Abordagem Sensorial

Abordagem Sensorial - Circuitos Neuronais para Processamento de Informações

Os sentidos somáticos são mecanismos nervosos que coletam informações sensoriais, a partir do corpo. Esses sentidos diferem dos sentidos especiais, que compreendem especificamente, a visão, a audição, o olfato, a gustação e o equilíbrio. Estes últimos são trabalhados por receptores eletromagnéticos – detectam luz sobre a retina do olho; e quimioreceptores – detectam o gosto, o cheiro, nível de oxigênio no sangue arterial, concentração de dióxido de carbono e talvez outros fatores que constituem a química do corpo.

Os sentidos somáticos são classificados em três tipos fisiológicos:

- Mecanoceptivos: sensações de tato e posição pelo deslocamento mecânico do tecido corporal.
- Termoceptivos: detectam frio e calor.
- Nociceptivos: detecta lesão no tecido, dor.

Como é que dois tipos de receptores sensoriais detectam tipos diferentes de estímulos sensoriais? Pela “sensibilidade diferencial”, isto é, cada tipo de receptor é altamente sensível a um tipo de estímulo para qual foi desenvolvido e é quase insensível às intensidades normais dos outros tipos de estímulos sensoriais.

Detecção e Transmissão de Sensações Táteis:

São conhecidos pelo menos seis tipos de receptores táteis inteiramente diferentes, mas existem muitos outros semelhantes a estes.

* Terminações Nervosas Livres: encontradas em toda parte da pele e em muitos outros tecidos, detectam tato, pressão vertical e dor.

* Corpúsculo de Meissner: são pequenas cápsulas de tecido conjuntivo, elípticas, que envolvem uma terminação dendrítica espiralada, particularmente sensíveis ao tato fino e são abundantes nas papilas dérmicas da pele (dedos), na mucosa da língua e em outras regiões sensitivas. Adaptam-se em uma fração de segundo após terem sido estimulados, sensíveis a movimentos de objetos leves e vibração em baixa freqüência.

* Discos de Merkel: encontram-se agrupados num único órgão receptor em cúpula de Iggo, transmitem um sinal inicial forte, parcialmente adaptável e, depois, um sinal mais fraco, é responsável pela emissão de sinais contínuos que permite determinar um toque continuo de objetos na pele.

* Órgão Piloso terminal: o menor movimento de qualquer pêlo do corpo estimula a fibra nervosa basal, detecta sobretudo o movimento de objetos sobre a superfície do corpo.

* Corpúsculos encapsulados de Ruffini: encontrados em tecidos profundos, sinalizam estados contínuos de deformação da pele e de tecidos, toque pesado e pressão lateral.

* Corpúsculos de Pacini: situados abaixo da pele quanto também profundamente nos tecidos das fáscias do corpo.Detectam vibração e pressão em alta freqüência.


O Córtex Sensorial Somático




Os sinais sensoriais de todas as modalidades de sensação terminam no córtex cerebral posterior ao sulco central. Geralmente, a metade anterior do lobo parietal está implicada quase inteiramente com recepção e interpretação dos sinais sensoriais somáticos e a metade posterior com níveis mais altos de interpretação.

Áreas Sensoriais Somáticas I e II:

Área sensorial somática I: localizada no giro pós-central, nas áreas de Brodmann, III, I e II. Esta é mais extensa e importante que a área sensorial II, Possui um alto grau de localização das diversas partes do corpo.

Área sensorial somática II: em contraste a localização é imprecisa, representa face anteriormente, os braços centralmente e as pernas posteriormente. Alguns sinais entram nesta área pelo tronco cerebral, por cima e provenientes de ambos os lados do corpo. Muitos sinais vêm secundariamente da área sensorial I, bem como de outras áreas sensoriais do cérebro, visuais e auditivas.

Algumas regiões do corpo são representadas por grandes áreas no córtex somático – os lábios têm a maior de todas, seguidos pela face e polegar – enquanto o tronco e a parte inferior do corpo são representados por áreas pequenas. O tamanho destas áreas é diretamente proporcional ao número de receptores sensoriais.

Funcionalmente, os neurônios do córtex sensorial somático estão dispostos em colunas verticais que se estendem através das seis camadas: molecular, granular externa, células piramidais externa, granular interna, piramidal interna e multiforme.

Áreas de associação sensorial somática: as áreas 5 e 7 de Brodmann, no córtex parietal atrás da área sensorial somática I, combinam informações a partir de múltiplos pontos na área sensorial somática primária para decifrar seu significado.

