subdivididos em três grupos os do dedo polegar, encontrados no lado radial e responsáveis pela eminência tenar; os do dedo mínimo, encontrados no lado ulnar e responsáveis pela eminência hipotenar; e os no meio da mão e entre os metacarpais.

Os pequenos músculos intrínsecos da mão estão associados aos movimentos dos dedos. Dividem-se em três grupos - os quatro lumbricais, os quatro interósseos dorsais e os três interósseos palmares. Os lumbricais se localizam na palma, e os interósseos, entre os metacarpais.

Todos servem para fletir as falanges proximais e estender as falanges médias e distais. Três músculos atuantes apenas sobre o dedo mínimo, o abdutor do dedo mínimo, flexor curto do dedo mínimo e oponente do dedo mínimo, também são músculos intrínsecos da mão.A flexão do polegar ocorre quando o primeiro metacarpal é movido transversalmente à palma: a extensão é o movimento de retomo. A abdução do polegar a partir da posição anatômica ocorre quando o primeiro metacarpal afasta-se do segundo num plano perpendicular ao da mão. A adução do polegar é o movimento de retorno.

A oposição do polegar aos dedos é uma ação peculiar e crucial da mão humana e envolve uma combinação de abdução, circundução e rotação que traz a ponta do polegar para uma posição olhando para as pontas dos dedos, ou em oposição a elas.Oito músculos atuam sobre o polegar, dos quais quatro são intrínsecos da mão. Os músculos extrínsecos são o extensor longo do polegar, extensor curto do polegar.

Abdutor longo do polegar e flexor longo do polegar. Os quatro músculos intrínsecos, que se originam na eminência tenar, são o flexor curto do polegar, oponente do polegar, abdutor curto do polegar e adutor do polegar.Os movimentos do polegar são função de complexas interações neuromusculares e mecânicas entre os músculos intrínsecos e extrínsecos. Uma medida da complexidade e, portanto, da importância do polegar à função normal da mão é refletida pelo fato de que o valor do polegar foi estimado entre 40 e 50% de toda a mão. A extensão das articulações do polegar está sob controle dos extensores longo e curto do polegar, que atuam nas falanges e metacarpais.

O oponente do polegar e abdutor curto do polegar são músculos tenares ativos durante a extensão do polegar. O flexor curto do polegar desempenha um importante papel no posicionamento do polegar sem carga próximo às pontas dos dedos, enquanto o flexor longo do polegar geralmente é inativo. Este, entretanto, parece fornecer a maior parte da força necessária para neutralizar cargas aplicadas ao polegar nessa posição, não importando se a falange distal está fletida ou estendida.

O fator limitante na força da preensão pode de fato ser uma função da incapacidade de o polegar opor-se a cargas.Para a adução do polegar contribuem o extensor longo do polegar, flexor longo do polegar, flexor curto do polegar e adutor do polegar. A contribuição do flexor e extensor longo do polegar é solicitada para trabalhar contra uma carga e, ao neutralizar as tendências dos outros músculos a fletir ou estender o polegar, propicia um torque de adução resultante.Os músculos hipotenares, são o palmar curto, abdutor do dedo mínimo, flexor curto do dedo mínimo e oponente do dedo mínimo.

Quando o polegar é suavemente colocado em oposição aos lados e pontas de cada um dos dedos mediais, os músculos tenares são mais ativos que os hipotenares. Dos músculos tenares, o oponente é o mais ativo e o flexor curto do polegar o menos ativo. O músculo hipotenar mais ativo é o oponente do dedo mínimo. À medida que a força de oposição aumenta, a atividade do flexor curto do polegar aumenta, tornando-se dominante.Os dedos e seus movimentos exemplificam como o conhecimento do tipo de articulação e da direção da linha de tração dos músculos envolvidos não fornece todas as informações necessárias para determinar o movimento qualitativamente.

A complexa expansão extensora, uma estrutura tendínea altamente especializada, é um importante determinante do movimento dos dedos.Na posição lumbrical, os lumbricais e interósseos dorsais e palmares não podem simultaneamente fletir a articulação MF e estender as articulações IFP e IFD. Na posição em gancho, a contração dos flexores longos dos dedos é necessária à flexão das IFP e IFD mas também é acompanhada de um indesejável torque de flexão na MF. Para anular o torque contraproducente, o extensor dos dedos se contrai, mas assim fazendo tende a causar extensão das IFP e IFD). Essas ineficiências aparentes podem ser explicadas pela natureza dos sistemas de alavancas e pela tensão passiva gerada por antagonistas alongados.

Os lumbricais e interósseos tendem a ser o sistema muscular dominante na articulação MF. Segundo, o extensor dos dedos domina a articulação MF quando os lumbricais não estão ativos. Terceiro, os flexores longos dominam as articulações IFP e IFD mesmo quando o extensor dos dedos está ativo.Na posição lumbrical, os lumbricais e interósseos causam flexão da MF, que alonga o tendão do músculo extensor dos dedos e subseqüentemente causa extensão das articulações IFP e IFD.

Na posição em gancho, o músculo extensor dos dedos e os flexores longos contribuem. O primeiro domina a articulação MF e os dois últimos dominam as articulações IFP e IFD. Na flexão completa, os flexores longos dominam as articulações MF, IFP e IFD, mas o estiramento imposto à expansão extensora deve ser aliviado por algum grau de extensão do pulso ou, no mínimo, evitando-se a flexão do pulso.

O movimento de preensão é geralmente considerado como a categoria de movimentos da mão nos quais a mão segura um objeto. Os movimentos de preensão são classificados como aperto de potência ou aperto de precisão. No primeiro, todos os músculos extrínsecos contribuem para a força. Os músculos interósseos e tenares são usados no aperto de potência, mas os lumbricais (excluindo o quarto) não são ativos.

O movimento grosseiro e força compressiva necessários no aperto de precisão são proporcionados por músculos extrínsecos específicos. Os músculos intrínsecos, entretanto, fornecem as características de controle fino da preensão. Se um objeto precisa ser girado na mão, os interósseos são importantes para abduzir e/ou aduzir as articulações MF, e os lumbricais abduzem e/ou aduzem e giram a falange proximal. Os interósseos propiciam alterações delicadas na compressão, e o flexor curto do polegar oponente do polegar e abdutor do polegar fornecem forças de adução transversalmente à palma.

14.4. CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS DAS LESÕES DO PULSO E MÃO
O traumatismo de várias regiões do membro superior proximais ao pulso e mão freqüentemente resulta em disfunção distal. Três nervos do membro superior, o ulnar, o mediano e o radial, estão sujeitos a lesão e influenciam diretamente a função da mão. As lesões do cotovelo podem afetar o nervo ulnar quando este passa entre o epicôndilo medial e o elécrano, onde é coberto apenas por fáscia e pele.

A abdução e adução dos dedos, exceto o polegar, e a flexão do quarto e quinto dedos são afetadas por uma lesão do nervo ulnar. O nervo mediano é o nervo para o lado radial do antebraço e mão.

Um dos muitos ramos desse nervo supre a maioria dos músculos da eminência tenar, e a lesão do nervo pode afetar profundamente a função do polegar. O nervo radial supre os músculos extensores do braço e antebraço. Espiralando-se em volta do úmero a partir do plexo braquial, o nervo radial pode ser lesado em decorrência de lesões do complexo do ombro como luxações e fraturas, afetando assim o movimento no pulso e na mão.

O canal do carpo é uma área relativamente constrita localizada na face anterior do pulso através da qual passam os oito tendões flexores, o flexor longo do polegar e o nervo mediano. O canal é formado em três lados pelos ossos do carpo e no quarto lado pelo ligamento cárpico palmar. A síndrome do canal do carpo resulta de uma compressão que pode ser iniciada por micro ou macrotraumatismos, tenossinovite (inflamação de uma bainha tendínea) dos tendões flexores, fratura, ou luxação de qualquer um dos carpais. Basicamente, a tumefação do conteúdo do canal ou uma constrição do canal comprime o nervo mediano. Os resultados são uma gama de sintomas na distribuição do nervo mediano, desde formigamento dos dedos indicador e médio a atrofia dos músculos tenares.

15. A COLUNA VERTEBRAL15.1. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
A coluna vertebral é composta de 33 vértebras, das quais 24 se unem para formar uma coluna flexível. De cima para baixo, são classificadas como cervicais (C1 -C7), torácicas (T1-T12), lombares (L1-L5), sacrais (S1-S5) e quatro coccígeas.

As vértebras sacrais e coccígeas são denominadas vértebras falsas porque no adulto são fundidas para formar o sacro e cóccix. As demais vértebras, cervicais, torácicas e lombares, são denominadas verdadeiras porque permanecem distintas por toda a vida.O forame vertebral, através do qual passa a medula espinhal, é limitado na frente pelo corpo vertebral e atrás pelo arco vertebral. Este arco é formado por dois pedículos e lâminas.

Os pedículos se originam do corpo vertebral, enquanto as lâminas se originam dos pedículos. Um processo espinhoso projeta-se para trás a partir de sua origem na junção das lâminas, e dois processos transversos projetam-se para trás e lateralmente a partir de sua origem nas junções dos pedículos e lâminas.

Dois pares de processos articulares, superiores e inferiores, unem vértebras adjacentes. Os nervos espinhais em cada nível segmentar deixam a coluna vertebral através dos forames intervertebrais, que são limitados pelas incisuras vertebrais (superior e inferior) de vértebras contíguas.A coluna vertebral é sustentada e protegida de forças em parte pelas estruturas articulares.

Os dois tipos de articulações na coluna vertebral são sínteses cartilagíneas e sinoviais planas. O primeiro tipo é encontrado ao longo da coluna vertebral do áxis ao sacro e composto de discos fibrocartilagíneos entre os corpos de vértebras adjacentes. Estes discos são contíguos com camadas de cartilagem hialina nas faces inferiores e superiores dos corpos e são classificados como sínfises.

Na região torácica, os discos têm uma espessura quase uniforme, enquanto nas áreas cervical e lombar são mais espessos na frente, o que contribui para as curvas regionais.Os discos intervertebrais são compostos de duas estruturas principais. O núcleo pulposo é uma massa semelhante a gel situada no centro do disco.

É limitado por uma camada de fibrocartilagem resistente denominada anel fibroso.Os discos degeneram-se com a idade em associação a uma redução em sua capacidade de ligar-se com água. Esta qualidade de ligação à água reduzida resulta em menor elasticidade, o que influencia a capacidade de armazenar energia e distribuir cargas e, portanto, a capacidade de resistir à colocação de cargas.

A outra articulação encontrada na coluna vertebral é a articulação sinovial entre os processos de vértebras adjacentes. As cápsulas dessas articulações são finas e bastante frouxas, fixando-se às margens dos processos articulares. A flexibilidade (a capacidade de uma articulação percorrer uma amplitude de movimento) da coluna vertebral está diretamente relacionada à orientação dessas articulações com referência umas às outras.A sustentação ligamentosa da coluna vertebral provém de suas estruturas.

O ligamento longitudinal anterior segue do áxis ao sacro ao longo das faces anteriores dos corpos das vértebras. Adere aos discos e margens salientes dos corpos, mas não é firmemente fixado aos meios dos corpos. O ligamento longitudinal posterior também segue do áxis ao sacro, mas ao longo das faces posteriores dos corpos dentro do forame vertebral. Os ligamentos amarelos conectam as lâminas de vértebras contíguas em toda a extensão do forame vertebral. Os ligamentos amarelos consistem em tecido elástico amarelo cuja extensibilidade e elasticidade permitem a separação das lâminas durante a flexão da coluna vertebral. O ligamento supra-espinhal conecta as pontas dos processos espinhosos de C7 até o sacro. E um forte cordão fibroso cujas fibras, dependendo da localização, podem transpor até quatro vértebras. Acima de C7 continua-se como o ligamento da nuca, membrana fibroelástica que no homem representa um vestígio de um importante ligamento elástico encontrado em alguns tipos de animais pastadores.

15.2. MOVIMENTOS ARTICULARES
As duas primeiras vértebras cervicais são estruturas altamente especializadas dedicadas à sustentação do crânio. A primeira, denominada atlas, não possui corpo, mas é um anel ósseo circundando o forame vertebral. Em sua face superior tem duas grandes faces articulares côncavas que acomodam os côndilos occipitais do crânio.

Essas articulações atlanto-occipitais permitem uma flexão e extensão consideráveis da cabeça. A articulação tem uma cápsula frouxa mas é reforçada pelos ligamentos atlanto-occipitais anterior, posterior e lateral. A segunda vértebra, denominada áxis, tem uma cavilha curta, chamada de dente, que se estende verticalmente a partir de seu corpo para o forame vertebral do atlas, onde um ligamento muito grande o separa da medula espinhal. Este processo ósseo serve como um pivô em torno do qual o atlas gira livremente, tornando possível girar ou balançar a cabeça de um lado a outro.

O movimento nessas duas articulações é livre em comparação com as outras articulações intervertebrais.No resto da região cervical, contudo, as articulações zigoapofisárias são inclinadas até 450 do plano transversal (de frente para trás) e, em geral, se situam orientadas com o plano frontal. Devido a esse alinhamento, as articulações zigoapofisárias da região cervical permitem flexão e extensão no plano sagital, flexão lateral no plano frontal e rotação no plano transversal.

A amplitude de movimento para a flexão e extensão varia de cerca de 5 a 170, flexão lateral de 5 a 100 e rotação de 8 a 120 para cada articulação.Na região torácica, as articulações zigoapofisárias estão em ângulos de até 60º para o plano transversal e 20º para o plano frontal. Tais articulações permitem uma flexão lateral variando de 7 a 10º por segmento e rotação de 2 a 10º. Os oito segmentos superiores (TI a T8) permitem até 9º de rotação, mas esta quantidade é reduzida para cerca de 2º nos quatro segmentos torácicos inferiores.

A flexão e extensão, ainda mais restritas pelas costelas, são limitadas a cerca de 3 a 4º nos 10º segmentos superiores, mas atingem 10º nos segmentos inferiores. A amplitude de movimento das vértebras torácicas também é influenciada pela espessura dos discos intervertebrais.Na região lombar, as faces articulares podem ser perpendiculares ao plano transversal e apresentar um ângulo de até 45º em relação ao plano frontal.

Devido a esse alinhamento, a rotação no plano transversal é intensamente restringida para 2º por segmento em todas as articulações exceto a última (L5 para S1), que permite até 4º a flexão e extensão variam de 12º na maioria das vértebras lombares superiores a 20º na mais inferior. A flexão lateral varia de 3 a 8º por segmento.

15.3. LOMBALGIA
As causas de lombalgia foram classificadas em cinco categorias principais: distúrbios intra-abdominais, doença vascular abdominal/periférica, distúrbios psicogênicos, fontes neurogênicas como lesões do cérebro, medula espinhal e nervos periféricos, e fontes espondilogênicas, que estão relacionadas à coluna vertebral e estruturas anatômicas associadas.Uma questão recorrente a respeito dos distúrbios acompanhados de lombalgia é por que a região lombar parece predisposta a lesões.