Sensações somáticas de Dor: Tipos de dor e suas características

A dor rápida é designada por outros nomes, como dor em pontada, alfinetada, aguda (não e sentida na maioria dos tecidos profundos) e elétrica. Estímulos dolorosos mecânicos e térmicos, pelas fibras mielinizadas, com velocidade de condução rápida – fibras A Delta, secretam glutamato, Feixe Neo-Espinotalâmica.

A dor lenta ou crônica está geralmente associada à destruição de tecidos. Pode levar a um sofrimento insuportável, prolongada, podendo ser provocada por estímulos dolorosos mecânicos, térmicos e químicos. Fibras amielinizadas, com velocidade de condução lenta – fibras C, secretam transmissor glutamato e substância P. Feixe Paleoespinotalâmica.


Vias Ascendentes - sensitivas:

1º- Via Fascículo Grácil e Cuneiforme:
Cuneiforme: Informações dos membros superiores e metade superior do tronco.
Grácil: Informações dos membros inferiores e metade inferior do tronco.
Informações: Propriocepção consciente (estereognosia, grafestesia, descriminação de dois pontos, palestesia, tato discriminativo, barestesia, barognosia ...)

2º- Via Espino-talâmica anterior: Conduz tato grosseiro e pressão cutânea.

3º- Via Espino-talâmica lateral: Conduz dor e temperatura.

4º- Via Espino-reticular: Conduz dor difusa ou pouco discriminativa, abdominal.

5º- Via Espino-cerebelar posterior: Conduz propriocepção inconsciente

6º- Via Espino-cerebelar anterior: Conduz propriocepção inconsciente, mas detecta atividade do tracto córtico-espinhal.


Abordagem Motora – Funções Motoras da Medula Espinhal

Os sinais sensoriais entram na medula quase que inteiramente pelas raízes sensoriais posteriores. Depois de entrar na medula, um grupo de neurônios sobe com informações ao cerebelo e outro grupo de neurônios envia informações ao córtex cerebral.

Neurônios Motores Anteriores: Localizados em cada segmento na porção anterior da substância cinzenta, estes dão origem às fibras nervosas que abandonam a medula por meio das raízes anteriores e inervam as fibras musculares esqueléticas. Os neurônios são de dois tipos: motoneurônios alfa e gama.

Motoneurônio Alfa: originam grandes fibras nervosas do tipo A alfa, a estimulação de uma só fibra nervosa excita de três até várias centenas de fibras musculares esqueléticas, que são coletivamente chamadas de unidade motora. Ramo Alfa 1 – entrará em contato com as fibras intrafusais do músculo agonista contraindo-o, sinapse excitatória. Ramo Alfa 2 - recebe uma sinapse inibitória da célula de Renshaw, inibe o antagonista. Realiza força.

Motoneurônio Gama: esses neurônios transmitem impulsos por meio de fibras A gama, para pequenas fibras esqueléticas especiais, no fuso neuromuscular interagem com a região polar (poder de contração), manutenção do tônus.

Fuso Muscular: é um corpúsculo envolto por uma cápsula fibrosa, que lhe confere um aspecto fusiforme. No seu interior encontram-se fibras musculares finas, designadas fibras musculares intrafusais (dois tipos aglomerado nuclear e cadeia nuclear) e fibras musculares extrafusais.

1- A porção contrátil situa-se nas extremidades: região polar

2- A porção mediana equatorial, não é contrátil, possui diversas vesículas com NT.

O receptor do fuso neuromuscular pode ser excitado, como:

O alongamento de todo músculo irá esticar a porção mediana do fuso, portanto, excita o receptor. Mesmo se o comprimento do músculo por inteiro não se alterar, a contração das porções das extremidades das FIF, também irá esticar as porções medianas das fibras. Quando ocorre a contração muscular (à custa das fibras extrafusais), o fuso tende a encurta-se e, conseqüentemente, também as FIF.

Dois tipos de terminações sensoriais são encontradas na área receptora do fuso muscular:

- Terminação Primária ou Anuloespiral: encontrasse enrolada em torno da porção central de cada fibra intrafusal, fibra do tipo Ia e transmite sinais sensoriais para medula espinhal com velocidade de 70 a 120 m/s.

- Terminação Secundária ou Buquê: encontrasse enrolada em torno das fibras intrafusais na mesma maneira que as fibras Ia, estas são do tipo II.