Dois fatores fundamentais são a fraqueza inerente da estrutura e as forças ou cargas que ela enfrenta durante tarefas quotidianas e atividades recreativas/desportivas. As fontes das cargas às quais a coluna vertebral é submetida incluem o peso corporal, cargas aplicadas externamente e a contração de músculos.

15.3.1. Cargas aplicadas à coluna vertebral
A dor no dorso, especialmente na região lombar, é tão prevalente nos esportes, ambientes profissionais e mesmo situações domésticas que se tem empreendido pesquisas biomecânicas sobre este tema em todo o mundo.O desequilíbrio entre a força da musculatura dorsal e da abdominal pode ser fonte de problemas.

Um desequilíbrio pode criar, entre outras coisas, um desvio da postura pélvica, deste modo alterando a curva lordótica e subseqüentemente sobrecarregando o disco.As atividades causadoras de rotação são aquelas durante as quais a coluna vertebral é submetida a torções vigorosas.Em análises biomecânicas simplificadas, pode-se tratar a coluna vertebral como um corpo rígido girando em tomo de seu eixo, situado na articulação lombossacral (L5-S 1). Considere algumas das forças que atuam sobre esse tipo de modelo durante as posturas elementares de ficar em pé e levantar-se, dado um homem de 891 N (91 kg) na posição ereta. Se 50% do peso corporal estiverem acima da articulação lombossacral, pode-se pressupor uma força compressiva de 445,5 N (45,5 kg). Contudo, no indivíduo normal, a face superior de S1 é inclinada para a frente de 30º a 40º (ângulo sacral). Essa inclinação introduz uma força de cisalhamento de até 341,25 N 934,8g). as forças compressivas atuam predominantemente sobre o anel fibroso através da compressão do núcleo pulposo.

As forças de cisalhamento afetam principalmente o forame intervertebral, às vezes denominado arco neural, a área entre os processos articulares inferior e superior contíguos.Se o homem agora fletir a coluna vertebral de modo que o ângulo seja 45º, é evidente que o braço de momento do centro de gravidade da metade superior do corpo, e o braço de momento de qualquer peso externo nas mãos ou em outro lugar, aumenta. Isto significa que se houver necessidade de manter a metade superior do corpo numa posição de equilíbrio estático, o torque exercido pelos extensores vertebrais (músculo eretor da espinha) deve ser igual a essa tendência rotacional para a frente. Observa-se que o torque necessário aumenta à medida que o ângulo do tronco aproxima-se de 90º, quando o braço de momento atinge seu máximo.

Quando o ângulo do tronco aumenta além de 90º e o centro de gravidade é trazido mais próximo do eixo de rotação, o braço de momento começa a diminuir. Logo, a contribuição dos extensores do tronco necessária para se opor a esse torque também se reduz. Entretanto, após um certo ponto na amplitude de movimento da flexão vertebral e da flexão do quadril associada, pode-se observar "relaxamento dos flexores".

Quando ocorreu relaxamento dos flexores, disse-se que as estruturas ósseo-ligamentosas passivas foram responsáveis pela estabilização da coluna vertebral. (No entanto, o eretor da espinha alongado e o grupo posterior profundo criam tensão passiva, a despeito do silencio elétrico, segundo suas propriedades de comprimento-tensão). Como o braço de momento dos ligamentos pós-vertebrais é pequeno, a necessidade de forças dessa magnitude é potencialmente perigosa para os ligamentos. A perda de pelo menos parte do controle muscular nas posições extremas fornece informações biomecânicas importantes acerca de diversas tarefas de levantamento, simétricas e assimétricas.

15.4. MÚSCULOS DA COLUNA VERTEBRAL
Os músculos que atuam sobre a coluna vertebral podem inicialmente ser divididos em duas categorias, anterior e posterior. Os músculos de ambas as categorias existem em pares bilaterais, embora possam e de fato funcionem de modo independente (unilateralmente). Como regra geral, os músculos da categoria anterior causam flexão da coluna vertebral, enquanto os da categoria posterior são responsáveis pela extensão. Considera-se que um músculo, o quadrado lombar, atua como flexor lateral puro.

15.4.1. Grupo anterior - flexores cervicais
O grupo pré-vertebral de músculos consiste no longo do pescoço e longo da cabeça. Estes são músculos profundos que causam flexão da cabeça e vértebras cervicais (exceto o longo do pescoço, que atua apenas sobre as vértebras cervicais) quando se contraem bilateralmente. A contração unilateral desses músculos causa flexão lateral das vértebras cervicais ou rotação da cabeça.
Os oito músculos hióideos causam flexão cervical contra uma resistência maior que a do segmento, mas são usados principalmente na deglutição.

O superficial esternocleidomastóideo, um músculo de duas cabeças, também flete a cabeça e vértebras cervicais. Atuando unilateralmente, causa a flexão lateral das vértebras cervicais e rotação da cabeça para o lado oposto (os termos lado oposto e mesmo lado em relação à rotação serão usados para indicar o lado com referência ao músculo que esteja se contraindo unilateralmente).

Os músculos escalenos (anterior, médio e posterior) podem ser considerados com a categoria anterior, mas na verdade situam-se mais lateralmente. Embora importantes na respiração, também fletem as vértebras cervicais ou, se ativados em um lado, fletem lateralmente as vértebras cervicais.

15.4.2. Grupo anterior - flexores lombares
Conforme indicado antes, o grau de flexão e extensão da região torácica é extremamente restrito. Por isso, apenas a região lombar é apresentada aqui. Devido às limitações da região torácica ao movimento no plano sagital, a grande amplitude da flexão-extensão cervicais não influencia a região lombar.

O grupo de músculos responsáveis pela flexão lombar é geralmente referido como abdominais. Eles não possuem nenhuma conexão direta com a coluna vertebral. Alguns são ainda distinguidos por não possuírem fixações ósseas em nenhuma das extremidades. Ademais, além das ações articulares cruciais que efetuam (isto é, flexão lombar), são importantes na constrição da cavidade abdominal e seu conteúdo.

Esta última função eleva a pressão intra-abdominal, que, além de estar associada à eliminação de resíduos (defecação e micção), também reduz as cargas sofridas pelas vértebras lombares durante determinadas atividades. Uma discussão dessa função segue-se à apresentação da musculatura.

O músculo reto do abdome, como seu nome indica, desce verticalmente no abdome e suas partes direita e esquerda são separadas pela linha branca tendínea. Devido à sua linha de tração orientada verticalmente, é um primo-agonista para a flexão da coluna vertebral e um flexor lateral quando ativado apenas de um lado.

Os músculos oblíquos interno e externo do abdome cobrem as porções anterior e lateral da parede abdominal entre o reto do abdome na frente e o músculo grande dorsal / fáscia toracolombar atrás. As fibras desses músculos seguem quase perpendicularmente umas às outras, uma característica que se reflete numa grande diferença em suas ações unilaterais.Quando ambos os lados dos oblíquos externos se contraem simultaneamente, os componentes Z e X de sua tração são neutralizados.

Quando apenas um lado do músculo é ativado, contudo, ocorre flexão vertebral e, além disso, flexão lateral e rotação do tronco, neste caso para o lado oposto. Com exceção da direção da rotação, o mesmo é válido para os oblíquos internos. Durante uma contração unilateral desse músculo, a rotação do tronco é para o lado oposto.

O transverso do abdome, o músculo mais profundo desse grupo, não tem uma função associada à execução motora por causa de sua linha de tração e conexões tendíneas. No entanto, todos esses músculos têm uma conexão anatômica comum ou relação entre si, pois as bainhas aponeuróticas dos oblíquos externo e interno e do transverso do abdome formam a bainha do reto do abdome.

15.4.3. Grupo posterior - extensores vertebrais
Aproximadamente 140 músculos estão envolvidos na função motora da coluna vertebral. Para fins de uma análise geral do movimento, a separação dos extensores da coluna vertebral em grupos simplifica o assunto sem comprometer a compreensão.

Dois grandes grupos de músculos compõem o grupo posterior (ou extensores vertebrais): o eretor da espinha e o grupo posterior profundo.O grupo eretor da espinha, ou músculo sacroespinhal, se origina como uma grande massa carnosa na área sacral; quando ascende na coluna vertebral, divide-se em três colunas principais.

A divisão, que ocorre no nível lombar superior, resulta na formação dos músculos iliocostal, longíssimo e espinhal (ainda considerados globalmente como o eretor da espinha. Nas regiões torácica e lombar, o músculo sacroespinhal é coberto pela fáscia toracolombar. Esta estrutura é particularmente relevante, tendo em vista a prevalência da síndrome de lombalgia e a relação de uma maior força dos músculos abdominais com a redução das cargas sobre a coluna vertebral. O transverso do abdome e a porção inferior da origem do oblíquo interno do abdome nascem dessa fáscia.

Ademais, a porção inferior da origem do oblíquo externo justapõe-se a uma parte do grande dorsal, dos quais o último também é incorporado à fáscia.O músculo iliocostal, a mais lateral das três colunas, divide-se em três partes regionais, os iliocostais lombar, torácico e do pescoço. Os nomes assinalam sua posição anatômica.

A coluna intermédia (longíssimo) e a coluna medial (espinhal) se dividem em três partes regionais, a do tórax, do pescoço e da cabeça. Todos estes músculos servem para estender a coluna vertebral em diversos níveis. A contração unilateral do músculo iliocostal e do longíssimo do tórax causa flexão lateral e rotação para o mesmo lado. A flexão lateral e rotação das vértebras cervicais e cabeça são produzidas pelos longíssimos do pescoço e da cabeça, respectivamente, quando um lado se contrai. Os espinhais do tórax e do pescoço, contraindo-se unilateralmente, também causam flexão lateral.

Em geral, o espinhal da cabeça está associado estrutural e funcionalmente ao semi-espinhal da cabeça.Os músculos esplênicos (do pescoço e da cabeça) são freqüentemente considerados parte do grupo eretor da espinha. Ambos servem como extensores das vértebras cervicais e podem causar rotação dessas vértebras e da cabeça.O grupo espinhal posterior profundo inclui os intertransversários, interespinhais, rotadores e multífidos, todos os quais atuam para estender a coluna vertebral. Atuando unilateralmente, estes músculos causam flexão lateral e rotação para o lado oposto.

É importante ressaltar que, assim como todos os músculos, o grau no qual essas ações unilaterais ocorrem depende do torque gerado pela contração. Estes músculos geralmente possuem braços de momento muito pequenos. Por exemplo, atribuiu-se um braço de momento de 24 mm ao eretor da espinha atuando na articulação L5-S 1. Com base na linha de tração observada do músculo, poder-se-ia muito bem considerar esses movimentos rotatórios e de flexão lateral resultantes como movimentos previstos apenas biomecanicamente, ao contrário de movimentos significativos.

15.5. PAPEL DA MUSCULATURA ABDOMINAL NA REDUÇÃO DAS CARGAS VERTEBRAIS
As vértebras lombares e seus discos associados são submetidas a forças muito grandes durante o curso de atividades diárias. Em geral, a fratura do corpo vertebral ocorre antes da ruptura de um disco sadio.

Vários pesquisadores estimaram ou mediram as magnitudes dessas forças. Devido à freqüência de lesões do dorso com suas subseqüentes repercussões econômicas, a mecânica da coluna vertebral tem sido estudada extensamente. Alguns autores, procurando quantificar forças normalmente encontradas sobre a coluna vertebral, usaram modelos biomecânicos. Um modelo estimou as forças compressivas sobre L5 em 10.000 N. Outros relataram valores mais conservadores de 4.250 N de compressão. Em modelos dinâmicos, nos quais as forças resultantes da inércia e aceleração devem ser consideradas, foram relatadas forças compressivas máximas de 7.000 N. Kumar e Davis sugeriram que, via de regra, os levantamentos dinâmicos podem ser considerados pelo menos duas vezes mais estressantes que sustentações estáticas para a mesma resistência.

Naturalmente, as forças de cisalhamento aumentam com as forças compressivas, e se a carga for assimétrica, forças rotacionais são introduzidas.As cargas sobre a coluna vertebral, especialmente a região lombar, devem ser mantidas o mais baixo possível.A relação entre músculos abdominais fortes e um dorso sadio interessa há muito os cinesiologistas. Existe uma relação de causa-efeito intuitiva entre contração dos músculos do abdome, compressão do conteúdo abdominal e elevação da PIA (pressão intra-abdominal. Quanto maior a PIA e mais rígido o cilindro tóraco-abdominal, maior a fração de carga vertebral compartilhada e maior a redução das cargas vertebrais.

15.6. MECANISMOS TORÁCICOS BÁSICOS
A principal finalidade do tórax, composto pelas vértebras torácicas, 12 pares correspondentes de costelas, cartilagens costais e esterno, é a proteção dos principais componentes dos sistemas respiratório e circulatório.O movimento do tórax está envolvido primariamente com a respiração. A restrita amplitude do movimento toracovertebral, no que diz respeito á complexidade e número de tarefas que constituem o movimento humano, torna-o menos relevante que as regiões cervical e lombar.

O movimento do tórax é definido predominantemente pela elevação e abaixamento das costelas e, sob várias condições, incluí a participação de músculos previamente descritos e outros que merecem consideração. Em geral consideram-se como os principais músculos da respiração o diafragma e os intercostais.

Os músculos escalenos, esternocleidomastóideo, peitorais, serrátil anterior e abdominais são considerados agonistas e acessórios.No homem, o diafragma é o músculo inspiratório principal. Com sua ativação e subseqüente contração, o diafragma expande a base do tórax ao mover as costelas para cima e lateralmente. Este movimento ocorre pelas forças transmitidas através de seu centro tendíneo (inserção) à sua origem, que se fixa quase inteiramente ao redor da face interna da cavidade corporal.Os oblíquos internos e intercostais externos são ativos durante a expiração e inspiração, respectivamente. Esses músculos funcionam de acordo com o interespaço no qual estão localizados.

15.7. DEFEITOS ESPECÍFICOS
A flexibilidade da coluna vertebral às vezes é prejudicada pelo desenvolvimento de desvios indesejáveis.A cifose e escápulas abduzidas são inteiramente diferentes: a primeira é uma convexidade posterior aumentada da coluna torácica e a última um desvio, para a frente, do cíngulo do membro superior. Entretanto, uma causa a outra e as duas comumente aparecem como um defeito integrado.

A cifose resistente ou estrutural, ou qualquer defeito desse tipo acompanhado de dor aguda, indica uma provável doença ou defeito hereditário de natureza mais grave. Jamais se devem fornecer exercícios corretivos nesses casos, exceto quando prescritos por um médico.A lordose é uma concavidade posterior aumentada da curva lombar ou cervical normal, acompanhada de uma inclinação da pelve para a frente.Os músculos da região lombar são encurtados e os abdominais alongados.

Quando essa posição é assumida habitualmente, um peso excessivo é lançado sobre as margens posteriores dos corpos das vértebras lombares e há uma forte tendência ao desenvolvimento de escápulas abduzidas em compensação ao desvio para trás do peso corporal. Os indivíduos que são mais flexíveis do que a média têm apenas de adquirir a capacidade de assumir a posição correta da coluna vertebral e, então, praticá-la até que o hábito esteja estabelecido.Quando a pelve é inclinada excessivamente para a frente, os músculos do dorso e flexores dos quadris são encurtados enquanto os músculos do abdome e do jarrete são alongados. Não trará nenhum beneficio corrigir o desequilíbrio apenas dos músculos do tronco ou do quadril, ambos os grupos devem ser ajustados e controlados para manter a pelve em seu grau de inclinação apropriado.