O Córtex Motor








A porção do córtex anterior ao sulco central constitui a metade posterior do lobo frontal é devotada quase que inteiramente ao controle dos músculos e dos movimentos corporais. Os sinais motores são transmitidos do córtex para a medula espinhal pela via corticoespinhal e, indiretamente por múltiplas vias acessórias que compreendem os gânglios da base, cerebelo, e núcleos do tronco cerebral.

O Córtex motor é dividido adicionalmente em três subáreas, cada uma tendo sua representação de grupos musculares e funções motoras específicas do corpo:

* Córtex Motor Primário: localizado na primeira circunvolução dos lobos frontais, anterior ao sulco central, no giro pré-central. Área 4 na classificação de Brodmann. Compreende áreas musculares da face, boca, mão, braço, tronco, pés e pernas. Envia ordem para realização do movimento.

* Área pré-motora: localizada anteriormente às porções laterais do córtex motor primário, giro frontal superior e médio. Classificação área 6 de Brodmann, responsável pelo planejamento do movimento.

* Área Motora Suplementar: localizada superior à área pré-motora, situando-se sobre o sulco longitudinal, classificação área 6 de Brodmann. Quando as contrações são obtidas, são freqüentemente bilaterais, em vez de unilaterais. Esta área funciona em conjunto com a área pré-motora para provocar movimentos posturais.

Algumas áreas especializadas de controle motor:

- Área de Broca e a Fala;
- Campo dos Movimentos Oculares “voluntários”;
- Área de Rotação da Cabeça;
- Área para as Habilidades Manuais.

Cerebelo: Mesmo sem ter a capacidade direta de causar contração muscular, é um órgão muito importante, ajuda a sequenciar as atividades motoras e também monitorar, faz ajustes corretivos nas atividades motoras do corpo de modo que atendam aos sinais motores dirigidos pelo córtex motor e por outras partes do cérebro.

Papel do Tronco Cerebral no Controle da Função Motora:

1- Controle da respiração;
2- Controle do sistema cardiovascular;
3- Controle da função gastrintestinal;
4- Controle de muitos movimentos estereotipados do corpo;
5- Controle do equilíbrio;
6- Controle dos movimentos dos olhos.

Vias Descendentes – Motoras:

Vias Extrapiramidais:

1º- Vestíbulo-espinhal: Sofre influência do cerebelo, controla a portura do tônus e equilíbrio da cabeça.

2º- Retículo-espinhal: Sofre influência do cerebelo e córtex cerebral, controla o tônus em movimentos do esqueleto axial e proximal dos membros.

3º- Rubro Espinhal: Sofre influência do cerebelo e córtex cerebral, controla o tônus e os movimentos distais dos membros.

4º- Olivo-espinhal: Auxilia no controle do tônus corporal.

5º- Tecto-espinhal: Sofre influência do cerebelo e córtex cerebral, auxilia nos movimentos oculares em relação aos movimentos da cabeça e vice-versa.


Vias Piramidais:

1º- Córtico-nuclear: Controla os núcleos dos nervos cranianos motores ou das porções motoras.

2º- Córtico-espinhal: Principal via motora, após deixar o córtex este feixe passa através do ramo posterior da cápsula interna (entre o núcleo caudado e putâmen dos núcleos da base) e corre depois para baixo pelo tronco cerebral. A grande maioria das fibras piramidais cruzam nas pirâmides bulbares, então, para o lado oposto descem nos feixes corticoespinhais laterais da medula. Algumas das fibras não cruzam para o lado oposto do bulbo, mas descem ipisilateralmente ao longo da medula nos feixes corticoespinhais ventrais, mas muitas dessas fibras também cruzam para o lado oposto da medula na altura do pescoço ou na região torácica superior.


Integração dos Sistemas – Sensorial e Motor

As informações sensoriais são integradas em todos os níveis do sistema nervoso e causam respostas motoras apropriadas, começando na medula espinhal com reflexos relativamente simples, estendendo-se para o tronco cerebral com respostas ainda complexas e, finalmente, estendendo-se até o cérebro, onde são controladas as respostas mais complicadas. A medula espinhal não é apenas um mero conduto de sinais sensoriais para o cérebro ou de sinais motores do cérebro para periferia.

O fornecimento de informações para a medula espinhal sobre músculos e tendões, estabelecendo o comprimento, tensão e com que rapidez ocorre estas mudanças, possui a participação de dois tipos de receptores sensoriais:

* Fusos Neuromusculares

* Os órgãos tendinosos de Golgi

A porção do córtex anterior ao sulco central constitui a metade posterior do lobo frontal, está é devotada quase que inteiramente ao controle dos músculos e dos movimentos corporais. Uma porção importante desse controle motor é dirigida por sinais a partir das regiões sensoriais do córtex, que mantém o córtex motor informado das posições e movimentos das diferentes partes do corpo.