Dorso plano (cifose lombar) - o dorso plano envolve uma redução abdominal na curvatura lombar normal. O ângulo de obliqüidade da pelve é reduzido, pois os músculos dos jarretes são curtos demais e os flexores dos quadris e ligamentos iliofemorais, longos demais. Está comumente associado aos ombros arredondados, tórax plano e abdome protuso típicos do quadro clínico de fadiga. A condição é de difícil correção, mas os esforços para aumentar a força e tônus dos músculos do abdome e eretor da espinha podem ser recompensadores.

Curvatura lateral - a curvatura lateral da coluna vertebral, que em estágios acentuados é denominada escoliose, é um desvio para um dos lados. Representa uma combinação de desvio lateral e rotação longitudinal. Poder-se-ia esperar que os músculos no lado côncavo da curvatura fossem mais fortes que os do lado convexo, e isto é o que seria observado se a curvatura decorresse da ação desimpedida dos músculos longitudinais. Contudo, estudos eletromiográficos mostraram que na maioria dos casos os músculos no lado côncavo são mais fracos que o normal. Isto é atribuído ao fato de que o desequilíbrio dos músculos mais profundos (semi-espinhal, multífico e rotadores) é o principal fator na produção da deformidade. Esses músculos profundos são rotadores importantes.

Quando os de um lado são paréticos, a ação desimpedida dos músculos do lado oposto gira as vértebras para uma posição escoliótica.Em alguns casos, entretanto, os músculos no lado convexo estão atrofiados e os do lado côncavo, contraídos. E controverso se as alterações que depois ocorrem podem ser explicadas com base apenas no desequilíbrio muscular.A curvatura lateral diminui a capacidade da coluna vertebral de sustentar o peso corporal, distorce as cavidades corporais, aglomera os órgãos fora de lugar e, em casos avançados, causa compressão dos nervos espinhais onde eles deixam o canal vertebral. A escoliose geralmente começa com uma curva em C única.
Esta pode ser para qualquer um dos lados, mas como a maioria das pessoas é destra, os músculos no lado direito do corpo são mais fortes e a convexidade tende a se desenvolver para a esquerda. A condição tende a ser mais prevalecente em meninas e entre biótipos ectomorfos, mas não está confinada a nenhum dos dois. a curvatura pode estender-se por toda a coluna vertebral ou ser localizada.

Uma curva em C pode inclinar a cabeça obliquamente, quando então há uma tendência reflexa a endireitá-la até que os olhos estejam novamente nivelados. Ao longo do tempo, esse reflexo de endireitamento cria uma inversão da curva em C nos níveis espinhais superiores, produzindo uma curva em S. podem surgir novas tentativas de compensação, criando ondulações adicionais na curva.

Nos estágios iniciais, a escoliose pode ser funcional, ou postural. Estes termos indicam que a curva pode ser eliminada por esforço voluntário ou ao pendurar-se com as mãos. Nos estágios posteriores, a condição se torna resistente, ou estrutural, e a curva não pode mais ser eliminada desse modo.

Uma vez estabelecida uma curva estrutural, exercícios corretivos podem produzir uma curva compensatória ao invés de abolição da curva primária.A escoliose pode ser causada por numerosas condições unilaterais, incluindo defeitos hereditários da estrutura; deterioração de vértebras, ligamentos, ou músculos, em decorrência de infecções ou doença; paralisia unilateral de músculos espinhais; um membro inferior curto unilateral; pé plano ou pronação unilateral; e desequilíbrio do desenvolvimento muscular devido à profissão ou hábito.

16. A ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
A articulação do quadril é uma articulação esferóide. É formada pelo encaixamento da cabeça do fêmur no acetábulo do osso do quadril.

16.1. MOVIMENTOS ARTICULARES
A despeito da estabilidade inerente proporcionada à articulação por sua arquitetura e sustentação ligamentosa, a articulação do quadril demonstra um alto grau de mobilidade. Os movimentos permitidos pelo quadril, descritos com referência ao fêmur, incluem a flexão e extensão no plano sagital, abdução e adução no plano frontal e rotação medial e lateral no plano transversal.
O posicionamento do corpo do fêmur, por meio do colo femural, a uma certa distância da pelve óssea, ajuda a prevenir restrições à amplitude movimento de articulação do quadril que poderiam resultar de colisão. O ângulo colo-corpo permite que o corpo do fêmur se posicione mais lateralmente em relação à pelve.

No plano frontal, com referencia ao eixo longitudinal do fêmur, o ângulo colo-corpo normal é de aproximadamente 125º. A deformidade na qual o ângulo é maior, denominada coxa vara, e a deformidade na qual o ângulo é menor, denominada coxa valga, causam alterações na transmissão de forças para o fêmur e a partir dele.Um segundo ângulo, o de anteversão, é o ângulo no qual o colo se projeta do fêmur na direção ântero-posterior. Embora haja uma grande variação entre indivíduos, o valor normal é cerca de 12º a 14º.

A articulação do quadril pode mover-se independentemente do cíngulo do membro inferior, mas pode ser complementada por inclinações da pelve. A diferença do sistema aberto do cíngulo do ombro, o sistema fechado do cíngulo pélvico impossibilita movimentos no lado direito independentes do esquerdo.

Na posição ereta, as aberturas superior e inferior da pelve formam ângulos com o plano horizontal, de aproximadamente 50º-60º e 15º, respectivamente.Este ângulo denomina-se inclinação da pelve. As inclinações da pelve são rotações medidas com referência à inclinação pélvica e classificadas em relação às articulações dos quadris e lombossacral. A articulação do quadril demonstra sua maior amplitude de movimento no plano sagital, no qual se observa que a flexão pode chegar a 140º e a extensão a 15º. A abdução também pode atingir 30º e a adução um pouco menos que isto, 25º.

A adução deve ser acompanhada de alguma flexão. O grau de flexão do quadril afeta a magnitude da rotação medial e lateral. Numa posição estendida, na qual os efeitos limitadores dos tecidos ligamentosos se manifestam, as amplitudes de rotação medial e lateral se reduzem para 70º e 90º, respectivamente.

16.2. MUSCULATURA DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
Vinte e dois músculos atuam sobre a articulação do quadril. Foram apresentados vários esquemas de classificação, mas um método singelo é identificar os músculos que dão contribuições importantes para cada uma das ações possíveis na articulação do quadril. Os membros do grupo flexor incluem o psoas e o ilíaco, os agonistas primários e o reto da coxa.O grupo extensor do quadril inclui os músculos do jarrete: semimembranáceo, semitendíneo e cabeça longa do bíceps da coxa.

O grupo adutor do quadril é composto pelo grácil, adutor longo, adutor curto, adutor magno e pectíneo. O grupo abdutor é composto de vários músculos que atuam predominantemente em outras ações articulares. A rotação lateral é uma função de parte do glúteo máximo, reto da coxa e um grupo de seis músculos geralmente agrupados como os rotadores laterais.

16.3. MÚSCULOS BIARTICULARES (multiarticulares)
Músculos biarticulares são aqueles que atravessam várias articulações e criam cinética significativa nessas articulações. Os músculos do membro inferior são freqüentemente empregados como exemplos anatômicos e objetos de pesquisa a respeito dos mecanismos de seu controle pela parte central do sistema nervoso e as resultantes ações articulares. Markee et al sugerira que os músculos biarticulares podem atuar numa extremidade sem influenciar a outra; esta hipótese foi contestada por Basnuajian e De Luca.

A regra geral acerca de um músculo biarticular é que ele traciona ambos seus tendões não seletivamente em direção ao ventre do músculo, deste modo influenciando as articulações. Um músculo biarticular não pode atuar como um músculo monoarticular sem o auxílio de outros músculos, a menos que uma das ações articulares seja estabilizada por outros músculos. O efeito cinético do músculo sobre a segunda articulação é diminuído.

Um exemplo simples da atividade de um músculo multiarticular é o paradoxo do psoas, no qual o músculo psoas, enquanto flete o quadril, causa hiperextensão da região lombossacral através de inclinação pélvica anterior, embora o psoas seja considerado flexor do tronco. O paradoxo, a inversão do papel de flexão/extensão, pode ser observado durante exercícios como os "abdominais" com os membros inferiores estendidos e elevações de ambos os membros inferiores. As vértebras lombares são puxadas para a frente e para baixo pela contração do psoas. A contração simultânea dos músculos do abdome evita a inclinação anterior da pelve a menos que esses músculos estejam fatigados ou fracos; assim, a pelve não gira para a frente nem as vértebras lombares são hiperestendidas.

Durante algumas combinações de ações articulares, os movimentos criados por músculos biarticulares são mais eficientes do que se fossem criados por músculos monoarticulares. Durante a corrida, por exemplo, logo antes do contato do calcanhar, os extensores do quadril realizam trabalho positivo sobre o quadril, ao mesmo tempo que realizam trabalho negativo sobre a perna para desacelerar a extensão no joelho.

Felizmente, os músculos do jarrete realizam ambas as funções simultaneamente a um baixo custo metabólico. Elftman estimou o dispêndio de energia por músculos bi e monoarticulares para realizar essa tarefa em 2,61 e 3,97 cavalos força, respectivamente. A execução por um músculo biarticular representa uma economia de energia superior a 34%. As ações tendínea, de correia de transmissão e de polia são características atribuídas a músculos biarticulares porque esses músculos não podem causar uma amplitude total de movimento simultaneamente em ambas as articulações sobre as quais atuam.

Quando o quadril e o joelho se fletem simultaneamente, como no movimento preparatório de um chute de caratê, ou se estendem ao mesmo tempo, como na fase de ataque do chute, o músculo se contrai mas não perde tanto de seu comprimento quando dois músculos monoarticulares poderiam se executassem a mesma ação.

16.4. CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS SOBRE AS LESÕES DAS REGIÕES DA PELVE E QUADRIL

16.4.1. Pelve
A crista ilíaca é particularmente suscetível a lesões devido à sua localização superficial e à massa de tecidos moles na área vizinha. As contusões incluem periostite da crista ilíaca, entorse e avulsões musculares. Mais graves, obviamente, são as fraturas do osso ilíaco, as quais são infreqüentes porque a maioria dos esportes que envolvem forças que podem acarretar este tipo de lesão exige acolchoamento protetor. Corridas e saltos vigorosos podem causar fraturas da espinha ilíaca ântero-superior.

16.5. ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
A articulação do quadril é extremamente estável e tem uma grande amplitude de movimento. Enquanto para atletas o joelho parece ais suscetível a lesões muito graves, para a população não-atlética há estatísticas assustadoras acerca de fraturas do quadril. Por exemplo, a osteoporose, uma condição óssea degenerativa que afeta principalmente mulheres acima de 45 anos de idade, é a causa de 1,3 milhão de fraturas por ano. Destas fraturas, 200.000 são no quadril e 40.000 destas causam complicações que levam á morte. As fraturas do quadril, então, representam a principal causa de morte em indivíduos idosos nos EUA. As fraturas do quadril ocorrem menos freqüentemente em negros acima de 45 anos que em brancos dessa idade, mas as razões para esta diferença são obscuras.

A lesão de tecidos moles na região do quadril é uma ocorrência em mais comum em atletas que em não-atletas. Lesões relacionadas a estiramento são amiúde relatadas, particularmente envolvendo músculo e nervo. Outros fatores que tomam essa região suscetível a lesões são a extrema amplitude de movimento, as potentes contrações musculares associadas á região durante atividades como as diversas formas de locomoção e as abruptas mudanças de direção e posição, comuns em atividades desportivas e recreativas.

16.6. A ARTICULAÇÃO DO JOELHO
A articulação do joelho, tipicamente classificada como uma sinovial em dobradiça, é a maior e mais complexa articulação do corpo. E vulnerável em atletas e supostamente também em não-atletas. Investigadores finlandeses relataram recentemente que em homens e mulheres a articulação do joelho é o local mais comum de lesão desportiva que requer cirurgia, e que a freqüência em mulheres é significativamente mais alta que em homens. O movimento do joelho é denominado por flexão e extensão, mas normalmente ocorre nos planos sagital, frontal e transversal.

Três articulações compõem o joelho: duas tibiofemorais e a patelofemoral.

As duas primeiras são os locais onde os côndilos femorais medial e lateral fazem contato, através de cartilagem articular interposta, com a face articular superior da tíbia.

A articulação patelofemoral é composta pelas face articular da patela e face patelar do fêmur. A patela é um osso sesamóide, que se caracteriza por seu desenvolvimento dentro de um tendão, neste caso o tendão do músculo quadríceps da coxa.

A maioria dos casos de luxação do joelho é na verdade uma luxação da patela.A cápsula articular do joelho à diferença de outras articulações, não forma uma estrutura envolvente completa da articulação.

Os poucos ligamentos capsulares verdadeiros que conectam os ossos são auxiliados por tecidos tendíneos dos músculos associados à articulação. O ligamento da patela é a continuação do tendão do músculo quadríceps da coxa clistal à patela. É extremamente forte e segue da patela para a tuberosidade da tíbia. Resiste à tendência da face tibial superior de deslocar-se para frente com referência ao fêmur durante alguns tipos de movimento.

Outras estruturas ligamentosas importantes que servem para estabilizar a articulação do joelho incluem OS ligamentos poplíteo oblíquo, poplíteo arqueado, colaterais medial e lateral e cruzados anterior e posterior.Os meniscos medial e lateral desempenham um importante papel a função do joelho. Auxiliam diretamente a estabilização da articulação, aprofundando as faces articulares da tíbia, servindo como fonte de absorção de choque e transmissão de forças ao aumentar a área de superfície articular, aumentando a eficiência da lubrificação articular e fixando-se aos 05505 e outros tecidos moles das articulações que restringem alguns tipos de movimento.

16.6.1. Movimentos articulares
O movimento da articulação do joelho, embora mensurável ao redor dos três eixos, é dominado por flexão e extensão no plano sagital. A amplitude movimento da extensão completa (0º) à flexão completa é de aproximadamente 140º. O movimento do joelho no plano transversal acompanha tipicamente a flexão e extensão e é referido como rotação tibial e medial e lateral.O movimento no plano transversal é uma função da posição do joelho no plano sagital. Nenhuma rotação do joelho é permitida quando o joelho está completamente estendido; contudo, até 45º de rotação lateral e 30º de rotação medial são possíveis quando o joelho está fletido até 90º. Na extensão completa, a rotação é restrita pela arquitetura óssea da articulação, enquanto além de 90º de flexão o movimento é limitado pelos tecidos moles esticados ao redor da articulação.

Costigan e Reid descreveram a rotação tibial durante excursões de flexão e extensão do joelho. Essas ações simultâneas são importantes no movimento normal do joelho. Mediu-se o torque radial no joelho e verificou-se que este é uma função da posição do pé. A menor quantidade de torque dirigido lateralmente foi encontrada quando o pé estava girado lateralmente em 17º.Costigan e Reid verificaram que há de fato uma posição do pé, maior que 17º mas menor que 50º, na qual o torque radial no joelho é reduzido a zero; esta posição varia entre indivíduos e tem implicações para exercícios como o agachamento com pés paralelos e saltos verticais, que exigem flexões dos joelhos e extensões do membro sustentador do peso.