Nos reflexos podemos observar com precisão a ação dos sistemas, um estímulo sensorial cutâneo em um membro é capaz de favorecer com que os músculos flexores do membro se contraiam, de uma forma clássica este reflexo flexor é provocado mais poderosamente pela estimulação a terminações nervosas, contraindo músculos abdutores para tracionar o segmento para fora do estimulo. Ex: alfinetada ou calor. Ou, até mesmo um reflexo simples de coçar, implicando sentido de posição e o movimento de um outro segmento para efetuar o ato, que geralmente é aliviado pela geração de dor.

Reflexos Posturais Vestibulares: alterações súbitas da orientação de um animal no espaço, ajudam a manter o equilíbrio e a postura. Ex: animal cai subitamente para frente, os membros anteriores se estendem para frente, os músculos extensores se contraem e o pescoço enrijece para que o animal não bata a cabeça no solo.

Os reflexos são utilizados para determinar presença ou ausência de espasticidade muscular após lesão de áreas motoras do cérebro, ou da espasticidade muscular em doenças que excitam a área bulborreticular facilitatória do tronco cerebral. Geralmente, as grandes lesões das áreas motoras contralateral do córtex são causadas por derrames ou tumores cerebrais, causando reflexos musculares exacerbados.

Bibliografia:

GUYTON, a & Hall, J. E, Tratado de Fisiologia Médica, 1997

SPENCE, Alexander. Anatomia Humana Básica, ed 2ª.Ed Manole, 1991





O Sistema Nervoso
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).

O Sistema Nervoso Central
O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudal mente; MESENCÉFALO, situado cranial mente; e PONTE, situada entre ambos.

No SNC, existem as chamadas substâncias cinzentas e brancas. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente.
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnóides e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor.


O TELENCÉFALO
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQÜOR), participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos.

O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado neocórtex.

Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica.
1. Hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. Córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou três camadas celulares.
3. Neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente envolvidas com o controle do movimento voluntário.



A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância branca). Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios) da base ou núcleos (gânglios) basais - CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função cognitiva.





Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos movimentos são:
1. Núcleo caudado: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso ocorre a nível subconsciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do corpo.
2. Putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudado no controle de movimentos intencionais grosseiros. Ambos os núcleos funcionam em associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento.
3. Globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a musculatura do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, principalmente, pelo globo pálido.
4. Núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo.
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias com células do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A conexão do tálamo com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na área motora do córtex. Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.


O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo)

Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções).

O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se que o hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese (“criação”) do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.


O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.

Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.

O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo.
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.

Algumas estruturas do encéfalo e suas funções
Córtex Cerebral
Funções:
• Pensamento
• Movimento voluntário
• Linguagem
• Julgamento
• Percepção
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a camada mais externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo caloso. Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os sentidos corporal e espacial. o lobo occipital direciona a visão.
Cerebelo
Funções:
• Movimento
• Equilíbrio
• Postura
• Tônus muscular
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”. O cerebelo fica localizado ao lado do tronco encefálico. É parecido com o córtex cerebral em alguns aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e tem um córtex que recobre estes hemisférios.
Tronco Encefálico
Funções:
• Respiração
• Ritmo dos batimentos cardíacos
• Pressão Arterial
Mesencéfalo
Funções:
• Visão
• Audição
• Movimento dos Olhos
• Movimento do corpo O Tronco Encefálico é uma área do encéfalo que fica entre o tálamo e a medula espinhal. Possui várias estruturas como o bulbo, o mesencéfalo e a ponte. Algumas destas áreas são responsáveis pelas funções básicas para a manutenção da vida como a respiração, o batimento cardíaco e a pressão arterial.
Bulbo: recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções autônomas (a chamada vida vegetativa): batimento cardíaco, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir.
Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da respiração, além de ser um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à medula.
Tálamo
Funções:
• Integração Sensorial
• Integração Motora O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para o tálamo que posteriormente são distribuídas pelo corpo. Participa, juntamente com o tronco encefálico, do sistema reticular, que é encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem às partes conscientes do cérebro.
Sistema Límbico
Funções:
• Comportamento Emocional
• Memória
• Aprendizado
• Emoções
• Vida vegetativa (digestão, circulação, excreção etc.)
O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes para a emoção e reações emocionais. O hipocampo também é importante para a memória e o aprendizado.