16.6.2. Músculos da articulação do joelho
Doze músculos atuam na articulação do joelho e são classificados em três grupos: o jarrete, o quadríceps da coxa e músculos não-classificados. O grupo do jarrete inclui os músculos semitendíneo, semimembranáceo e bíceps da coxa.

O quadríceps da coxa é constituído pelos músculos reto da coxa e três vastos - vasto lateral, medial e intermédio.O grupo de músculos não-classificados da articulação do joelho inclui o sartório, o grácil, o poplíteo, o gastrocnêmio e o plantar. Os dois últimos músculos atuam predominantemente na articulação do tornozelo, embora passem atrás da articulação do joelho e possuam alguma capacidade de flexão.

16.6.3. Mecanismo de bloqueio do joelho
Normalmente, quando o joelho está completamente estendido numa posição ereta normal, a linha de gravidade passa na frente do ponto de contato tibiofenural. Assim, o joelho é mantido em extensão pelo torque gravitacional. Devido à disparidade nos diâmetros dos côndilos femorais medial e lateral e dos meniscos correspondentes, a contração continuada do quadríceps da coxa pode, e é necessária para causar rotação lateral do fêmur sobre a tíbia. Esta rotação faz com que o fêmur se assente mais intimamente nos meniscos no que foi denominado um movimento de "encaixe em parafuso".

16.6.4. Considerações mecânicas sobre as lesões do joelho
As entorses do joelho resultam de movimentos que ultrapassam os limites normais da articulação. Quando forçados além dessa restrição natural, os ligamentos podem ser submetidos a uma tensão superior a seu limite elástico, colocando-os na região plástica de sua curva de carga-extensão. O resultado é uma deformação permanente dos ligamentos, cuja magnitude depende da força aplicada.

No joelho, a entorse ligamentosa pode ocorrer em qualquer direção de movimento. No tipo talvez mais comum de lesão do joelho, freqüentemente visto no campo de futebol americano, o pé é fixado e o fêmur gira medialmente com referência à tíbia, que ao mesmo tempo gira lateralmente. Todo o joelho é deslocado medialmente, resultando em tensão ligamentosa medial.

Quando a força é continuada, o ligamento cruzado anterior e, por fim, o cruzado posterior são submetidos à tensão. A "tríade infeliz" refere-se a uma lesão que afeta simultaneamente o ligamento colateral medial, ligamento cruzado anterior e menisco medial.

Uma entorse intensa é o precursor da luxação do joelho patelofemoral ou tibiofemural. Um fator anatômico que predispõe um indivíduo à luxação patelofemoral é um ângulo anormal. O ângulo Q é o desvio entre a linha de tração do quadríceps da coxa e o ligamento da patela. Geralmente é medido como o ângulo entre a linha da espinha ilíaca ântero-superior e o centro da patela e a linha do centro da patela à tuberosidade da tíbia.Um ângulo Q de 10º é considerado normal. Ângulos maiores podem resultar em luxações laterais da patela quando a contração do quadríceps reduz o ângulo.

De gravidade bem maior e, felizmente, menos comum, é a luxação tibiofemural.A lesão de meniscos geralmente é simultânea à entorse ligamentosa. Os mecanismos de lesão dos meniscos medial e lateral diferem.

Os atletas freqüentemente sentem uma dor ao longo da perna que chamam de shin splints e existem várias teorias acerca da causa da incapacidade e parece ser uma condição epidêmica entre dançarmos, corredores, etc.As lesões de esqui são comuns e muito instrutivas para o cinesiologista. Envolvem dois fatores - fixação e intensificação - e três movimentos - rotação lateral, queda para a frente e rotação medial.

Uma lesão ocorre apenas se os dois fatores e pelo menos uma das forças estiverem presentes. A fixação se dá quando um esqui se toma fixado, por sua vez, segurando o pé preso ao esqui.Se as presilhas do esqui não se soltarem e uma grande quantidade de energia cinética estiver presente, um esforço de torção é exercido através de rotação lateral. Esse mecanismo mais comum de lesões do esqui produz fratura do maléolo lateral, fratura espiral do tornozelo e/ou tíbia, ou entorse do joelho e tornozelo. Quando a ponta de um esqui penetra na neve, sobrevêm uma desaceleração abrupta, projetando o esquiador sobre o cano de suas botas. Pode ocorrer uma fratura pelo cano da bota, laceração do tendão de Aquiles e luxação dos tendões fibrilares.A rotação medial é causada pelo cruzamento da ponta de um esqui com a ponta do outro. As conseqüências podem ser entorse do tornozelo, lesão do joelho, fraturas do maléolo medial e fraturas espirais da tíbia.

Os exercícios que fazem com que o joelho sustentador de peso seja completamente fletido foram condenados como potencialmente perigosos para as estruturas de suporte do joelho.O impedimento da rotação do pé fixado nessa situação causa maior tensão sobre os ligamentos e cartilagens do joelho.A solução para essa prática perigosa é limitar o grau de flexão dos joelhos, como nos exercícios de agachamento paralelo.

17. TORNOZELO E O PÉ
A articulação do tornozelo consiste nas articulações talocrural (tibiotalar e talofibular) e tibiofibular distal. É classificada como uma sinovial em dobradiça em virtude de sua arquitetura óssea, um sistema de ligamentos colaterais medial e lateral, a cápsula articular e a parte distal da membrana interóssea.

A articulação do tornozelo é crucial na transmissão de força do corpo e para o corpo durante a sustentação de peso e outras cargas.As magnitudes dessas forças podem ser tão grandes, até 10 vezes o peso corporal durante alguns tipos de corrida, por exemplo, que até mesmo pequenos desalinhamentos estruturais, ou lesões podem acarretar problemas ortopédicos crônicos e intensos.A transmissão de forças se dá na junção da extremidade distal da tíbia e face superior do tálus; a fibula exerce um papel pequeno.

Arquiteturalmente, um encaixe ou abertura provida de borda, é formado pelos maléolos da tíbia e da fíbula no qual a face superior do tálus se ajusta.Essa estrutura é uma importante fonte de estabilidade para a articulação do tornozelo.Os principais ligamentos que sustentam a articulação incluem a parte distal da membrana interóssea a cápsula articular, ligamento deltóide (medialmente) e ligamento calcaneo-fibular (lateralmente), os quatro últimos são considerados ligamentos colaterais.

O gínglimo biaxial permite uma flexão de aproximadamente 45º conhecida como dorsiflexão e uma extensão de 45º conhecida como flexão plantar. Várias populações obviamente demonstram valores bem maiores. Em geral os primeiros 10 a 20º são definidos como dorsiflexão, o movimento restante é definido como flexão plantar.

17.1. ARTICULAÇÃO SUBTALAR
A articulação subtalar, uma sinovial plana entre a face interior do tálus e a face superior do calcâneo, é considerada uma das articulações intertársicas. O movimento do pé através da articulação subtalar pode ser modelado representando-se o tornozelo (classificado anatomicamente como um gínglimo) como uma articulação esferóide. O gínglimo uniaxial do tornozelo combinado com o eixo da articulação subtalar permite efetivamente ao pé três eixos de rotação.Sammarco relatou que o eixo da articulação subtalar está a cerca de 420 do calcanhar, dirigido para a frente e para cima (a 38º da vertical) e a 16º medialmente d o eixo longitudinal do pé.

A articulação subtalar permite essencialmente dois movimentos, independentes do movimento na articulação do tornozelo. A inversão do pé ocorre quando a planta é virada medialmente, e a eversão do pé quando a planta é virada lateralmente.A eversão e inversão são às vezes referidas como pronação e supinação, respectivamente. A eversão freqüentemente ocorre com dorsiflexão e abdução (rotação lateral do pé), ao passo que a inversão pode ocorrer com algum grau de flexão plantar e adução (rotação medial).Em geral, a amplitude de movimento demonstra uma média de 20º de inversão e 5º de eversão.

17.2. ARTICULAÇÃO TRANSVERSA DO TARSO
A articulação transversa do tarso (mediotársica) pode ser considerada a junção entre as articulações talonavicular, triaxial e calcaneocubóidea, biaxial.Os ossos navicular e cubóide se articulam de tal modo que permitem apenas um leve movimento e portanto, podem ser considerados um único segmento. Vista por cima, a articulação transversa do tarso forma uma linha em forma de S.A articulação permite movimentos da parte anterior do pé com referência à parte posterior.

São permitidos dois tipos de movimento através de dois eixos. O eixo em torno do qual ocorrem a inversão e eversão é orientado com o eixo longitudinal do pé, subindo de trás para a frente a partir da face plantar do pé a um ângulo de 15º e dirigido medialmente a um ângulo de 9º.O movimento em torno desse eixo permite que o pé se adapte a uma variedade de orientações da superfície durante a locomoção.Um segundo eixo que sobre de modo semelhante ao primeiro, mas a um ângulo de 52º, dirige-se medialmente a um ângulo de 57º. Esse eixo de rotação aumenta a dorsiflexão e flexão plantar.

A orientação dos eixos e por conseguinte do movimento é variável e influenciada pela arquitetura do pé da musculatura que atravessa as articulações.O movimento do pé distal à articulação transversa do tarso, pertence às articulações intertársicas e tarsometatársicas. Em ambos os casos, o movimento restringe-se a uma dorsiflexão quase desprezível e a 15º de flexão plantar. Os dedos se movem em flexão e expansão em torno das articulações metatarsofalângicas (sinoviais em dobradiça).

O movimento em torno das articulações metatarsofalângicas inclui a abdução e adução. O hálux ou dedão tem uma amplitude de flexão de 30º e uma amplitude de extensão de 90º. Os demais dedos tem uma amplitude de flexão um pouco maior, 50º.

17.3. MUSCULATURA DA ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO E DO PÉ
A parte do membro inferior entre o joelho e a articulação do tornozelo é o local de origem para os músculos que produzem movimento do tornozelo. Estes músculos são classificados em três grupos - crural anterior, cervical posterior e crural lateral.Dos músculos associados ao tornozelo e pé, 12 são extrínsecos ao pé e 19 intrínsecos.

17.3.1. Crural anterior
Os músculos crurais anteriores estão associados ao compartimento anterior que é limitado pela tíbia e septo intermuscular.O tibial anterior geralmente é considerado um inversor do pé (articulação subtalar), embora alguns pesquisadores tenham relatado que ele não é ativo durante a inversão, a menos que ocorra dorsiflexão simultaneamente.É razoavelmente bem aceito que o tibial anterior não desempenha qualquer papel na sustentação estática normal do arco longitudinal do pé.

Durante condições com cargas dinâmicas, entretanto, a contração muscular auxilia a fonte primária de sustentação do arco, as estruturas osteoligamentosas. Os indivíduos com pés planos também necessitam de sustentação muscular dos arcos, especialmente pelo tibial anterior.

17.3.2. Crural posterior
Os músculos do grupo crural posterior são ainda classificados em superficiais ou profundos. O grupo superficial, o gastrocnêmio, e sóleo e o plantar. O grupo profundo é composto pelo poplíteo, flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos e tibial posterior.As duas cabeças do gastrocnêmio e o sóleo são referidos como triceps da perna.

Os músculos que compõem o grupo profundo são o poplíteo, o flexor longo do hálux, como o nome diz atua principalmente na flexão do hálux, inserindo-se na base da falange distal.O flexor longo dos dedos cujo tendão se divide em quatro tendões separados que fixam nas bases das quatro falanges distais.A afirmativa de Soderberg, de que se sabe pouco sobre o tornozelo e o pé é correta, tendo em vista a controvérsia que envolve as ações do flexor longo do hálux e o flexor longo dos dedos.

Gray indicou que o flexor longo do hálux contribui significativamente para a propulsão do pé durante a marcha; contudo, Frenette e Jackson relataram que, embora não seja essencial nesse papel, o músculo é crucial na manutenção do equilíbrio durante a posição ereta.

17.3.3. Crural lateral
Dois músculos compõem o grupo crural lateral, os fibulares longo e curto. Um septo intermuscular separa esse grupo dos grupos anterior e posterior. Ambos os músculos passam atrás do maléolo lateral para suas inserções na face plantar do pé.Auxiliam a flexão plantar, embora suas principais contribuições sejam para a pronação do pé (eversão e abdução combinadas).

17.4. CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS SOBRE AS LESÕES DO TORNOZELO E DO PÉ
As lesões da articulação do tornozelo são o traumatismo mais comum em esportes. Funcionalmente a articulação em dobradiça sinovial permite apenas a dorsiflexão e flexão plantar.Um movimento extremo em qualquer uma das duas direções pode ser lesivo mas é menos freqüente do que o movimento causado por forças dirigidas lateralmente que resultam em inversão ou eversão.As lesões por inversão são responsáveis por 85% de todas as lesões do tornozelo.

Em relação ao eixo da perna, as lesões por inversão também compreendem forças de adução e flexão plantar. Se o deslocamento articular é intenso o bastante para lacerar parcial ou completamente ligamentos de sustentação, a face medial do tálus avança sobre o maléolo medial sobre o qual gira. Desse modo, os ligamentos laterais são submetidos a tensão e, caso a inversão continue, o maléolo medial pode sofrer uma fratura em geral numa direção vertical.Nas lesões por eversão, o maléolo lateral que é mais longo que seu equivalente medial, torna-se sobrecarregado quando o pé se move lateralmente com referência à tíbia e também se abduz e se dorsiflete.O maléolo lateral impede que o tálus gire. Ao invés, o avanço do tálus sobre o maléolo lateral causa uma tensão extrema no tálus antes de traquinar os ligamentos mediais. Sobrevém comumente uma fratura fibular, às vezes com lesão do ligamento deltóide, situado medialmente.

A lesão dos ligamentos laterais é possível se o deslocamento da articulação prosseguir.Johnson, Dowson e Wright relataram as diferentes influências de sapato de cano longo e curto sobre as lesões da articulação do tornozelo. Como se esperava, eles constataram que os sapatos de cano longo reduzem a tensão sobre os ligamentos colaterais durante a inversão e versão, tornando esse tipo de sapato mais seguro. Entretanto, como os sapatos de cano longo são mais pesados, eles são usados freqüentemente.Constatou-se que os sapatos de cano curto têm o potencial de causar maior lesão ligamentosa, se o material for mecanicamente duro devido à restrição imposta ao movimento da articulação subtalar. Os autores recomendaram que, caso os sapatos de cano curto sejam usados, eles devem ser o mais flexível possível ao redor da articulação do tornozelo.

CONCLUSÃO
Sendo assim, a biomecânica é definida como a aplicação de princípios de engenharia a sistemas biológicos, ou o estudo de forças internas e externas geradas por, e atuantes sobre sistemas biológicos e dos efeitos dessas forças sobre cada parte do organismo humano.A análise e avaliação do movimento humano, contudo, não necessariamente incluem contribuições de todos esses fatores. No entanto, boa parte deles são essenciais para o bom funcionamento das estruturas que formam o corpo lhe proporcionando um melhor desempenho e de forma eficiente.